sábado, 29 de outubro de 2016

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - Parte XV

Conclusão


Para sumarizar meus pontos principais: Alguns homens sortudos estão no topo da sociedade e desfrutam das melhores recompensas da cultura. Outros, menos afortunados, têm suas vidas trucidadas por ela. Cultura usa tanto homens quanto mulheres, mas a maior parte das culturas os usa de maneiras um tanto diferentes. A maioria das culturas vê o indivíduo homem como sendo mais descartável que indivíduos mulheres, e esta diferença é provavelmente baseada na natureza, em cuja competição reprodutiva alguns homens são os grandes fracassados e outros homens são os maiores vencedores. Portanto ela usa homens para os muitos serviços arriscados que tem.

Homens vão a extremos mais que mulheres, e isto se encaixa bem na cultura usando-os para tentar um monte de coisas diferentes, recompensando os vencedores e esmigalhando os fracassados.

Cultura não é sobre homens contra mulheres. No panorama geral, progresso cultural emerge de grupos de homens trabalhando com ou contra outros homens. Enquanto mulheres se concentram nas relações mais próximas que habilitam a espécie a sobreviver, homens criaram a rede maior de relacionamentos superficiais, menos necessária à sobrevivência mas eventualmente habilitando a cultura a florescer. A criação gradual de riqueza, conhecimento e poder na esfera dos homens foi a fonte da desigualdade de gêneros. Homens criaram grandes redes sociais que compõem a sociedade, e homens ainda são os principais responsáveis por isso, mesmo que agora nós vemos que mulheres podem atuar perfeitamente bem nestes grandes sistemas.

O que parece ter funcionado melhor para culturas é colocar os homens uns contra os outros, competindo por respeito e outras recompensas que acabam sendo distribuídos muito desigualmente. Homens têm que provar a si mesmos produzindo coisas que a sociedade valoriza. Eles têm que superar outros rivais e inimigos em competições culturais, o que provavelmente explica por que eles não são tão amáveis quanto as mulheres.

A essência de como a cultura usa os homens depende de uma insegurança social básica. Esta insegurança é de fato social, existencial e biológica. Embutido no papel dos homens etá o perigo de não ser bom o bastante para ser aceito e mesmo o perigo de não ser capaz de agir bem o bastante para criar descendência.

A insegurança social básica da humanidade é desgastante para os homens, e não é muito surpreendente que tantos homens enlouqueçam ou façam coisas malignas ou heroicas ou morram antes das mulheres. Mas esta insegurança é útil e produtiva para a cultura, para o sistema.

Novamente, eu não estou dizendo que isto é correto, ou justo, ou próprio. Mas isto tem funcionado. As culturas que têm alcançado o sucesso usaram esta fórmula, e esta é uma das razões de elas terem prosperado em vez de suas rivais.


Roy F. Baumeister is Francis Eppes Professor of Social Psychology at Florida State University, in Tallahassee. His email address is baumeister [at] psy.fsu.edu. Further information on his research interests can be found _here .The speech that got Larry Summers out of a job as President of Harvard can be read __here. Steven Pinker has written a critique of the Summers kerfuffle. It can be read ___here.

Copyright © 2007 Roy F. Baumeister. All rights reserved.

"Da Masculinidade" por JT

Da Masculinidade


Michael Kimmel tem razão - masculinidades são tóxicas.

Alguns meses atrás, encontrei uma dessas masculinidades. Uma dupla de meninos adolescentes estava conferindo certas garotas. Isto era cultura do estupro.

Nas duas últimas semanas, a Presidente Drew Gilpin-Faust informou os estudantes de Harvard que em resposta a outra dessas masculinidades tóxicas, ela penalizaria membros de sororidades e fraternidades de mesmo sexo em um esforço para destruir tais organizações.

Ontem mesmo eu soube de uma terceira forma dessas masculinidades tóxicas. Era o caso de um veterano desabrigado - sujo, bêbado, malcheiroso, lamentando aos transeuntes e pedindo esmola: novamente, cultura do estupro (essa de verdade).

