sábado, 26 de novembro de 2016

"#Imwithher - Saudando Kellyanne Conway"

#Imwithher - Saudando Kellyanne Conway



Este arigo foi publicado originalmente nos fóruns do AvFM por Maxx, e está reeditado aqui com sua permissão. Ass.: Editores


As feministas deveriam estar regozijando-se. Uma mulher venceu a Casa Branca esta semana, afinal.

A mais impressionante e audaciosa campanha da história da democracia foi orquestrada por Kellyanne Conway. Diz o ditado que por detrás de todo grande homem há uma grande mulher. Então vamos falar sobre a mulher que está atualmente situada detrás do presidente-eleito.

Como muitas mulheres e meninas, Kellyanne não foi a primeira escolha. Ela teve que esperar na fila. Apenas depois de um par de caras tentarem e falharem em fazer Donald J. Trump parecer mais presidenciável e elegível, ela herdou uma embarcação que parab a maioria dos que viam de fora estavam convencidos que não seria possível salvar do naufrágio. Só que Kellyanne não estava ali para ser outra tripulante de um Titanic; nada disso, esta mulher seria aquela que vestiria a bombeta de capitão e contra todas as expectativas modificaria todo o empreendimento.

Seu chefe não facilitava as coisas para ela certas vezes.

Trump saiu fervendo de um debate de nomeação no qual ele e seus rivais republicanos se saíram como um monte de briguentos de colegial raciocinando sobre os lixos uns dos outros na TV nacional. Esquerdistas celebravam aquilo que parecia a verdadeira desintegração pública e dramática do Partido Republicano inteiro.

"Garotos, sempre garotos", ela deve ter pensado enquanto assistia Donald ao lado de figuras como Cruz, Rubio e Jeb Bush arrastando os debates republicanos para o descrédito. O tom e a retórica podem ter sido uma boa jogada para os fãs bebuns de Ted Nugent, mas Kellyanne sabia que não havia o suficiente daquilo para colocar seu campeão na Casa Branca. As coisas precisam mudar - e mudar rápido.

Seu patrão já estava em problemas com as mulheres (de forma que a mídia deliberadamente martelou) para levantar muitas vezes a isca de várias mulheres agitadoras na mídia e na rede. E em sua inocência estava caindo na armadinha de não as tratar com luvas de pelica só por serem mulheres. Muito igualitário, não é não? Infelizmente o público não via dessa forma. E quando se trata de campanhas políticas, percepção é tudo.

Kellyanne inicialmente estava trazendo sua perícia sobre ajudar seus clientes a abordar mulheres consumidoras no setor privado. Sua perícia, coisa que seus oponentes em breve notariam, estendeu-se muito além do domínio das "coisas de menina".

Seu chefe tinha entusiasmo para o trabalho e tinha visão, mas por sua própria confissão lhe faltavam experiência e tato. Sua rival tinha do seu lado a experiência, mas Kellyanne taticamente assegurou que o público fosse repetidamente alertado de exatamente no que Hillary Clinton tinha experiência. Mais de trinta anos engajando-se em interesses especiais, vendendo política em benefício próprio, mentindo, agindo na surdina, trapaceando o povo americano em prol de seus patrocinadores globalistas. Tudo sob a fachada da política divisiva neoliberal de identidade de gênero e racial.

Quando Kellyanne assumiu como Gerente de Campanha, o valor de Trump estava em queda livre. Mesmo os mais fervorosos apoiadores de Trump não podiam gostar de vê-lo em sarcasmos públicos mal-aconselhados com as famílias de homens americanos militares mortos. Não tem como adoçar o fato que isso não passava uma boa imagem. Tudo isso empregado nas mãos daqueles que argumentavam que Trump era um idiota impulsivo de cuca quente que simplesmente não estava pronto e nem era adequado para as demandas e desafios do serviço público.

Onde a mídia farejou sangue, Kellyanne viu uma oportunidade. E lenta mas confiantemente o besteirol Trump que venceu a nomeação republicana (para alegria dos esquerdistas e desânimo de muitos conservadores de longa data) deu caminho a um real ser humano.

Enquanto outros políticos escondia, suas falhas de caráter e julgamento em servidores privados, Kellyanne deu-nos um candidato que ergueu as mãos e confessou as suas. Repentinamente as estrelas começaram a alinhar-se, o homem, aquele suficientemente preparado, estava concorrendo na promessa de dar à América uma segunda chance, teve concedida uma segunda chance de si mesmo.

Lenta e sistematicamente toda e cada fraqueza daquele velho urso foi transformada em força.

Enquanto seus detratores tentavam descrevê-lo como um bilionário vivendo literalmente em uma torre alta, Kellyanne reverteu o script. E repentinamente ele era um cara que de tão rico não podia ser comprado, que não estava concorrendo porque precisava do dinheiro ou precisava cravar fama. Ele estava no páreo porque era a coisa correta a se fazer.

De repente ele era um cara que não precisava tanto de nós quanto nós (o povo) precisávamos dele. De repente ele não parecia mais o valentão intimidador; ele parecia o relutante e imperfeito campeão do povo recebendo dos valentões de todos os lados, pelo bem do pequeno povo pelo qual ninguém era capaz ou estava disposto a lutar.

Debaixo da batuta de Kellyanne, seu cliente transformou-se para a consciência pública na incarnação do sonho americano que ele era o tempo todo. Um homem que falava para as aspirações do povo comum ao longo de todo o país que somente queria um sistema que lhes desse uma chance de lutar e um jogo justo. Mesmo seu antigo show de TV transformou-se de um assunto de difamação e ridicularização em uma vantagem. Ele não era uma celebridade no estilo de Kim Kardashian, famosa por tirar fotos da bunda desnuda (ufa, graças a Deus). Não, ele era o anfitrião de um show de TV que defendia o espírito empreendedor. Por que isso seria ruim? Tem algo mais americano que isso?

Kellyanne reconheceu o entusiasmo e a paixão de seu cliente e sabia que se ela pudesse mantê-lo na mensagem - livre mercado, imigração e anti-corrupção; e longe de bravatas no Twitter impróprias para um presidente -, ele teria que parecer menos como uma celebridade egomaníaca de TV e bem mais como o campeão de um movimento do povo que não querem seu destino ou o destino de sua nação escritos em lugar deles.

Ela enviou aquele velho urso para travar lutas que diziam que ele não tinha chances de vencer. Em ligares como Michigan, Wisconsin, e New Hampshire. Mas ela o enviou armado com as ferramentas para garantir a vitória.


Como muitas mulheres que tentam algo notável em um "mundo de homens", ela deparou-se com a zombaria. Vez após outra homens e mulheres proeminentes na mídia convidaram-na para seus programas a fim de que suas audiências pudessem rir e escarnecer dela e compeli-la a sair de cena e admitir que ela e seu candidato estavam o tempo todo fazendo uma brincadeira. Ela não se levou por isso, e não pegou a bolinha e foi para casa reclamando do 'governo', como as feministas da esquerda fazem. Ela permaneceu calma; ela firmou-se no ponto. E o povo que tinha importância viu através dos socos e do besteirol sarcástico a verdade da sua mensagem. Naquele tempo que a Florida tinha chamado por Trump, ninguém mais estava rindo da cara de Kellyanne Conway.

O caminho à frente de Kellyanne ao longo dessa campanha eleitoral não foi do tipo que confortavelmente se caminha nos calcanhares ou de pés descalços. Não era algo "amigável para meninas". O quê? Sequer era convidativo para começo de conversa. Foi um caminho recheado de todos os obstáculos imagináveis e inundado de cacos de vidro. Mas Kellyanne não ficou parada na linha de largada choramingando e reclamando que o caminho diante dela não era justo só porque "ela é uma garota".

Ela não esperou que homens em volta dela lhe limpassem um caminho fácil. Ela marcou a trilha.

E quando ela tentava guiar um cliente que estava constantemente sendo tapeado pelos seus oponentes e até pelos árbitros (alô, Anderson Cooper) ela tomou isso como uma oportunidade de mostrar ao público que seus detratores não eram o tipo de gente que acredita em um jogo limpo e ético. Eles eram o tipo de gente que atacam em bando, 3 contra um, num debate ao vivo. Uma mentalidade de emboscada se apossou entre os parceiros de Trump. De repente a verdade tornou-se cada vez mais aparente, e Trump era o oprimido, e ele e ela tinham o espírito de luta como aquele de que a América é feita.

Kellyanne não foi contratada via ação afirmativa. Ela não foi a primeira escolha. Ela não foi selecionada como gerente de campanha a fim de preencher uma cota. Ela é a primeira mulher a comandar uma campanha presidencial republicana. E ela comandou a melhor de todas.

Isto não é evidência que precisamos de 'mais mulheres' gerenciando campanhas presidenciais. É evidência que qualquer uma que quer vencer a Casa Branca contra todas as expectativas, com cada tentáculo da abominável máquina contra si tem que ter um ás na manga.

Melhor que elas tenham Kellyanne Conway.



E melhor estarem prontas, dispostas, capazes de superar as expectativas do presidente-eleito Donald J Trump por seus serviços.

