terça-feira, 4 de outubro de 2016

"Uma Crítica ao Feminismo" por Laurie A. Couture

Outra história que o Good Men Project não quer que você veja

Nota do Editor:
Eis mais um artigo que o Good Men Project não quer que você leia. Para a história por detrás de como o escrito de Laurie foi censurado, e como outras publicações mainstream têm recusado que ela pudesse fazer mesmo uma moderada critica do feminismo ideológico enquanto nas salas do poder, e em que a mídia mainstream permitirá até mesmo que você se torne informado, por favor veja como a censura da mídia feminista põe a segurança pública em risco por Laurie A. Couture.
Abaixo segue a versão completa e sem censuras do original na forma que Laurie pretendia que tivessem publicado. -- DE

Uma Crítica Autista do Feminismo: Uma Humanitária no Espectro Autista Recusa-se a Ser Silenciada sobre o Lado Ignorado da Justiça Social


Pessoas do espectro autista observa o mundo de uma maneira verdadeiramente única. O que o resto do mundo rotula como "uma desabilidade" é, para aqueles de nós no espectro, uma diversidade criativa neurológica em como nós processamos informação e ajustamos nossas "lentes" ao vermos o mundo: Muitas pessoas do espectro podem "aumentar o zoom" para ver detalhes minúsculos porém cruciais de uma situação. Eu posso também retrair estas lentes e ver o extremo todo de uma situação, conectando grupos de fatos entre disciplinas e campos que parecem não ter relacionamento aparente. Eu posso realizar ambos estes ajustes de lente simultaneamente.

Apesar dos desafios sociais e sensoriais de estar no espectro autista, eu tenho trabalhado como profissional em serviços humanos e como ativista pela justiça social por quase duas décadas. Eu trabalhei com milhares de crianças e famílias machucadas em múltiplos papéis, incluindo conselheira em saúde mental, conselheira em parentelas, assistente social, educadora e mentora. Também sou a orgulhosa mãe de um rapaz de 20 anos que adotei de um sistema de adoções quando ele tinha 11. Como muitos do espectro, eu também aprecio pesquisa, especialmente em psicologia, antropologia, desenvolvimento infantil, neurologia, teoria do apego humano, teoria do aprendizado e efeitos do trauma no cérebro humano. Eu sou capaz de traduzir todas as minhas experiências em trabalhar com pessoas afetadas pela violência, minhas próprias experiências em ajudar a proteger e curar meu filho e os dados extraídos de minha pesquisa multidisciplinar em mosaico do entendimento da humanidade como um todo. Em outras palavras, eu consigo ver os fios de como traumas de infância e quebras de ligação em cada família individual leva à trágica tapeçaria do sofrimento humano global. Violência familiar sempre é um sintoma de trauma e necessidades emocionais e físicas não satisfeitas, geralmente na época de infância dos adultos. Eu acredito que pessoas danificadas precisam de compaixão, cura e orientação, não de punição. Minha paixão é curar o sofrimento humano em sua causa raiz e oferecer às pessoas esperança e compaixão.

Quando mulheres e meninas são vítimas, eu tenho visto que compaixão e feroz ação política de nossa sociedade abunda. Não existe resistência de profissionais ou da mídia em alertar para os sofrimentos e necessidades de mulheres e meninas. Eu sempre tenho esperado que fosse dada uma atenção igualmente apaixonada às necessidades e sofrimentos de meninos e homens. Porém, eu tenho continuamente batido contra uma agressiva barreira quando tento alertar para o sofrimento e necessidades de meninos e homens e como a violência em homens é resultado direto de traumas na infância. A barreira surge repetidamente de feministas que comandam a maior parte dos programas de justiça social e serviços humanos bem como da mídia, que tem viés feminista.

Após anos de tentativas exaustivas de encontrar um fórum para estes assuntos na mídia focada na justiça social, eu acabei desanimada ao ver que se desaprovava a menção a homens como um grupo exceto se fosse para criticar, acusar ou mesmo degradar. É especialmente tabu reconhecer a alta prevalência de violência sexual e doméstica contra homens, o crescente número de mulheres perpetradoras de violência sexual e doméstica, o enquadramento patológico e medicação massiva de meninos nas escolas, o desprezo contra homens na mídia, o fato de 80% dos suicídios serem de homens e meninos e que uma das mais ignoradas violações dos direitos humanos na América é a Mutilação Genital Masculina. Muitas campanhas de justiça social e mídias de viés democrata não permitirão nenhuma discussão séria e contínua destas questões, exceto se para minimizá-las, ignorá-las ou mesmo zombá-las. A recente campanha HeForShe da ONU é um bom exemplo de campanha que omite a atenção para a questão da violência doméstica e sexual contra homens e meninos. A campanha convoca os homens a tomar a declaração de "Compromisso HeForShe": "A questão de gênero não é somente uma causa das mulheres, é uma causa de direitos humanos que requer a minha participação. Eu me comprometo a agir contra todas as formas de violência e discriminação enfrentadas por mulheres e meninas".

Porém, e quanto à violência e discriminação contra homens e meninos? Por que homens e mulheres não são ambos convocados a agir contra todas as formas de violência contra todos?