Masculinidades são tóxicas. Elas são tão tóxicas como vidro quebrados: seus cacos dilaceram.

Nos nossos dias, Centros Femininos, privados de problemas e tendo que criar mais eles mesmos, estão desconstruindo a masculinidade em masculinidades. Porém, nenhum deles sequer define "masculinidades". Eles nem mesmo definem masculinidade, a propósito. Eles desconstroem o que não definiram em subconjuntos que não definiram - a mentalidade feminista é uma ferramenta algébrica assombrosa.

Não existem masculinidades.

Existe a masculinidade, e podemos apenas descrevê-la, não defini-la. Ela é transparente - um ideal esquivo. Eu a vejo em minha mente. Sua face - negra, branca, asiática, todas de uma vez - é bonita. Seu corpo move-se com a graça de um Nureyev ou um Michael Jordan ou um carvoeiro. Sua mente foca com a força de um Newton ou de um pedreiro de construção civil. Seu peito se eleva com o músculo de um bodybuilder, vibra com a ressonância de um Pavarotti, e sussurra com o riso entre prantos de um Robin Williams. Ela revela a perfídia de um Darth Vader através da sabedoria de Luke Skywalker.

Homens conhecem masculinidade - como homens. Eu a amon tanto que meu desejo em emulá-la beira o sensual - e isso é divertido. O desejo por algo e o desejo de ser algo estão próximos. Eu não temo quando os desejos se cruzam.

Eu compito contra as facetas da "uma" masculinidade; e sempre perco. Porém, a perda me faz competir novamente: dar mais duro na academia, cuidar mais do meu corpo comendo corretamente, estudar mais, trabalhar mais, dormir mais, rir, cantar, dançar, brincar com meus filhos e fazer amor com minha esposa.

Porém, quando aquela "uma" é desconstruída, ela não mais se revela como faceta do "bem", mas como cacos despedaçados; e então eu me encontro competindo não com a masculinidade, mas na urgência de desviar dos cacos, com meus companheiros homens.

Reis e rainhas, ambos, construíram o código de cavalheirismo a fim de conseguir homens - geralmente, garotos - para morrer por eles. Depois disso, sociedades usurparam este código - o fizeram sobre mulheres. A construção do cavalheirismo leva inevitavelmente à desconstrução da masculinidade. As facetas desconstruídas da masculinidade tornam-se então armas afiadas - para usar, abusar e portar. Cavalheirismo compele homens a não competir com a forma da masculinidade ideal; em vez disso, os leva a competir entre si. É uma profecia auto-realizável que valida Michael Kimmel. Kimmel está correto mas apenas porque ele vive entre os cacos e, como um cavaleiro estéril ou um fofo unicórnio, empreende-se em correr, a peito nu, para salvar homens da dor que sua própria agência tenta nos infligir.

Como Kimmel e as feministas justificam essa desconstrução? Este é o verdadeiro womansplaining aqui: eles espram que respeitemos masculinidades da forma que respeitamos feminilidades. Feministas estão tão ocupadas feministanalisando pluralidades que se esquecem que homens encontram verdade e conforto na busca por singularidades.

De fato, Raewyn Connell, professora de Kimmel, primeiramente validou a palavra masculinidades. Logo após declarar a existência de masculinidades, ela mudou de sexo - bom pra ela - e então idetificou-se como um caco que machuca mulheres. Ela então descreveu mas nunca realmente definiu, diversas dessas masculinidades baseadas em um caco. Porém, Raewin nunca foi um homem. Ela foi uma mulher trans - eu estou feliz que ela tenha notado que era mulher - e isto implica que ela tinha a estrutura cerebral de uma mulher; ela validou as mesmas velhas pluralidades e estava biologicamente limitada para visualizar a beleza de uma singular masculinidade - entendo. Kimmel não. Mesmo se, de alguma torre de marfim, pudéssemos validar um plural, isto ajudaria nossos filhos a serem homens? Não, isto apenas montaria o CV de Kimmel: quanto mais masculinidades, mais artigos - sim, nós conhecemos esse jogo.