Meninas precisam de modelos de conduta. Os progressistas da esquerda cultural estão corretos acerca dessa parte.

Então, senhoras e senhores, a escolha é de vocês; vocês podem contar para as garotinhas o que gostam sobre a Beyoncé. A autoproclamada 'feminista' que chacoalhou o bundão por dinheiro no aniversário do Coronel Kadafi e endorsou para presidente uma 'feminista' criminosa financiada por regimes barbáricos que comercializam mulheres e meninas como gado.

Ou pode lhes contar sobre Kellyanne Conway.

Que comandou a maior das campanhas políticas da história da democracia.

Nós te vimos, Sra. Conway. E te agradecemos.

META
Título Original #Imwithher – Saluting Kellyanne Conway
Autor AVfM
Link Original http://www.avoiceformen.com/mega-featured/imwithher-saluting-kellyanne-conway/
Link Arquivado http://archive.today/0fNn9

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

"Mansplaining" por JT

Mansplaining


Numa embalagem de quatro gizes de cera, as cores são azul, amarelo, vermelho e verde. Quatro grandes blocos Lego são exibidos na entrada da Legoland: eles são azul, amarelo, vermelho e verde.

Por que verde?

Eu entendo o azul, amarelo e vermelho: são cores primárias. Verde é secundária, mas laranja e púrpura também. Então por que raramente vemos azul, amarelo, vermelho e laranja numa embalagem de gizes de cera? Por que não vemos azul, amarelo, vermelho e púrpura na entrada da Legoland? Por que verde é sempre a quarta cor?

Eu suponho que verde seja confortável ou prazeroso ao olhar.

Mas por quê?

Talvez porque tenhamos uma preponderância de receptores verdes dispostos na retina.

Mas por quê?

Porque quando os ancestrais do homem desceram das árvores eles precisavam estar de prontidão para ameaças na grama. Aqueles sem receptores verdes poderiam não estar seguros de que havia algum leão escondendo-se na grama alta. Plantas são verdes porque a clorofila reflete a luz verde - ela não é utilizada para extração de energia.

Mas por quê?

Provavelmente porque assim que o sol se levanta, a luz disponível concentra-se na extremidade azul do espectro, e quando ele se põe, concentra-se na extremidade vermelha; e verde está sempre no meio. Portanto, plantas evoluíram para rejeitar o meio verde e extrair dos extremos do espectro a fim de obter mais energia. Eu acho. Não sei. Posso estar errado. Se você acha que estou errado, poste.


Feministas estão iradas - elas são irritadas e amargas. Quando não são? Elas dizem que estudantes dão melhores pontuações de ensino para professores homens. Artigos de professores homens, dizem elas, são mais propensos a incluir as palavras "brilhante", "inteligente" ou "esperto", e muito mais dispostos a conter a palavra "gênio". Enquanto isso, mulheres são mais propensas a serem descritas como "odiosas", "duras", "injustas" ou "estritas" e muito mais propensas a serem chamadas "enfadonhas".

É possível que homens gostem de repetir o que aprenderam, mas reconstruam na mente para garantir clareza?

É possível que nossa habilidade de recapitular - ensinar - é afiada pelo nosso constante desejo de explicar e re-explicar?

Sim, homens recusam-se a pedir por direção. Nós queremos descobrir as coisas por nós mesmos; e quando conseguimos, nós explicamos. Aborde um grupo de homens na rua e pergunte por uma direção. Prepare-se: eles todos vão explicar de uma vez só e gesticular em todas as direções, oferecendo toda sorte de melhoras e considerações: jubile neste momento masculino.


Por que os testículos ficam fora dos nossos corpos? Diz a literatura que é porque eles precisam estar em uma temperatura mais baixa a fim de funcionar.

Mas por quê?

Como qualquer explicação pode ser tão simples? Deve haver mais além disso.

Bem, quando envelhecemos, a gravidade puxa nossos órgãos para baixo, comprimindo-os na cavidade abdominal. O projetista da natureza notou que seria mais seguro se os testículos estivessem livres de compressão, então o corpo os forçou para fora a fim de protegê-los da pressão induzida pelos intestinos. Como resultado, os testículos agora funcionam a uma temperatura mais baixa.

A questão da temperatura não é uma causa: é uma consequência.

É importante fazer perguntas, tentar responder, tentar explicar para si mesmo, tentar estabelecer a resposta de formas novas, tentar questionar e re-explicar; e fazer isso em alto e bom som. Se alguém discorda, incorpore a objeção - faça dela a sua própria. Se alguém ficar irritado e te acusar de patronizar, sorria; e tente incorporar algum humor da próxima vez para suavizar sua explicação.


Mansplaining é a combinação das palavras man e explaining, definida como "explicar algo a alguém, de uma maneira considerada condescendente ou patronizante". Lily Rothman da The Atlantic define como "explicar sem considerar o fato que o explicando entenda mais que o explicador, geralmente feito por um homem para uma mulher". A autora e ensaísta Rebecca Solnit atribui o fenômeno a uma combinação de "hiperconfiança e falta de noção". Blah, blah, blah, blah, blah, blah, blah, blah, blah.

Recentemente até o NYTimes entrou na briga, legitimando a palavra e sua visão negativa de masculinidade.



Quando vou para meus negócios diários, eu explico coisas. Eu explico coisas a mim mesmo e a ouvintes imaginários. Mesmo que eu não saiba a resposta final, eu gosto de falar sobre a questão. Algumas vezes não consigo distinguir se estou falando alto ou comigo mesmo. (Sim, isso mesmo: eu falo comigo mesmo.) Algumas vezes, eu me faço de idiota quando falo. Quer dizer, quem quer ouvir esta infinta onda de questões e possíveis respostas? Deste modo, quando alguém me fala para parar, eu aprendo até onde vai a linha.


Então, por que azul é a cor dos meninos e rosa a das meninas?

Vermelho costumava ser a cor dos meninos.

Mas por quê?

Nos tempos primitivos, nos sentávamos em volta do fogo e nos maravilhávamos da chama vermelha, convencendo-nos sobre a energia vermelha. Nossa linguagem tem mais palavras para vermelho que para azul. Mas então isso mudou.

Mas por quê?

Por volta de 1905, Einstein propôs o Efeito Doppler para a luz. Ele propôs o desvio para o vermelho onde a extremidade progressiva de nossa galáxia em expansão leva ao extremo azul do espectro, mas a extremidade regressiva desvia para o vermelho. Azul é uma cor muito mais energética: tem frequência mais alta, estrelas azuis são mais quentes, e se você estudar a base da chama de uma vela, o azul é mais quente. Então, por volta de 1920, a mudança foi: azul tornou-se a cor dos meninos.

Existe alguma relação, Não tenho ideia. Existe também um período azul e um vermelho em Picasso. Mas não tenho ideia de como as coisas se relacionam. Eu não vi nada na literatura, mas gosto de falar sobre este assunto. Se eu continuar falando sobre, talvez alguém o explique melhor.


Feminismo é uma neurose perplexa. De um lado, feministas atacam homens. Do outro lado, elas atacam homens. Entre os ataques aos homens, elas dizem que não atacam homens, e então elas atacam homens; e estão sempre tentando entender por que homens vão bem.

Você consegue imaginar quão melhor nossos meninos seriam se mulheres parassem de atacar os homens? Consegue imaginar quão melhores nossas meninas seriam se feministas aprendessem algo dos homens?

Elas nos atacam por causa do mansplaining e nos atacam por conseguir melhores avaliações enquanto professores.


"Olá! Meu nome é JT. Eu admito que sou incapaz contra o mansplaining. Faz um dia desde meu último mansplaining. Eu fiz mansplaining três vezes neste ensaio, e vou fazer de novo".


Considere esta nova pesquisa surpreendente: um novo estudo co-autorado por acadêmicos de Paris e UC Berkeley descobriu que estudantes tendem a pontuar melhor professores homens que suas correspondentes mulheres.


O nome da autora era Annie Boring[NT1]. Preciso dizer mais alguma coisa?

Digo, não entendo isso. Feministas dizem que a razão para que professores homens tenham melhores avaliações é sexismo; mas existem mais estudantes mulheres que homens na universidade: os homens são minoria no campus. Apesar de haver menos homens estudantes, professores homens ainda recebem avaliações mais altas. Apesar da maioria feminina nos campi, homens levam a culpa quando as estudantes dão melhores avaliações aos homens.

Por que homens recebem avaliações tão boas?

Quando homens explicam as coisas repetidamente (mesmo para pessoas que já entenderam), estamos organizando nossos pensamentos, deslocando-os, reformulando as causalidades, procurando falhas na nossa compreensão, consertando nosso entendimento, concretizando as conexões, tentando dominar o assunto em pauta (essa é uma coisa boa - não estamos fazendo isso para as mulheres; estamos fazendo pelo assunto em pauta), olhando para formas de se pôr mais acima.

Sim, homens são mansplainers. Sim, homens conseguem melhores avaliações dos estudantes. Você acha que feministas algum dia mostrarão modéstia o suficiente para sair do pedestal e notar que o sexismo não explica essa ligação? Você acha que feministas verão essa conexão um dia?