Homens como vítimas e mulheres como agressoras são questões de direitos humanos que têm sérias implicações na segurança pública. É impossível alertar o público se a informação é descartada ou ignorada. Se agências de serviços humanos, campanhas de justiça social e a mídia recusam-se a reconhecer homens como vítimas e mulheres como agressoras, como o público terá ciência da crescente mas quieta pesquisa empírica indicando que meninos e moços na verdade sofrem estupro nas mãos de mulheres e moças igual ou um pouco mais que a situação reversa, ou que mulheres praticam mais abuso infantil e mais violência doméstica contra seus parceiros que homens? Se esta informação alcançar o público, por que as pessoas temeriam? Eu creio que, se o público fosse informado da pesquisa, tanto mulheres quanto homens teriam a ajuda que precisam e meninos e meninas seriam curadas a fim de evitar que passem pelo ciclo da violência. Nós não podemos alcançar a real paz entre os sexos e gêneros ou a verdadeira igualdade a não ser que estejamos dispostos a deixar de encarar a violência sexual e doméstica como crimes de gênero e desenvolver um mútuo entendimento de que a violência doméstica contra qualquer um - seja homem, mulher ou criança - não é aceitável para ninguém.

Um número crescente de jovens estão questionando a teoria feminista. Eles estão tomando ciência e desafiando crendices, afirmações e ações limitantes, segregacionistas e sexistas. Plataformas de mídia social estão explodindo em guerras de hashtags e campanhas de sinais entre feministas e aqueles que rejeitam o feminismo. Infelizmente, essas campanhas parecem gerar mais hostilidade de entendimento mútuo. Será que os meios de comunicação comecem a oferecer um foro de melhor qualidade para os números crescentes de humanitários que se preocupam com o sofrimento, as necessidades e direitos de todos os seres humanos?

Pessoas no espectro autista são tenazes e intensamente preocupadas com justeza. Muitos de nós no espectro temos pouco interesse em apaziguar pessoas ou conformar-se a sistemas simplesmente para encaixarmo-nos, porque a maioria de nós não se encaixa nos grupos ou sistemas neurais típicos. Como uma mulher do espectro autista, bem como uma profissional de saúde mental, uma ativista de direitos humanos e mãe de um filho, eu me recuso a ser silenciada sobre o lado ignorado da justiça social. Eu acredito que é tempo para todos os ativistas, profissionais e cidadãos propensos à justiça questionem a si mesmos como podemos nos tornar campeões dos direitos humanos se estamos desprezando questões realmente sérias de direitos humanos, ignorando o sofrimento humano de metade da população e inadvertidamente impedindo a cura de nossa família humana. É tempo de permitir uma crítica honesta e destemida de qualquer aspecto da teoria feminista que minimiza a violência doméstica e sexual contra homens, minimiza a violência por parte das mulheres e advoga por qualquer outra coisa que não a compaixão e igualdade na cura dessas tragédias.

Bibliografia Recomendadada:
  • Instead of Medicating and Punishing: Healing the Causes of Our Children's Acting-Out Behavior by Parenting and Educating the Way Nature Intended by Laurie A. Couture
  • Coerced Sex Not Uncommon for Young Men, Teenage Boys, Study Finds, American Psychological Association, March 25, 2014 http://www.apa.org/news/press/releases/2014/03/coerced-sex.aspx
  • Male and female recipients of unwanted sexual contact in a college student sample: Prevalence rates, alcohol use, and depression symptoms by Mary E. Larimer, Amy R. Lydum, Britt K. Anderson, Aaron P. Turner, Sex Roles: A Journal of Research, Volume: 40. Issue: 3-4, 1999
  • One in Three U.S. Youths Report Being Victims of Dating Violence, American Psychological Association, July 31, 2013, http://www.apa.org/news/press/releases/2013/07/dating-violence.aspx
  • Male Circumcision: Pain, Trauma and Psychosexual Sequelae, Journal of Health Psychology, Volume 07 Issue 03, May 1, 2002 http://www.cirp.org/library/psych/boyle6/
  • The WHOLE Network: Research Circumcision http://www.thewholenetwork.org/research-circumcision.html
  • The Sexual Victimization of Men in America: New Data Challenge Old Assumptions by Lara Stemple and Ilan H. Meyer, American Journal of Public Health, June 2014
  • High Prevalence of Sexual Victimization Detected Among Men; Similar to Prevalence Found Among Women in Many Cases by Laura Rodriquez and Donald Gatlin, The Williams Institute, April 30, 2014, http://williamsinstitute.law.ucla.edu/press/press-releases/high-prevalence-of-sexual-victimization-detected-among-men-similar-to-prevalence-found-among-women-in-many-cases/
  • Risk Factors for Physical Violence Between Dating Partners: Implications for Gender-Inclusive Prevention and Treatment of Family Violence, chapter in Family Approaches in Domestic Violence: A Practitioners Guide to Gender-Inclusive Research and Treatment, by Rose A. Medeiros and Murray A. Straus, 2006
  • Thirty Years of Denying the Evidence on Gender Symmetry in Partner Violence: Implications for Prevention and Treatment by Murray A. Straus, Partner Abuse, Volume 1, Number 3, 2010
META
Título Original Another story the Good Men Project didn’t want you to see
Autor Laurie A. Couture
Link Original http://www.avoiceformen.com/feminism/another-story-the-good-men-project-didnt-want-you-to-see/
Link Arquivado https://archive.today/QeYfM

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