Mas vamos conferir algumas feminilidades que são valorizadas pelas feministas - pela diversão da coisa.

Ano passado, feministas aclamaram a música de Meghan Trainor "All about that bass" como um novo hino. A letra era uma cruzada pelo feminismo contemporâneo. Esta cantora não estava recuperando Jerusalém - seu soldado é ambicioso - ela estava "trazendo o bundão de volta". Sir Gawain e o Cavaleiro Verde, inebriados por esse banzé, deporiam suas espadas e escudos e genuflectiriam diante do altar de tamanha inspiração divina

Gloria Steinem protestou do altar para informar às mulheres que mulhgeres precisam de homens como peixes precisam de bicicletas. Em contrapartida, homens precisam de mulheres da mesma forma que Beethoven precisava de audição - ele não precisava. Newton inventou o Cálculo, Michelangelo esculpiu Davi, Dostoevsky escreveu "Os Irmãos Karamazov", caminhoneiros dirigem seus carros, e a América colocou homens na lua e os trouxe de volta em segurança - sem mulheres. Gloria Steinem ainda é um peixe. Sua protégé, Andrea Dworkin, aquela capciosa admiradora de homens, ainda é uma baleia. Gloria nada num submundo que seria privado de arte e ciência se não fossem os homens, enquanto ela informa às suas irmãs que há um lugar no inferno para elas se não votarem como ela demanda. (Na realidade, teria sido Madeleine Albright que disse isso - é uma droga eu não lembrar qual disse. Você sabe como é: uma vez que estas feministas começam a ficar velhas elas soam perversamente parecidas.)

Temos também o feminismo da Beyoncé, que, no mesmo lançamento, canta "Se ele me foder gostoso, eu levo aquela bunda até o Red Lobster". Depois ela pega um bastão nomeado "Hot Sauce" para esmagar janelas de carros porque aquela bunda a traiu. Se essa mulher parasse de inventar desculpas para sua irmã por violência doméstica ela poderia ser capaz de fazer as pazes com sua bunda. Eu aprecio o espírito de suas músicas, mas suas contradições informam minha compaixão por meus irmãos negros que estão sofrendo da arrogância de sua desinformação.

Então temos o feminismo do Time Nacional Feminino de Futebol. Elas alegam que geram tanto dinheiro quanto o futebol masculino. O time é inspirador e merecedor de honrarias - o presidente Obama as chamou de fodonas, mas elas não renderam o mesmo dinheiro. Seus argumentos são enganosos, se não hilários.

Se feministas preferem o plural para a feminilidade, quem sou eu para argumentar? - mas masculinidade só há uma.

A forma da masculinidade não machuca ou danifica homens e meninos. Homens veem a uma - nós percebemos com o olho da mente com ambos virtudes e vícios. Bem no outro dia eu peguei meu filho de doze anos para ver um novo filme de super-herói. Ao contrário de Michael Kimmel, meu filme sabe que o filme é tolo - mas meu filho é inteligente. Quando meu filho imagina ter superpoderes, ele sabe que está brincando. Eu não lhe dou sermão sobre sua imaginação desrespeitar mulheres. Eu o guio a respeitar a forma ideal de masculinidade, revelada pelos super-heróis: Newton, Beethoven, Michelangelo e Dostoevsky e os homens que coletam o lixo de nossas casas. Só porque feministas têm peixes e baleias para admirar, não significa que vou me esquivar de admirar as realizações masculinas que construíram a civilização. As realizações positivas da masculinidade empoderam meu filho; as suas negativas lhe afastam do caminho obscuro; e ele deve vê-las ambas como uma só. Nós não desconstruímos homens; nós respeitamos a masculinidade e seu contínjuo fluxo em si mesma entre luz e sombra. O respeito de um homem pelas mulheres deve vir de seu respeito pela masculinidade, não deve precedê-la nem substituí-la. Eu ensino a meu filho a que forma singular da masculinidade é boa, e ele deve aspirá-la e competir contra ela, mas nunca desconstruí-la ou desrespeitar seus companheiros homens.