Eu amo mansplaining, e meus estudantes apreciam isso - eles me dizem isso em suas avaliações. Meus filhos amam. Quando minha filha tinha seis anos, nós levamos os seus porquês até o nível subatômico. O que a impressionou mais que as respostas (que ela lembra, ela me contou) foi o fato que nós prosseguíamos nisso, induzindo-a continuar perguntando "Mas por quê? Mas por quê? Mas por quê? Mas por quê? Mas por quê? Mas por quê?". Hoje, aos quatorze, ela fala e fala e fala e fala e fala e fala e eu mal consigo pescar uma palavra de esguelha - ela tem opinião para tudo, e a profere como um adulto, com confiança e tranquilidade.

Eu faço mansplaining com minha esposa, mas minha esposa me ama e eu a amo. Ela diz que eu falo dormindo.


Certa feita contratei uma encanadora mulher - pelo bem da equidade. Ela era muito boa, mas não fazia nenhum mansplaining. Eu queria que mulheres fizessem mais mansplaining. Eu desculpo de muito boa vontade a condescendência ostensiva e a interpreto como paixão - porque é isso o que homens fazem: somos gentis. Por que feministas não podem estender essa gentileza aos homens? Feministas são tão mesquinhas...

Então eu voltei a contratar encanadores homens. Eles fazem mansplaining. Mesmo que eu entenda o que eles explicam (e eu raramente entendo), eu venero o aspecto do olhar quando eles explicam sua arte e sua paixão pelo que sabem fazer - é quase como pequenos meninos explicando a primeira vez que transaram. Eu gosto de ouvir homens falando.

O mesmo vale para homens mecânicos de automóvel, eletricistas e carpinteiros. Eu adoro ouvi-los explicar seu trabalho e o amor que têm por ele. Isso traz à tona o menino que existe em mim; e considerando que eu estou chegando aos sessenta, eu gosto de saber que ainda existe um jovem em mim. Você sabe o que acontece quando homens chegam nessa idade, certo?


Eu tenho bolas caídas.

Mas por quê?

Diz a Lei da Gravitação de Newton:

Agora, nós tomamos essa força, dividimos pela área do arco escrotal, aplicamos as propriedades visco-plásticas da pele humana e MEU RAPAZ elas vão estar arrastando no chão quando eu tiver 70!

Mas amo minhas bolas caídas. Amo meu pênis: ele não é mais tão rígido como um giz de cera, mas é legal. Eu amo a linha azul do espectro - e a pequena pílula azul. Eu amo ser homem. Eu amo minha masculinidade.

Eu sou um mansplainer.


FootNotes - NT1: "Boring": chato, enfadonho.
META
Título Original Mansplaining
Autor J T
Link Original http://www.avoiceformen.com/feminism/mansplaining/
Link Arquivado http://archive.is/MpDHP

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

"SUMMA GENDERRATICA" por YetAnotherCommenter

SUMMA GENDERRATICA: A Anatomia de um Sistema de Gênero


Nota do autor: Este é um sumário da minha teoria sobre como o sistema de gênero da sociedade opera e como ele se originou. Sua intenção é ser um "mapa" das normas sociais sobre masculinidade e feminilidade. Eu creio que isto pode explicar todas as normas de gênero em nossa sociedade. O Movimento pelos Direitos dos Homens e Meninos requer uma teoria integrada e consistente sobre gênero a fim de competir com sucesso com a segunda e terceira ondas radicais do feminismo - esta teoria é uma tentativa de prover uma.

O que se segue não menciona cada aspecto singular do sistema de gêneros de nossa sociedade, mas eu creio que qualquer aspecto não mencionado de normas de gênero pode ser explicado com sucesso nesta teoria (sinta-se livre para propor desafios do tipo "explique esta norma como produto do sistema de gêneros" nos comentários).

Note que enquanto eu chamei este post "Summa Genderratica", eu não quero acarretar que a teoria abaixo é aceita (em sua integridade) por qualquer um além de mim mesmo. Eu apenas estou ilustrando minha teoria aqui, e isto não é para ser tomado como uma "filosofia oficial" do Genderratic como um todo. A razão para o título pe porque eu sou um idiota pretensioso e como tal eu me divirto na auto-importante conotação/referência aos trabalhos de Aquino.


Vamos à teoria!

Parte 1 - A Primeira Premissa: O Propósito das Normas Sociais


De onde surgem as normas sociais?

Esta teoria tomará como axiomático o fato que normas sociais surgem por razões de sobrevivência e praticidade. Normas sociais surgem como respostas aos desafios da existência física.

O Desafio


O sistema de gênero surgiu nos primordiais dias de nossa espécie. Durante aqueles dias, comida e recursos eram escassos, acumulá-los era difícil e propenso a falhas, e era o trabalho manual que realizava tais tarefas; trabalho físico era a fonte primária das melhorias de sobrevivência e o padrão de vida (ao contrário de hoje, onde o capital tecnológico e trabalho de conhecimento proveem isso (é notável que os primeiros protestos contra o sistema de gênero só surgiram com o Iluminismo e a Revolução Industrial... períodos nos quais a economia tornou-se menos dependente do trabalho e mais do capital devido aos avanços tecnológicos. Também é notório que os protestos contra o sistema de gênero surgiram inicialmente no meio de grupos abastados na sociedade.))

Como o trabalho físico era o meio principal de produção, a importância era voltada para meios de produzir trabalho físico, i.e. reproduzir e aumentar a população. Porém, somente uma minoria das crianças sobrevivia até alcançar a idade adulta, e para tal taxas de natalidade muito mais altas eram requeridas para aumentar o tamanho global da população.

Mas apenas metade da população poderia ter filhos.

A Resposta


Biologia combinada com a necessidade de agressiva reprodução essencialmente forçou as mulheres a se "especializar" e devotar grandes quantidades de seu tempo em engravidar e produzir crias (e quando gestantes elas eram menos móveis e portanto mais vulneráveis).

Desde que os homens não podiam realizar esta importante tarefa, eles providenciavam proteção e provisão de recursos (em essência, todo o restante).

Normas sociais se erigiram para levar as pessoas a suas tarefas guiadas pelo sexo. A "boa fêmea" e o "bom macho" eram aqueles que contribuíam para a sua sociedade cumprindo seu papel designado; a "boa fêmea" era a mãe fértil, o "bom macho" era o forte guerreiro e caçador produtivo. Estas normas sociais estavam refletidas em todas as instituições da sociedade, incluindo religião (veja os deuses guerreiros e as deusas mães para mais).

Sumário 1

  1. Normas sociais erigiram como respostas aos desafios de viver e desenvolver-se
  2. Sociedades de baixa tecnologia são dependentes de labuta física para sobreviver
  3. Taxas altíssimas de nascimento eram requeridas a fim de aumentar o suprimento de labuta
  4. Apenas metade da raça humana poderia dar à luz
  5. Papés de Gênero emergiram para encorajar especialização na base do sexo

Parte 2 - Maturidade e Gênero


Como já afirmado, a "boa fêmea" e o "bom macho" eram entendidos em termos daqueles que contribuíam para a sociedade ao cumprir seus papéis designados pelo sexo. Porém, crianças de ambos os sexos são fisicamente incapazes disso.

Uma mulher precisa estar em pós-puberdade a fim de dar à luz. Homens jovens são em média significativamente menos desenvolvidos fisicamente e portanto em geral nao têm a força necessária para sequer ter a chance de realizar com sucesso sua tarefa designada pelo sexo.

Assim sendo, existe uma associação entre maturidade e conformidade ao gênero. Uma fêmea precisa sofrer um processo de maturação biológica a fim de efetuar a contribuição feminina para a sociedade, porém este processo é essencialmente automático e é basicamente assumido ocorrer ao longo do tempo, com a menstruação servindo como um indicador biologico de aptidão para realizar a tarefa.

Com machos, as coisas são mais tênues. Proficiência ou mesmo capacidade de executar a função masculina, quanto mais executá-la bem, não são biologicamente garantidas. Além disso, não existe um indicador claro de "está pronto" entregue pela biologia masculina.

Enquanto fêmeas crescem em direção a serem mulheres, machos não crescem automaticamente em direção a serem "homens de verdade".

Feminilidade Aristotélica, Masculinidade Platônica, e a Dicotomia Sujeito-Objeto


Uma fêmea jovem simplesmente se torna mulher automaticamente, devido a propriedades inatas de sua biologia. Sua menstruação evidencia maturação. Sua mulheridade simplesmente é. Ela é assumida ser conformada ao gênero e portanto socialmente contributiva por padrão.

Um macho jovem tem de demonstrar, mediante ação, a capacidade de realizar tarefas masculinas com sucesso. Um jovem macho deve provar que "já é crescido" e tornou-se um "homem de verdade". Machos não são pressupostos serem conformes ao gênero (e portanto socialmente contributivos) por padrão; por si só, ele é apenas outra boca para ser alimentada mediante trabalho de "homens de verdade". Um homem deve validar sua homenidade por ação, caso contrário ele não é homem de fato, mas garoto (i.e. imaturo, macho-não-adulto).

Assim sendo, podemos entender corretamente papéis tradicionais de gênero como observados no essencialismo epistemológico, porém tipos diferente de essencialismo epistemológico escoram cada papel. Feminilidade é majoritariamente compreendida como inata à biologia feminina, como uma essência imanente, enquanto masculinidade é majoritariamente compreendida como um ideal a aspirar, uma "forma" da qual uma pessoa "participa" a fim de ganhar uma identidade.

É uma idiossincrasia particular da psicologia humana que tendamos a distinguir agência moral (a capacidade de fazer coisas) e a paciência moral (a capacidade de ter coisas feitas a ti) dicotomicamente, mesmo que seres humanos sejam de fato ambos. Assim sendo, a associação de agência com a homenidade combinada com o entendimento inatista da mulheridade (bem como, talvez, o fato que gravidez torna uma mulher menos movimentável e mais dependente de recursos) leva à associação da mulheridade com a paciência moral. Homens são vistos como atores, e mulheres são vistas como sendo atuadas sobre. Esta é a tradicional dicotomia sujeito-objeto.

A Dicotomia Descartável-Acalentável


Uma pessoa conformada ao seu gênero, de qualquer dos sexos, é vista como valiosa à sociedade (dado que está agindo conforme às normas orientadas à sobrevivência). Porém, supõe-se que fêmeas estão ou estarão conformadas ao gênero; mulheres naturalmente inférteis são exceção em vez de regra e portanto a pressuposição é de que qualquer mulher em particular é ou será capaz de gerar filhos em razão de sua biologia.

Assim sendo, às fêmeas é dado um valor inato simplesmente por serem fêmeas. Fêmeas são vistas como inerentemente acalentáveis já que são as incubadoras do futuro.

Machos não têm isso. Sua conformidade ao gênero não é vista como um atributo inevitável de sua maturação biológica mas em vez disso como um ideal pelo qual viver. Machos não são nem se tornarão "homens de verdade" por padrão. Assim sendo, eles nãi têm nenhum valor inato. O valor de um homem é exclusivamente contingente às consequências de sua agência, e por si só ele é completamente descartável.

Como homens são valorizados não por propriedades de sua biologia mas pelos resultados de suas ações, a morte de um homem é 'ceteris paribus' uma tragédia menor para uma sociedade que a morte de uma mulher. Afinal, quando tragédias acontecem, as contagens de mortes tipicamente especificam a porcentagem de mulgeres e crianças (i.e. o futuro).

Nossa sociedade pode entronizar seus heróis machos que se dirigem à morte para que os outros possam viver, mas como estabelecido anteriormente, normas sociais surgem para levar indivíduos a realizar tarefas socialmente benéfica; a veneração do auto-sacrifício heroico do macho é uma forma de encorajar os homens a verem suas mortes por causas nobres como uma contribuição valiosa para a sociedade, e portanto torna os homens mais propensos a morrer pelos outros.

As Normas de Gênero em uma Casca de Noz


Como consequência de tudo que foi estabelecido acima, machos são sujeitos inatamente descartáveis, fêmeas são objetos inatamente acalentáveis.

Todas as normas de gênero são em última análise redutíveis a isto.

Sumário 2

  1. Maturidade, para cada sexo, é conceitualizada como conformidade ao gênero
  2. Maturidade feminina é vista como um resultado natural de seu desenvolvimento biológico
  3. Maturidade masculina não é vista como garantida, mas em vez disso como algo provado/conquistado
  4. Homens agem, mulheres são, pois a homenidade é sobre agir e a mulheridade apenas "é"
  5. Como conformidade ao gênero é vista como valiosa e mulheres são inatamente conformadas ao gênero, mulheres são vistas como inatamente valiosas.
  6. Como homens não são inatamente conformados ao gênero, homens são vistos como inatamente prescindíveis
  7. Ergo, a dicotomia sujeito-objeto é sobreposta com a dicotomia descartável-acalentável, lançando machos como sujeitos inatamente descartáveis e fêmeas como objetos inatamente acalentáveis

Parte 3 - Algumas Implicações Avançadas

Agência e Poder Feminino


Cada um deriva um senso de poder - usado aqui como significando eficácia ou competência - quando efetua com suceso uma tarefa que tem o resultado final de fornecer suas necessidades. Isto faz sentido evolutivo - se coisas que elevam a sobrevivência não dessem prazer e coisas que mitigam a sobrevivência não causassem dor, um organismo teria menos chance de sobreviver.

Mas a realização de tarefas foi tipicamente atribuída aos machos; feminilidade não foi associada com agência e devido à utilidade reprodutiva inata da mulher, mulheres foram mantidas em segurança e longe de perigo potencial onde fosse possível (o que, por sua vez, gerava uma pressuposição auto-consolidada (e talvez de certo modo auto-realizável) de competência feminina diminuída - uma suposição que era de certa forma verdadeira durante a gravidez (e pode ser talvez verdadeira em média com tarefas que requeiram força corporal muito grande) mas claramente tornou-se exagerada e supergeneralizada).

Porém, todo ser humano tem necessidades materiais para sobreviver, e essas necessidades materiais devem ser satisfeitas mediante ação (comida deve ser adquirida, proteção deve ser encontrada). Então, como poderia uma mulher, alguém culturalmente percebida como e encorajada à direção de permanecer deficiente em agência, adquirir tais necessidades?

A resposta é que mulheres são encorajadas a confiar nos homens, e não mramente no sentido passivo, mas ativamente recrutar a agência dos machos para prover o de sua sobrevivência. Poder masculino é então equacionado a qualquer coisa que eleve agência favorável/competente (p.ex. músculos grandes), e poder feminino é equacionado a qualquer coisa que melhore o alistamento de agentes favoráveis/competentes. Poder masculino é o que aumenta a agência, poder feminino é aquele que aumenta a aquisição e preservação da agência de forma indireta.

O sistema de gênero, portanto, sempre conteve uma forma de poder feminino - i.e. formas pelas quais mulheres podiam agir para servir suas necessidades materiais. Enquanto reservava aquisição direta mediante agência para os homens, o sistema também reservava agência por via indireta para mulheres.

Hierarquia Masculina


O entendimento social de homenidade como um ideal platônico a se aspirar explica o fato de como podem existir "homens melhores" e "homens piores" (enquanto homens), bem como o porquê de machos biológicos podem não ser "homens de verdade" - o uso do "de verdade" como significando "ideal" é revelador.

Como a masculinidade é é demonstrada realizando certas tarefas, homens são classificados de acordo com o quão bem cumprem tais tarefas. Homens são classificados por outros homens e por mulheres - sua identidade de gênero é pesadamente sujeita à revogação e validação sociais. Isto significa que a "real homenidade" é uma posição social que é hierárquica,competitiva e dependente do coletivo, e homens podem ser socialmente emasculados a qualquer momento. Identidade masculina é feita contingente à competição entre si e os outros a fim de provar que se é "um homem melhor".

Como estabelecido acima, maturidade é ligada à "real homenidade" mas maturidade social é mais uma vez socialmente validada devido ao fato que o desempenho masculino nas tarefas não é biologicamente garantido - isto significa que machos mais velhos (pais em particular) são postos em uma posição de avaliadores de onde eles julgam os machos prospectivos a fim de separar "garotos" de "homens".

A hierarquia masculina pode ser efetivamente dividida em três categorias básicas (da mais baixa à mais alta posição social)
  • Machos que não são homens de verdade. Os socialmente emasculados. Garotos. Machos ômega.
  • Machos que são homens de verdade mas não são capazes de revogar a posição de outro homem de verdade. Machos beta.
  • Machos que são homens de verdade com a capacidade de revogar a posição de outros homens de verdade. Machos alfa.

A divisão entre os dois últimos é contextual e geralmente dependente de outros arranjos institucionais bem como dos machos em volta - alguém pode ser alfa em uma hierarquia e ômega em outra.

Este arranjo bem ironicamente compele o beta a ser submisso ao seu alfa a fim de evitar ser classificado como ômega. Em outras palavras, o gênero masculino não é totalmente sobre dominância mas em vez disso demanda submissão a homens melhores.

Gêneros Sociais


Tipicamente, "gênero" é visto como binário - como uma referência à masculinidade ou feminilidade. Porém, isso é difícil de reconciliar com a situação acima - machos que não são "homens de verdade" não são tratados como tendo homenidade (i.e. eles não contribuem com vlor masculino). Eles são "garotos" em vez de homens, de acordo com o sistema de gêneros.

Eles não recebem muitos aspectos do 'privilégio masculino' porque muito do 'privilégio masculino' é de fato 'privilégio para homens de verdade'. E enquanto eles são socialmente emasculados não recebem privilégios femininos também, porque devido à sua biologia eles não podem realizar a tarefa feminina essencial de gerar filhos.

Resumindo, homens socialmente emasculados não são vistos como masculinos ou femininos mas em vez disso são notados, tratados e categorizados como um terceiro gênero. Eles não são nem homens nem mulheres (socialmente falando, em vez de biologicamente).