Somente quando ela é desconstruída as masculinidades tornam-se tóxicas. Se Michael Kimmel quer desconstruí-la e ver um super-herói como tóxico, podemos apenas rir dele. A palavra da rua é que ele agora está convocando uma Guerra Santa: uma cruzada pela ala da Barbie no Toys R Us. na sua batalha sagrada, eu ponho minha aposta na Lady Barbie das Pernas Compridas.

De fato, mais palavras das ruas dizem que os Centros Femininos do país estão agora em conluio para erradicar as masculinidades tóxicas. Eles estão reiniciando um filme clássico. A liderança feminina (eles estão considerando Gilpin-Faust para o papel), enfrentando a carnificina da guerra do país contra os homens - uma carnificina que deixa as mulheres na rua, sujas, bêbadas, malcheirosas, lamentando aos transeuntes e pedindo esmola (esta sim é ficção) - reeditará a famosa frase aterradora modificada para a agenda feminista: "Mas Luke, querida, eu sou sua mãe".

- and Ghostbusters -

Eu também ensinarei meu filho e minha filha que homens e mulheres são fortes, bons, espertos e belos e que o feminismo é um movimento tóxico desde as entranhas. Feministas, preocupadas em serem fodonas, estão se tornando histéricas. (Já notaram que feministas são obcecadas em mulheres fodonas, que levam aquelas bundas ao Red Lobster, trazendo o bundão de volta e sendo atletas fodonas? Qual é a das feministas com o reto?) Em face da guerra sem inimigo definido, armadas até os dentes, elas estão abarrotadas na neurose.

Homens devem continuar a ignorar a palavra "masculinidades": ela é artificial e ridícula. Existe uma masculinidade, e recuperar o coro da Nona Sinfonia é sua satisfação: "E todos os homens se tornarão irmãos debaixo de suas gentis asas". Homens gays e héteros devem continuar a forjar a fraternidade final em respeito à masculinidade. Devemos focar nas suas facetas e nunca nos atrever a defini-la, mas admirar sua singular concepção; não temê-la - aspirá-la a tornarem-se nela e aceitar quando falharem; encorajar os outros homens a escalar novamente; tornar nosso ouvido a uma voz para homens e uma surdez para o feminismo.

Não somos Beethoven; mas, a exemplo de Beethoven, somos homens.
META
Título Original On Masculinity
Autor JT
Link Original http://www.avoiceformen.com/men/on-masculinity/
Link Arquivado https://archive.today/PByR6

"As Mulheres eram Oprimidas no Passado?" - Parte XIII-XIV

Conclusão


Nos anos desde a publicação de 'The Legal Subjection of Men', a realidade da sujeição legal dos homens tem mudado largamente em detalhes, mas fracamente em extensão.

Bax e seu coautor começam sua discussão observando "John Stuart Mill está morto! Mas à sua eloquente lamúria sobre a sujeição das mulheres jamais será permitida morrer - ela soa a nossos ouvidos todo dia" (p1).

Hoje em dia, o papel de Mill na gênese do feminismo é menosprezado, largamente devido ao seu sexo. Porém, a tese por ele defendida ainda 'soa aos ouvidos' e 'jamais será permitida morrer' hoje, 150 anos depois de ele tê-la escrito e mais de 100 desde que Bax e seu coautor redigiram sua igualmente eloquente mas largamente esquecida réplica.

Enquanto isso, recentemente redescoberto por uma nova geração de intitulados 'Ativistas pelos Direitos dos Homens', Ernest Belfort Bax está desfrutando de uma pequena ressurgência. Uma vez aplaudido como notável socialista britânico, ele agora está vindo a ser reconhecido como o esquecido ancestral do moderno Movimento pelos Direitos dos Homens. Enquanto isso, seu coautor, por bem ou mal, permanece anônimo até os nossos dias.