Parte 4 - Desafios


Há diversos problemas clássicos em estudos de gênero que qualquer exame prospectivo do sistema de gêneros precisa explicar. Abaixo, eu tomo diversos estudos desses fenômenos e reconcilio-os com a teoria proposta acima.

O Duplo Padrão da Promiscuidade


O Duplo Padrão da Promiscuidade (doravante DPP) de nossa cultura é bastante conhecido; um homem é visto como valioso e viril por dormir com muitas, mas uma mulher é vista como degradada e vagabunda barata por fazer o mesmo.

Tipicamente, DPP é tratada como uma construção unitária - como se os imperativos de gênero do DPP surgissem de uma mesma fonte. Isto é contra-intuitivo pois os imperativos do DPP estão em conflito - homens são encorajados a sair com muitas e mulheres são desencorajadas, significando portanto que homens não podem aquiescer com o sistema sem as mulheres falharem em aquiescer (e vice-versa). O DPP certamente não está nos interesses do homem, dado que encoraja mulheres a impedir os homens de serem pegadores (mediante a retenção de acesso sexual).

Análise feminista típica vê o DPP como um construto masculino inventado para controlar a sexualidade feminina. O fato que interesses dos homens não são servidos encorajando a castidade feminina complica esta explicação, mas ela complica ainda mais pelo fato empírico que a maioria da difamação relacionada à promiscuidade sexual é perpetrada por mulheres contra si mesmas. Se homens criaram e compelem o DPP, seria de se esperar que eles são os maiores difamadores de vadias.

Assim sendo, pode ser mais preciso ver o Duplo Padrão de Promiscuidade não como um construto simples, mas como dois construtos distintos, propostos e compleidos por partidos diferentes para propósitos diferentes.

Uma coisa interessante acerca do conceito de "vadia" é que mulheres que são vadias são vistas como "desvalorizando-se ou rebaixando-se a si mesmas" - elas são vistas como liberando aceso sexual de forma muito fácil (i.e. dando de graça uma coisa boa sem obter muito em troca). Vamos observar a moldura transacional aqui: um mercado existe, mulheres são as fornecedoras do acesso sexual e homens são o lado da demanda na equação. Mulheres são encorajadas a não dar sexo "com tanta facilidade", i.e. elas são encorajadas a receber algo em troca de sexo. Majoritariamente são mulheres que escandalizam outras mulheres por dar sexo fácil.

De uma perspectiva econômica, estamos vendo uma configuração de cartel; vendedoras confabulando entre si para elevar o preço do sexo ao restringir a quantidade de acesso sexual que está imediatamente disponível.

Então, qual é o 'preço' do sexo? Como explicado acima, mulheres são encorajadas a recrutar a agência masculina a seu serviço, dado que o sistema de gênero as desencoraja a desenvolver o seu próprio. Portanto o preço do sexo é a agência masculina, tipicamente emoldurada como um relacionamento compromissado. Quando mulheres são promíscuas e portanto "dão fácil demais", a pressão competitiva derruba o preço do sexo e portanto danifica os interesses femininos (como tradicionalmente entendidos).

As implicações aqui são bastante deprimentes; já que mulheres são encorajadas a experimentar poder mediante recrutamento da agência masculina, promiscuidade opõe-se ao poder feminino tradicional erodindo a posição de barganha das mulheres. Mulheres sao encorajadas pelo sistema tradicional de gêneros a experimentar sua sexualidade sendo vencidas e conquistadas, em vez de obtendo algo que elas desejam (i.e. satisfação sexual). Mulheres também são encorajadas a ver homens como adversários, e a ver a defesa da liberação sexual feminina por parte dos machos como uma ameaça à sua segurança material ("eles apenas querem sexo fácil, esses cafajestes!").

Em conclusão, o DPP não foi "inventado pelos homens" - pelo menos metade do DPP é um padrão mantido pelas mulheres intencionado a sustentar o poder feminino tradicional mediante a preservação do valor do sexo e portanto maximizando a agência que as mulheres podem recrutar em retorno por conceder acesso sexual. Os imperativos do DPP conflitam entre si, e o transacionalismo sexual implícito do DPP estabelece uma situação adversarial que sabota a satisfação sexual para ambos os sexos.

O Duplo Padrão de Conformidade de Gênero na Infância


Um duplo padrão comum em nossa sociedade é aquele relacionado à conformidade de gênero entre crianças. Observe a facilidade com que nossa sociedade aceita meninas passando por uma fase tomboy. Compare isso com a preocupação que acompanha qualquer menino que possa querer brincar de bonecas. É um "isso é normal, ela vai crescer e deixar essas coisas em alguns anos" para a jovem menina que quer brincar com os meninos, mas se um garoto confessa gostar de rosa ele é imediatamente suspeito de ser homossexual ou uma falha de gênero.

Esta é uma cnsequência óbvia do fato que maturação biológica da fêmea (e portanto conformidade de gênero) é visto como uma coisa automática que "simplesmente acontece". Como mulheridade é vista como biologicamente inata, as ações da mulher não são vistas como a fonte primária de valor com a qual ela possa contribuir para a sociedade.

Maturação biológica masculina, por outro lado, não é garantia de ser capaz de realizar as tarefas socialmente requisitadas para o macho. Ser um "homem de verdade" (i.e. capaz de contribuir com virtude masculina para a sociedade) não é algo biologicamente garantido. Desde qe conformidade do gênero masculino é avaliada não pelo que ele é mas pelo que ele faz, as ações de um homem colocam todo seu valor social em risco.

Muitos teóricos de gênero argumentam que a sociedade se preocupa mais com os machos porque nossa sociedade alegadamente valoriza tratos masculinos em detrimento dos femininos; isto conflita com o fato que tratos femininos são elogiados quando são exibidos por mulheres (e também conflita com o fato que historicamente as sociedades têm sacrificado os homens para proteger as mulheres; sociedades não sacrificam membros de alto valor por membros de menor valor). Biologia implica que um homem que age como fêmea não pode realizar a tarefa feminina principal socialmente estabelecida (dar à luz), e portanto para ele ser feminino representa um potencial perdido (mas quando uma mulher age femininamente isso não é uma ameaça). Portanto, um homem que age de forma feminina não é notado como uma mulher social, mas como um neutro social (um macho ômega).

Porém, dado que tanto homem quanto mulher são (de fato) agentes e a virtude masculina é dependente não do que se é mas do que se faz, fêmeas podem de fato contribuir com valor masculino em algum grau pelo menos (e o movimento feminista tem tem influenciado as pessoas a aceitar a realidade da agência feminina, e até mesmo celebrar quando mulheres trangridem papéis de gênero). Como tal, mulheres podem "acrescer valor" mediante a não-conformidade de gênero, enquanto homens não; fêmeas podem ser socialmente andróginas enquanto homens (devido sua incapacidade de realizar a tarefa feminina principal sob o sistema de gênero) só podem ser neutros sociais.

Portanto, é a Dicotomia Sujeito-Objeto (e não qualquer suposta valoração da masculinidade como superior à feminilidade) que forma a base para o Duplo Padrão de Conformidade de Gênero na Infância.

O Complexo Madonna-Whore e Evaluações do Caráter Moral em Gênero


Nosso sistema de gênero influenciou os padrões éticos que são colocados em ambos os sexos. No caso deste problema, enquanti homens são sujeitos aos padrões éticos normais, as mulheres não o são; questionamentos sobre o caráter de uma mulher são inteiramente centrados em volta de ela ser ou não casta.

Este é um subproduto óbvio da dicotomia sujeito-objeto, que classifica mulheres como pacientes morais. Como mulheres não são vistas como agentes morais, elas não tratadas como sujeitas a padrões morais ou como se possuíssem capacidade para grande virtude moral (ou vício).

Difamação de promiscuidade debaixo do sistema de gênero é explicada acima, porém é óbvio que as normas religiosas influenciara, o Complexo Madonna-Whore (é só olhar o nome!). Religião é um sistema separado do de gênero (apesar de ambos claramente interagirem), e religiões abraâmicas monoteístas condenam a promiscuidade em ambos os sexos (não somente mulheres). Mulheres, porém, são difamadas sob ambas as normas, a religiosa e a de gênero, enquanto homens são difamados por transar "por fora" em um conjunto de normas mas são elogiados por fazer essa mesma coisa diante do outro sistema.

Esta confluência das normas de gênero e religiosa, aliada à objetificação da mulher debaixo do sistema de gênero, explica por que a castidade e promiscuidade são tão fortemente enfatizadas em discussões sobre o caráter da mulher: mulheres tipicamente são liberadas da obrigação com os padrões relacionados a outros assuntos (minimizando tanto seus vícios quanto suas virtides), então o padrão Madonna-Whore preenche esse vácuo.

Conclusão


O texto acima é um sumário de toda minha teoria de gênero como expressa em todos os meus artigos anteriores. Eu acredito ser esta uma explicação superior do sistema de gênero, para ambos os sexos, que as teorias correntes aceitas na maioria dos departamentos de estudos de gênero. Retornos, comentários, sugestões e críticas são encorajados.

META
Título Original SUMMA GENDERRATICA: The Anatomy of the Gender System
Autor YetAnotherCommenter
Link Original http://honeybadgerbrigade.com/2014/02/27/summa-genderratica-the-anatomy-of-the-gender-system/
Link Arquivado https://archive.today/RHsei

domingo, 13 de novembro de 2016

"Estoicismo é uma Virtude Feminina" por Jim Doyle

Estoicismo é uma Virtude Feminina

Estoicismo é uma virtude feminina tanto quanto masculina. É de fato o centro da vida adulta, tanto do homem quanto da mulher. É comum hoje em dia ouvir estoicismo denunciado como uma forma de "masculinidade tóxica". A resposta a isto foi melhor colocada em um comentário do blog (que não consegui achar): "Nós temos saído de uma cultura de dignidade para uma de vitimismo". As denúncias de serenidade estoica diante da adversidade, mesmo que pouco articuladas certas vezes, são um sintoma desta mudança cultural.

Em minha família as mulheres de ambos os lados eram bastante duronas. Eu notei agora que de suas diversas maneiras elas eram todas estoicas. Epíteto diz que o melhor caminho é determinar o que se pode controlar e o que não se pode; mudar o que se pode e aceitar o que não se pode. Em anos recentes tem havido um dito "É o que é", e eu acho que é basicamente a mesma coisa. As mulheres de minha família tinham um ditado "Você pode chorar se quiser, mas apenas vai acabar com dor de estômago e a mesmo maldito problema".

Eis um surpreendente exemplo de estoicismo e provocação e de força para ajudar os outros que isso dá. Nós comumente ouvimos sobre como colocar mulheres em combate será desastroso porque elas irão desabar de medo e precisar de proteção. Claramente isto não é verdadeiro para todas elas (ou mesmo para muitas). Da News Tribune (Tacoma):
Quando era uma garotinha, Mary Dague sonhou que elas iria crescer para exercer superpoderes. Ela os usa no Iraque. É lá onde ela se coloca entre um explosivo e seu time num esquadrão antibombas do Exército. Ela "abraçou a bomba", perdendo ambos os braços a fim de proteger os parceiros da explosão. Agora duplamente amputada, Dague ainda está salvando vidas.

Sua assistência online é chamada "Mary Wonderburns" e isto sumariza toda sua abordagem.
Ela trabalha com um humor negro comum entre veteranos, o que mostra que ela entende as repercussões duradouras das guerras do Iraque e Afeganistão, mas que ela não deixará que a incapacitem. "Eu não poderia deixar que todo este incidente mudasse o que eu era", ela dizia; "Caso contrário, eles venceriam".

Em seu caso o fato de ela confrontar e aceitar a realidade lhes dá credibilidade com aqueles caras.
"Ela desarma veteranos lidando com experiências traumáticas, usando uma combinação de conversa franca sobre sua própria vida, humor negro e uma persona online chamada Mary Wondernubs. Ela traz pessoas da beira do suicídio e aflitas com esposas de soldados fora de combate. Eu não poderia estar aqui se Mary não tivesse me atendido ao telefone", diz um veterano em lágrimas num vídeo recente que a Kleenex produziu para a divulgação do Dague. "Eu não estaria aqui".

Provavelmente sua própria experiência de dor e cura é o que a orienta quão difícil pode ser a superação para alguém com o mesmo tipo de dor.
Dague também aparece proeminentemente em um livro de fotografias chamado "Always Loyal", que foi distribuído no mês passado pelo artista Michael Stokes. Ele mostra em sua maioria imagens desnudas de amputados de guerras em poses atordoantes. Muitos são homens musculosos. Stokes mostra Dague como uma versão da estátua sem braços, a Vênus de Milo. Ela também aparece em outras imagens como um anjo. Stokes em entrevistas a chamou de herói várias e várias vezes. E, no último verão, Kleenex liberou um vídeo de dois minutos focado em um veterano cuja esposa Dague salvou quando ela pediu por um soldado pensando em suicídio. Dague dialogou com o estranho. Ela queria contar-lhe que ela sobreviveu ao Iraque, ao câncer de mama e ao divórcio. Ele podia prosseguir. "Eu deixei uma mensagem", ela disse. "Eu lhe expliquei quem eu era, pelo que passei. Eu disse 'cara, não desista; por favor não desista; nós podemos superar isso. Algumas horas depois ele começou a me escrever. Ele começou com 'Ah, me deixa em paz'. Eu disse 'De jeito nenhum'. A conversa ajudou o veterano a superar sua crise e eventualmente reconectar-se com a família.

Quando alguém sofre imensa dor e a canaliza para esse tipo de cura, tudo o que se pode fazer é se recolher e aplaudir, e esperar que se seja capaz de encontrar a mesma força sob as mesmas circunstâncias. Qualquer um que imagine que isto glorifica a guerra que causou tais injúrias está deliberadamente desviando-se do ponto. Não existem exemplos não-militares disso, mas eu não me lembro de ninguém que tenha enfrentado tamanha adversidade. Estoicismo é uma virtude feminina. Existe um monte de mulheres e homens que poderiam entrar em contato com esse tipo de feminilidade.

META
Título Original Stoicism is a feminine virtue
Autor Jim Doyle
Link Original
http://honeybadgerbrigade.com/2015/12/15/stoicism-is-a-feminine-virtue/
Link Arquivado https://archive.today/wshfI

"Nerds e Feminismo..." por ToySoldier

Nerds e Feminismo: Feministas Agindo Maldosamente

Já estamos na segunda semana do ano, e feministas começaram o ano em grande estilo indo atrás dos homens mais opressores de todos os tempos: os nerds.

OK, feministas se empenharam em grandes disputas de espancamento contra nerds no verão passado com a radiação do GamerGate. A rodada corrente, porém, tem uma causa distinta.

Scott Aaronson, um blogueiro e cientista, escreveu um comentário descrevendo seu medo de aproximar-se de mulheres quando era mais jovem:
Eu passei meus anos de formação - basicamente dos meus 12 até 20 anos e meio - sentindo-me não "beneficiado", nem "privilegiado", mas apavorado. Eu andava apavorado que uma das minhas colegas de classe viesse de alguma maneira a saber que eu a desejava sexualmente, e no instante que ela soubesse, eu seria zombado, chacoteado, chamado de esquisitão e assustador, talvez até expulso da escola ou posto na prisão. E além disso, que as pessoas que fizessem tais coisas a mim estivessem de alguma forma moralmente corretas em fazê-lo - mesmo que eu não pudesse entender como.

O medo de Aaronson adveio do feminismo, especificamente a noção feminista que todas as interações entre homens e mulheres contivessem um diferencial de poder que homens usam para explorar as mulheres. Aaronson tentou conformar-se às demandas feministas, mesmo assim isto apenas piorou a situação, a ponto de ele ter contemplado suicídio.

Alguém poderia pensar que tais revelações motivariam simpatia, mas estaria errado. O que se seguiu foi um amontoado digital de feministas da maior parte dos blogs esquerdistas e feministas mais proeminentes. Todos empregaram o mesmo argumento: Aaronson é um idiota beneficiado e privilegiado. Ele respondeu a esses comentários, notando que feministas estavam apenas mostrando como seu medo era justificado. Como ele notou:

Eu tomei o mais dramático e auto-sacrificial passo que eu poderia tomar que as pessoas vissem como eu era, em vez de acordar para alguma moldura mental de "homem cientista beneficiado, privilegiado da elite". E muitos responderam usando a moldura ainda mais firmemente, retorcendo minhas palavras até elas encaixarem, e então congratulando-se uns aos outros pela sua bravura nesse proceder.

Aqui, claro, esses twitteiros (e facebookeiros e redditores) inconscientemente ajudaram a basear meu argumento por mim. Alguém ainda não entendeu o tipo de medo paralisante que eu tive que suportar quando mais jovem, que milhões de outros nerds suportam, e que eu tentei explicar no comentário - o medo que pessoas civilizadas fossem condenar-te assim que descobrissem quem você realmente é (mesmo que a realidade pareça longe de incomumente ruim), que sua única escapatória seja mentir ou esconder-se?

Mesmo assim, esta resposta instigou nada além de críticas de feministas, e o amontoado continuou. Por exemplo, Harris O'Malley escreveu dois artigos sobre Aaronson, porque aparentemente apenas um soco malévolo nos intestinos não era o suficiente. O'Malley inicia seu segundo golpe em sua solenidade:
Esta ideia - de que nerds e geeks são injustamente malignizados, que eles são o nível mais baixo do totem social e são incompreendidos, caluniados e perseguidos (!) - é bem comum. Somos oprimidos! Temos sido vítimas de valentões, azucrinados e insultados, como podemos ser privilegiados?!

Esta é uma réplica feminista comum. A intenção é óbvia: como homem, nada de ruim pode verdadeiramente te acontecer. Sua vida é uma moleza. O'Malley demonstra esse argumento fazendo um monte de falatório ácido contra nerds sobre quão horríveis são as coisas para mulheres. Coisas ruins acontecem a mulheres, e tais coisas não ocorrem a homens (exceto quando ocorrem...), ergo ... vis à vis ... concordantemente ... homens são privilegiados.