Referências

  • Bax 1909 "Women's Privileges and 'Rights'", Social Democrat, 13(9) September 1909, pp.385-391)
  • Curry 2010 The conditional effects of victim and offender ethnicity and victim gender on sentences for non-capital cases. Punishment & Society 12(4):438-462
  • Curry et al (2004) 'Does Victim Gender Increase Sentence Severity? Further Explorations of Gender Dynamics and Sentencing Outcomes', Crime&Delinquency, 50(3):319-343.
  • Demuth & Steffensmeier (2004) 'Impact of Gender and Race-Ethnicity in the Pretrial Release Process' Social Problems 51(2):222-242
  • Embry & Lyons (2012) 'Sex-Based Sentencing: Sentencing Discrepancies Between Male and Female Sex Offenders'. Feminist Criminology 7(2):146-162
  • Freiburger & Hilinski (2010) 'The Impact of Race, Gender, and Age on the Pretrial Decision' Criminal Justice Review 35(3):318-334
  • Hedderman & Hough (1994) 'Does the Criminal Justice System Treat Men and Women Differently' Home Office, UK.
  • Jeffries et al (2003) Pathways to Sex-Based Differentiation in Criminal Court Sentencing Criminology 41(2):329-354;
  • Langan & Dawson (1995) 'Spouse Murder Defendants in Large Urban Counties' (U.S. Department of Justice: Bureau of Justice Statistics)
  • Mustard (2001) 'Racial, Ethnic and Gender Disparities in Sentencing: Evidence from the US Federal Courts Social Science Research Network' XLIV:285-314.
  • Rodriguez et al (2006) 'Gender Differences in Criminal Sentencing: Do Effects Vary Across Violent, Property, and Drug Offenses?' Social Science Quarterly 87(2):318
  • Spohn & Beichner (2000) 'Is Preferential Treatment of Female Offenders a Thing of the Past? A Multisite Study of Gender, Race, and Imprisonment', Criminal Justice Policy Review, 11(2):149-184
  • Starr, (2012) Estimating Gender Disparities in Federal Criminal Cases (August 29, 2012). University of Michigan Law and Economics Research Paper, No.12-018
  • Streib (1997) 'America's aversion to executing women', Ohio Northern University Women's Law Journal, 1:1-8
  • Streib (2001) 'Sentencing Women to Death' Criminal Justice Magazine 16(1)
  • Streib (2002) Gendering the Death Penalty: Countering Sex Bias in a Masculine Sanctuary, Ohio State Law Journal 63:433
  • Streib (2006) Rare and Inconsistent: The Death Penalty for Women, Fordham Urban Law Journal
  • Williams & Holcomb (2004) The Interactive Effects of Victim Race and Gender on Death Sentence Disparity Findings Homicide Studies, 8(4):350-376
  • Wilczynski & Morris Parents Who Kill Their Children (1993) Criminal Law Review 31-36

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - Partes XIII-XIV

Conquistando a Masculinidade


A frase "Seja homem" não é tão comum quanto foi um dia, mas ainda há um certo sentido em que a masculinidade deve ser conquistada. Toda fêmea adulta da espécie humana é uma mulher e é qualificada a ser respeitada como tal, mas muitas culturas obstruem o respeito dos homens até que, e somente se, os garotos provarem tal masculinidade. Obviamente isto é tremendamente útil para a cultura, porque isto pode estabelecer os temos pelos quais machos conquistam respeito como homens, e desta forma pode motivar o homem a fazer coisas que a cultura julgue produtivas.

Alguns escritos sociológicos sobre o papel masculino têm enfatizado que para ser homem, você tem que produzir mais do que consome. Isto é, espera-se de homens que eles, primeiramente, sustentem a si mesmos: se alguém te sustenta, você é menos que homem. Segundo, o homem tem que criar alguma riqueza ou excedentes adicionais tal que ele possa sustentar a outros além de si mesmo. Estes outros além de si podem ser sua esposa e filhos, ou outros que dele dependam, ou seus subordinados, ou mesmo talvez apenas para pagar os impostos para que o governo possa usar. Independente disso, você não é homem a não ser que produza em tal nível.