O'Malley tenta sofismar daí:
Uma das respostas mais comuns que homens têm em discussões sobre privilégio - especialmente quando intimados a reconhecer seus privilégios - é negar que ele exista. "Minha vida não tem sido fácil", eles podem dizer. "Olhe de todas as formas, minha vida não tem sido justa! Olhe de todas as formas que eu tenho me estrepado!" E sejamos justos: eles não estão errados. Sim, homens, mesmo os brancos héteros, lidam com coisas ruins na vida. Eles podem ser pobres. Podem ser doentes ou ter deficiências. Suas vidas podem bem ser uma longa série de episódios onde Lucy tira a bola de Charlie Brown. Os deuses podem bem tê-lo selecionado para ser um eterno idiota azarado, fadado a sofrer em favor da diversão de um cosmo indiferente.

Sinto um cheirinho de "porém" vindo:

Porém, eis onde o privilégio aparece: por ruins que possam ser as coisas, quão piores elas poderiam ser se ele fosse gay? Se fosse trans? Se fosse uma minoria étnica?

E se fosse uma mulher?

Porque, como todos bem sabemos, nada é pior que ser mulher. É muito melhor ser homem gay, transgênero, ou uma minoria étnica do que ser mulher. O mínimo que pode acontecer àqueles três grupos é que as pessoas simpaticamente tentarão:


Em contraste, mulheres serão "assediadas, perseguidas, ameaçadas, caçadas de suas casas e até mesmo SWATeadas sobre opiniões acerca de video games", o que nunca acontece com homens.

Tudo o que esse embaraçamento da vítima faz é lembrar aos nerds que o que aconteceu a eles não foi tão ruim. Poderia ser "pior", como se possuir um cromossomo X, pele escura, ou uma preferência sexual por membros do mesmo sexo tornasse a intimidação, discriminação e ódio doer mais.

O'Malley também tenta o joguinho do "eu sou um de vocês":
Não me levem a mal: eu sou mais que simpático aos meus companmnheiros geeks. Eu escrevi antes sobre crescer com os mesmos medos, crenças auto-restritivas e problemas de identidade que vêm com ser uma pola pálida e esquisitona de ansiedades.

Novamente, sinto um "porém" chegando:
Porém, o problema é que não somos os oprimidos; nós apenas continuamos nos dizendo que somos.

Para registrar, "porém" é um termo de negação. Ele é usado para mostrar que a cláusula anterior não é inteiramente verdadeira. Então, o que O'Malley realmente quer dizer é que ele não é simpático aos geeks. De fato, ele pensa que os problemas que eles enfrentam estão todos em suas cabeças:
As histórias que nos contamos a nós mesmos moldam como vemos o mundo, e a ideia que nerd s geeks são fracos, sem poderes e socialmente indesejáveis acaba nos cegando não apenas para nossa real posição no mundo, mas para os efeitos da nossa própria conduta. Quando você diz a si mesmo que você é o herói por tempo o bastante, você tende a não ver que está agindo como o vilão.

Batman, tem algo que gostaria de compartilhar?



Não apenas O'Malley cita erroneamente o adágio (o correto é "ou você morre herói ou vive o bastante para se ver tornando vilão"), mas ele segue com um
Agora sejamos claros: não estou chamando os geeks de o cara mau.

Pelo amor de ...



O'Malley afirma: "Quando você diz a si mesmo que você é o herói por tempo o bastante, você tende a não ver que está agindo como o vilão". Eu vou colocar de lado a óbvia ironia de essa afirmativa vir de alguém que perdeu dois longos artigos surrando nerds. As afirmações citadas implicam que se você é um nerd que se considera um cara legal, então você na realidade é um vilão.

Ainda assim sinto mais um "porém" se aproximando:
Porém, mitologizando os nerds como pessoas sem auto-estima e sem poder, acabamos não vendo como tratamos mal os outros ao agir, ironicamente ... da mesma forma que os atletas e valentões agem contra nós.

Você sabe, não acho que isto vai vem com interrupções, então vou postar a citação toda na sequência:

As histórias que contamos a nós mesmos moldam como vemos o mundo, e a ideia que nerds e geeks são fracos, sem poder e socialmente indesejáveis acaba nos cegando não apenas para nossa verdadeira posição no mundo, mas para os efeitos de nossa própria conduta. Quando você diz a si mesmo que você é o herói por tempo o bastante, você tende a não ver que está agindo como o vilão.

Agora sejamos claros: não estou chamando os geeks de o cara mau. Porém, mitologizando os nerds como pessoas sem auto-estima e sem poder, acabamos não vendo como tratamos mal os outros ao agir, ironicamente ... da mesma forma que os atletas e valentões agem contra nós.

Estou totalmente impressionado. Esta é uma dupla negação. O'Malley acusa nerds de fabricar suas experiências negativas e acusa que eles são vilões, depois acusa que não são vilões, e então imediatamente reacusa-os de serem vilões. É raro ver esse de duplo padrão da mais alta qualidade fora da política. Novamente eu estou muito impressionado.

O'Malley não acabou ainda. Ele não apenas quer que nerds conheçam que nada ruim de fato acontece com eles e que com outros grupos (mas de verdade mesmo só com mulheres) é pior, mas que nerds agora são os populares:
Francamente, os nerds venceram. A cultura nerd é cultura, ponto. Dos 50 filmes mais lucrativos de todos os tempos apenas um deles - Titanic - não é um quadrinho ou propriedade geek. Guardians of the Galaxy foi o filme mais lucrativo do ano. The Avengers: Age of Ultron e Star Wars: The Force Awakens são os arrasa-quarteirões mais aguardados de 2015. A lista da TV Guide dos programas mais populares da América inclui Marvel’s Agents of SHIELD, Game of Thrones, The Walking Dead, The Originals, Sleepy Hollow, Reign e Arrow. Qualquer Barnes and Noble está estufada de toneladas de brinquedos, calendários e extravagâncias do Doctor Who. Video games saíram da província dos "molecões imaturos vivendo no porão" para algo que todos fazem - os atletas jogam tanto Call of Duty, Destiny e NFL 2015 quanto os geeks e todo mundo com seus cachorros estão jogando Angry Birds, Bejewelled e Candy Crush Saga. Todas as nossas vidas - trabalho, amizades, romance - tomam lugar online agora. Joss Whedon está no comando de uma das mais ambiciosas e frutíferas franquias de cinema de todos os tempos; Elon Musk está posicionando-se a si mesmo como um Tony Stark da vida real; Bill Gates dominou nossos computadores; Steve Jobs redefiniu como consumimos música, televisão e colocou a Internet em todos os bolsos; Bill Nye the Science Guy está no Dancing With the Stars; Neil deGrasse Tyson é uma tremenda estrela, e Mark Zuckerberg sabe quando você se masturba controla sua vida social.

Você quer dizer, assim como todo mundo ouve hip hop e R&B, ama atletas negros, adotou o estilo e gírias das comunidades negras, desfruta de sua comida, copia seus penteados e trejeitos, e elegeu duas vezes um presidente mestiço? Certamente se todas essas coisas aconteceram então não há como os negros ainda sofrerem racismo, certo? Isso deve ter acabado, basta ver quantas pessoas aceitam-nos e aceitam sua cultura, correto?

É como se O'Malley não tivesse nenhum conceito de cultura e interesses populares. Que estas coisas nerds atinjam a cultura pop não quer dizer que todos as aceitam. Só quer dizer que elas estão na vibe do momento. O garoto usando óculos nerds sem lentes é chique; o garoto usando óculos nerds para corrigir problemas de visão será zombado. Sim, você pode vestir sua camiseta The Avengers, mas se falar da HQ, as pessoas vão te odiar. Você pode ver Lord of the Rings dúzias de vezes, mas se citar élfico, as pessoas vão te achar um otário. Você pode gostar de Neil deGrasse Tyson, mas se tiver um "nerdgasmo" sobre Física como o Tyson ocasionalmente tem, as pessoas vão te achar um bichinha.

Existe um limite do que é aceitável, e o limite é ser um fã genuíno. Se você gosta de nerdices porque as acha genuinamente interessantes, você é, foi, e sempre será considerado um perdedor. Quer provas? Leia os artigos de O'Malley.

Ele encerra com um:
Sempre que escrevo qualquer coisa sobre assuntos feministas ou crítica à cultura geek, eu encontro pessoas querendo saber por que ataco homens e/ou nerds. E a razão é simples: eu amo nerds, Eu amo a cultura geek. Eu quero vê-la crescer, florescere quero vê-la tornar-se uma maravilhosa força de criatividade e cultura e comunidade que eu sei que pode ser. E é porque eu a amo que eu tendo a ser tão duro com ela. Nós podemos ser tão melhores do que somos se apenas estivermos dispostos a reconhecer e abordar nossas próprias crenças e atitudes nojentas.

Vou largar o sarcasmo por um momento, para dizer que acho incrivelmente contraproducente dizer a alguém que tem sido repetidamente vítima de intimidação que é tudo coisa da sua cabeça e que ele de fato não é vítima. A antipatia é inteligível, dada a ideologia dirigindo esse argumento, mesmo assim não posso mensurar como alguém pode ser tão cego a ponto de não notar quão danosas e odiosas tais asserções são. Igualmente, falho em ver o valor de desgraçar nerds intimidados e silenciá-los usando o joguinho do "com mulheres é pior".