Novamente, eu não estou dizendo que homens estão na pior em relação às mulheres. Há uma série de problemas e desvantagens que a cultura põe nas mulheres. Meu ponto é apenas que culturas definem os homens como úteis de certas maneiras bem específicas. Exigir que para conquistar respeito o homem produza riqueza e valor que possa apoiar a si mesmo e aos outros é uma dessas formas. Mulheres não enfrentam este particular desafio ou demanda.

Estas demandas também contribuem para vários padrões de comportamento masculinos. Ambição, competição, e esforço pela grandiosidade podem bem estar ligadas a esta exigência de lutar por respeito. Todos os grupos de homens tendem a ser marcados por desafios e outras práticas que lembram a todos que não tem respeito suficiente para esbanjar, porque este alerta motiva cada homem a trabalhar mais duro para conquistar respeito. Isto, incidentalmente, tem provavelmente sido uma fonte majoritária de atrito à medida que mulheres têm se movido para o mercado de trabalho, e organizações tiveram que se redirecionar para políticas em que todos merecem respeito. Homens não as projetaram originalmente para que todos fossem respeitados.

Uma das mais básicas e largamente aceitadas diferenças de gênero é agência VS comunicação. Agência masculina pode ser parcialmente uma adaptação para este tipo de vida social baseada em grupos maiores, onde as pessoas não são necessariamente valorizadas e é necessário lutar pelo respeito. Para ter sucesso na esfera social masculina dos grupos grandes, você precisa de um ego agente e ativo para lutar por seu espaço, porque ele não te é dado e apenas alguns conseguirão. Mesmo o ego masculino, com sua preocupação de provar-se a si mesmo e competir contra os outros, parece provavelmente ser projetado para lidar com sistemas em que haja uma escassez de respeito e você tenha que trabalhar duro para conseguir algum respeito - ou então acabará exposto à humilhação.

Isto É Tudo?


Eu não exauri todas as formas pelas quais a cultura explora os homens. Certamente há outras. O apetite sexual masculino pode ser direcionado para motivar toda sorte de ações e posta para impulsionar um tipo de mercado econômico no qual homens dão outros recursos (como amor, dinheiro, compromisso) em troca de sexo.

Culturas também usam indivíduos homens para propósitos simbólicos mais que homens. Isto pode ser de forma positiva, como no fato que culturas dão funerais mais elaborados e outros memoriais para homens que aparentam incorporar seus valores favoritos. E também pode ser negativo, tal como quando culturas arruínam a carreira de um homem e publicamente o execram, ou mesmo o executam por um simples ato que viole um de seus valores. Desde Martin Luther King até Don Imus, nossa cultura usa os homens como símbolos para expressar seus valores. (Note que nenhum dos dois veio a ser melhor por isso.)

"Por Que os MGTOW São Misóginos" por Lucius Svartwulf Helsen

Por Que os MGTOW São Misóginos

Uma mulher precisa de homem como um peixe precisa de bicicleta.

Eu tenho ouvido este dito por eras. Eu era jovem e este dito já era velho, o que, apesar de não ser tão longo quanto faz parecer, ainda é antigo o bastante. Porém, esta tem sido largamente considerado uma afirmação aceitável.

Mas quando você diz o equivalente: "Um homem precisa de uma mulher como um peixe precisa de uma bicicleta", algo estranho acontece. Ele é menos homem. É claro que u8m homem precisa de uma mulher, do que seria o homem sem a mulher? Afinal, por detrás de toda mulher está um grande homem (presumivelmente falando para ele ser grande ou fazendo ele ser grande).

E por detrás de cada grande mulher está um homem cansado de suas merdas. Ou era aquela mulher bonita? Não lembro agora.

Para quem ainda não sabe, MGTOW são os Homens que Seguem Seu Próprio Caminho (Men Going Their Own Way). Eles têm recebido nomes depreciativos, como "bebezão", muitos dos quais implicam que eles recusam-se a crescer, estabelecer-se, ser homens adultos responsáveis. Mas o que eles são, em seu coração, é na verdade os homens que decidiram ser o peixe com a bicicleta, eles não precisam de uma mulher na vida.

E eles ganharam o nome misóginos.