Eu noto que o artigo de O'Malley não é destinado a nerds ou geeks. Mesmo assim, alguns deles ainda o lerão, e eu espero que eles tenham auto-estima o suficiente para não permitir que esse tipo de culpabilização invectiva da vítima os faça pensar que são más pessoas por causa de seus interesses ou por falar de suas experiências negativas.

Eles não são.

META
Título Original Nerds and Feminism: Feminists Behaving Badly
Autor ToySoldier
Link Original https://toysoldier.wordpress.com/2015/01/12/nerds-and-feminism-feminists-behaving-badly/
Link Arquivado http://archive.today/XYLI0

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

"A Exposição de Hillary Clinton Revela Uma Perturbadora Desigualdade Entre os Sexos" por Hannah Wallen

A Exposição de Hillary Clinton Revela Uma Perturbadora Desigualdade Entre os Sexos



Em 2014 um escândalo sexual expôs o conluio antiético entre a mídia jornalística dos [video] games e as conexões com a indústria dos games, junto com a corrupção dentro de ambos, a mídia e a indústria, incluindo censura, competições de cartas marcadas, e invasão por facções políticas inclinadas a forçar sua perspectiva nos consumidores dessa indústria.

A revolta resultante por parte dos consumidores, conhecida pelo nome da hashtag do twitter que foi seu primeiro eixo não-censurado de comunicação (#Gamergate), foi para muitos indivíduos que de outra forma estavam sem interesse na política o primeiro vislumbre de um problema que estava se montando na mídia e na política por décadas.

Dois anos após o GamerGate, assistir a como as descargas de informação do Wikileaks se sucederam foi uma verdadeira jornada. Há segmentos do público que claramente não estavam surpresos, apenas contentes de ver tais coisas expostas. Outras ficaram chocadas e consternadas, com a óbvia privação de voto dos apoiadores de Bernie Sanders como resultado. Estes votantes agora sabem que o processo de eleição das primárias de seu partido é uma farsa, com candidato escolhidos pelas elites do partido e manobrados em seus lugares por quaisquer meios necessários. Seu interesse como eleitor importa bem muito menos no processo que os objetivos dos líderes do partido. Republicanos reagiram a uma revelação similar nos hábitos de voto dos legisladores de seu partido pela rejeição de cada um dos internos na primária em favor de um candidato que as elites imploraram para que não fosse escolhido.

Com os despejos do Wikileaks das últimas semanas, nós apendemos que o que foi revelado sobre o processo da eleição primária era só uma parte da história, com os escândalos recém expostos incluindo uma macabra lista de condutas antiéticas, corruptas e, em diversas instâncias, ilegais . A mídia corrupta que estava mancomunada com a campanha de Clinton e com departamento de estado lutou para manter tudo isso longe de explodir na sua cara. A imprensa de inclinação esquerdista perceptivelmente ignorou a história. Mídias sociais como o Twitter tentaram estrangular o debate mediante manipulação artificial das hashtags e suspensão ou banimento-branco[NT1] críticas a Clinton durante a controvérsia. O público ainda conseguiu se arranjar para discutir a informação, apesar disso. Tão rápido quanto o twitter artificialmente removia hashtags relacionadas às controvérsia dos trendings, os usuários criavam outras, compartilhando suas próprias observações juntamente a ligações para canais alternativos de mídia que reportavam a história.

Uma das coisas mais interessantes, porém, tem sido as táticas de distração cuidadosamente cronometradas. Entre republicanos atacando o histórico sexual de Bill Clinton e o campo de Hillary procurando desviar a sua crescente lista de escândalos , a corrida final da eleição começou numa batalha de acusações sexuais.

É ao mesmo tempo fascinante e horripilante ver como estas acusações, vindo de ambos os lados da cerca política, podem ser tão facilmente utilizados para distrair dos assuntos mais pesados que mesmo o mais frágil deles ganha a atenção do establishment midiático no meio de uma forte tropeçada das entregas dos emails de Podesta. A mídia alternativa achou uns buracos muito suspeitos nessas acusações, mesmo assim eles permaneceram no foco dos especialistas e comentaristas. Até as liberações dos emails de Podesta se tornarem uma mancha grande demais para ignorar, coisas como o aparelhamento da campanha de Clinton ser colocada em segundo plano em para as acusações de má conduta sexual, o reporte nisto aparenta seguir o caminho da história "Jackie", da Rolling Stone [NT2].

Então, para o que apoiadores de uma agora abertamente corrupta campanha para uma agora abertamente corrupta política recorrem quando a reputação de seu candidato favorito está tão ruim a ponto de não ser mais alavancada por alegações de má conduta sexual contra seu oponente?


Imagine tentar silenciar uma discussão sobre a corrupção criminal de um político homem alegando que seus críticos estão apontando-o por causa de seu sexo. Uma tentativa estúpida de desvio como essa nunca funcionaria.

Nem as anteriores táticas baseadas no sexo que foram usadas pela campanha e pelos apoiadores de Hillary. Candidatos homens não levam a sério citar seu sexo como razão de considerarem-nos qualificados para o ofício. Eles não saem impunes com alegações de estarem representando todo o seu gênero. Apenas candidatas mulheres têm o privilégio de substituir esforços reais de campanha com tais insultos à inteligência do eleitorado. Que vexaminoso deveria ser para uma mulher quando isto realmente funciona!

Será que tantos são apanhados nesse chamado de trombeta de "primeira mulher presidente" que vão ignorar tudo o mais acerca de seu candidato?

Nós estamos falando sobre uma secretária de estado que sabida e deliberadamente envolveu-se numa egrégia violação de protocolos de segurança nacional , vendeu cargos comissionados a seus benfeitores de campanha e fundação, e fez negócios de armas com governos sob a mesma espécie de arranjo financeiro. Hillary Clinton é tão corrupta que a exposição das comunicações dela e de seus associados revelou tantos escândalos que teria espaço para uma lista dos cem mais.

O que significaria se ela fosse capaz de usar narrativas de mulher vítima e a cartada vaginal para desviar as coisas do seu caminho ao longo da eleição? Como uma mulher isenta de responsabilidade por suas ações pode ser capaz de explorar o ofício da Presidência dos Estados Unidos?

A tolerância dos americanos traduzir-se-á numa Madame Presidente vendendo posições de autoridade para os benfeitores financeiros da sua fundação? Ela escaparia de vender a nação a interesses estrangeiros que a estão financiando hoje? Istro incluiria também aqueles que estão financiando o ISIS?

Como uma candidata que não pode ser tomada por responsável por agir imprudentemente com a segurança nacional como Secretária de Estado pode ser confiada para proteger-nos como Comandante Suprema das Armadas?

Durante uma entrevista com a Vogue, no comecinho deste ano, Hillary Clinton foi perguntada se os EUA estão prontos para uma mulher na presidência. Esta foi uma questão suave, preparada para dar-lhe a oportunidade de inferir que qualquer um que não votasse nela deve estar nutrindo atitudes e crenças sexistas ultrapassadas, e é exatamente isso que ela fez.

Fazendo isso, ela inadvertidamente deu ao público uma dica de como ela, sua campanha e as respostas de seus contribuidores a seus mais recentes escândalos deixam claro: a resposta é não.

Permitir a qualquer um que esteja acima de críticas manejar esse montante de autoridade é extremamente perigoso. Isto deixa o país incapaz de demandar qualquer grau de integridade e responsabilidade de nossa liderança ... que seja improvável, talvez mesmo incapaz de verificar esse poder com a decisão de removê-la de sua posição acaso ela abuse de tal. Nós já temos um problema sério o bastante com isso simplesmente em razão da lealdade partidária. Não podemos nos dar ao luxo de piorar. Se ser uma mulher significa estar acima de críticas, então não estamos prontos para uma mulher deter um ofício com comando e influência associado à Presidência dos Estados Unidos. Nós jamais estaremos prontos para uma mulher na Casa Branca enquanto a cartada vaginal ainda for tratada como um passe livre de culpas.

FootNotes:
  • NT1: No original, shadowban, uma forma de banimento em que a pessoa ainda tem sua conta ativa e funcional na rede social, porém suas postagens não ficam visíveis ou destacadas para seus seguidores.
  • NT2: resumindo muito, mas muito mesmo (isso merecerá uma pesquisa!): uma acusação de estupro coletivo contra uma república de estudantes nos EUA ganhou as páginas da revista Rolling Stone; isto obrigou a dita fraternidade a fechar. Depois, descobriram-se muitos furos e desencontros no caso, o que fez a revista retratar-se. "Jackie" é o nome da garota. O nome da reportagem é "A rape on campus".
META
Título Original Hillary Clinton’s exposure reveals a disturbing inequality between the sexes
Autor Hannah Wallen
Link Original http://honeybadgerbrigade.com/2016/11/05/hillarys-campaign-shows-its-not-time-to-put-a-woman-in-the-white-house/
Link Arquivado http://archive.is/kS5sH

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