Pela maior parte do tempo, eu tenho ficado curioso sobre isso. Então eles não querem relacionar-se com mulheres (ao menos não a longo prazo) e não querem se casar. Dadas minhas próprias experiências quando casais se atacam, ou ao menos divorciam, dificilmente posso repreendê-los. Num nível objetivo de observação dos fatos, um homem está em chances melhores na maior parte dos cassinos do que numa capela de casamento. Mas só porque um homem não quer o aborrecimento de ter prejuízo quando a alternativa é não jogar o jogo, mas em vez disso viver uma vida simples e fácil de viver por si só, eu falhei em ver como isso podia ser ódio contra mulheres. Ódio contra sistemas enviesados certamente, mas ódio contra mulheres?

Tem um meme antigo, não consigo encontrá-lo agora, mas a ideia é essa: Um homem e uma mulher estão jantando em um lugar legal e a mulher diz "Para que você saiba, eu não vou de cara no primeiro encontro" (ou algo do tipo). O homem apenas sorri e responde "tudo bem, eu não estava a fim de fazer sexo com você". Ao que a mulher responde "Ei, como não, tem algo errado comigo?!"

Eu não quero foder, mas ai de ti se não quiser me foder.

Há um claro senso de direito adquirido aí. Mulheres não precisam de homens, mulheres podem não querer dormir com um homem, mas mesmo assim considera-se que homens têm que precisar de mulheres, e querer deitar-se com qualquer mulher. E se eles não precisam de mulher, não querem deitar com uma mulher, então tem algo de errado, e dado que as pessoas não querem pensar mal de si mesmas, deve ser algo na outra pessoa. Se ele não me quer, então ele odeia a mim/odeia mulheres/etc.

Eu estava assistindo a um vídeo sobre ecofeminismo. Em um ponto do vídeo uma das ecofeministas afirmou que homens e mulheres precisam trabalhar juntos, e produzir a natureza das mulheres e a civilização dos homens, encontrar um balanço.

Isto me pegou de assalto, como sendo algo um tanto estranho. Enquanto tem-se essa ... ideia, que mulheres estão mais em sintonia com a natureza (por alguma razão apesar do fato que mulheres largamente residem numa "sociedade/civilização" e foram homens na natureza caçar e pastorear) e o fato que homens são menos conectados com a natureza porque eles fizeram a civilização/as áreas urbanas (majoritariamente para mulheres residir enquanto eles saíam para trabalhar). Mesmo assim um monte do que eu tenho lido na história dos sexos foi que mulheres foram a força civilizatória dos homens, que naturalmente eram bestas rugidoras que trepavam, caçavam e lutavam. Mulheres foram as geradoras do civil, elas civilizaram os homens .. mas mesmo assim mulheres são mais naturais e a civilização malvada foi coisa dos homens ... os quais sem as mulheres reverteriam para um estado natural.

Se você está confuso, ótimo. Eu também estou.

Isso acaba sendo algo como "um homem precisa de uma mulher como um touro precisa de um arreio".

Então mulheres são peixes com bicicletas desnecessárias, mas aparentemente homens devem ser touros precisando de domesticação. E quando homens jogam fora essa domesticação, quando rejeitam seu lugar na sociedade, bem...


... Eles devem odiar mulheres.

Você sabia que o fundador essencial do movimento pelos direitos dos homens e meninos começou como feminista? [NT1]

Sim, de fato ele caminhou inicialmente com grandes nomes do feminismo como Gloria Steinem. Eles eram, pode-se dizer, amigos. E ele entrou nessa porque acreditava em igualdade de gêneros, e acreditava na destruição dos papéis de gênero como conhecidos pela sociedade ocidental. Mas algo interessante aconteceu.

Homens deveriam manter seus papéis de gênero.

Eu queria ainda estar com o artigo que eu li, porque ele era brilhante. Mas mesmo que as feministas destruam os papéis femininos de gênero na sociedade, elas esperam que homens retenham os seus papéis de gênero. O patriarcado foi ruim, OK, mas isto não implica que o marido não deveria continuar trabalhando, pagando as contas, e mantendo todas as outras obrigações de homem. Homens trabalham mais e mais duro que mulheres? Tudo bem. Mulheres deveriam ser capazes de fazer o que querem, mas a sociedade precisa de trabalhos pesados, e por que homens não continuam fazendo-os pelo bem da sociedade?

Mas quando o homem que começou a falar disso tudo e escreveu alguns livros sobre os papéis masculinos de gênero, de como eles eram ruins para os homens, e de como eles deveriam mudar ... algo engraçado aconteceu. Todas aquelas feministas de renome que eram suas amigas ... repentinamente não eram mais suas amigas. Ele não esmoreceu, permaneceu apontando como a sociedade estava danificando os homens ... ele informou aos homens o que as feministas estavam fazendo ... e acabou por tornar-se um misógino. É uma história bem interessante.

Agora estamos em nossa terceira ou quarta geração desde os anos 60 e sua gloriosa expansão feminista. Não temos ideia que existe uma "masculinidade tóxica" por aí que "fere homens tanto quanto fere as mulheres". Existe muita conversa sobre como homens necessitam "mudar, rejeitar a 'narrativa masculina' que lhes foi ensinada e encontrar uma nova forma de ser um homem melhor".

Ironicamente, homens têm feito justamente esse MGTOW. Porque, de verdade, a "masculinidade" tornou-se tóxica. Não, não - não a masculinidade "furor sexual, caçar, lutar" que sempre e constantemente é vista como uma terrível marca de quão monstros os homens são, mas a outra masculinidade. Aquela que está em nosso papel de gênero estabelecido. Carreira, casório, paternidade, essas coisas. Por ora, se não é nos nossos pais, é nos irmãos, ou mesmo amigos que sabemos que se divorciaram, estão encarregados de alimônia e pensão para os filhos, e assim por diante. Uma mulher pode incitar seu marido a subir de carreira e ser proeminente em uma firma, e daí anos depois divorciar-se dele porque "ele nunca esteve em casa para me auxiliar". Mas o homem que não perde todas as suas horas tentando impulsionar-se na força de trabalho, pode ser abandonado porque não é um homem de sucesso. Um pai-caseiro pode ter suas crianças, as quais ele cuidou em tempo integral, tiradas dele porque sua esposa o deixa por ele não ser "homem o suficiente". Um pai que nunca vê as crianças porque estava trabalhando demais a fim de prover-lhes o sustento ... também não era homem o suficiente.

Eu sei disso por experiência própria. Uma das razões pelas quais minha mãe deixou meu pai foi porque ele nunca estava lá, em casa. A verdade é que ele trabalhava num complexo nuclear e era responsável pelo projeto e manutenção das partes cruciais. Partes que, acaso falhassem, levariam não apenas a um desastre, mas a uma cadeia de desastres que poderia varrer não apenas o estado em que morávamos, mas vários ao redor. E ela casou com ele, não apenas sabendo deste seu trabalho ... mas, de acordo com alguns, em razão do que era seu trabalho e quão bem ele pagava (ao menos aqueles que criam menos nela). Vidas dependiam de seu trabalho ... mas ele não estava lá em casa e portanto não era um bom marido, então foda-se.

Quando se vai mais fundo nisso, todo homem não apenas já ouviu essas histórias, ele provavelmente viveu-as ou ao menos teve um melhor amigo que passou por elas. Você ouve mulheres em todo canto reclamando "onde estão os homens bons?", mas você nunca ouve homens fazendo o mesmo. Eles nunca perguntam "para onde foram as boas mulheres". Por quê?

Porque, honestamente, muitos já perderam a esperança de que ainda haja alguma. A reclamação generalizada que tem tomado forma entre os homens não é "onde estão as boas mulheres" mas "amigos em primeiro, mulheres em segundo".

Porque, realmente, por que gastar horas e horas trabalhando, escravizando-se num trabalho quando você pode simplesmente trabalhar o suficiente para sobreviver? Por que ter o estresse de se preocupar como vai conseguir pagar por tudo que sua família, quando você poderia pagar apenas pelo que você quer? Por que gastar uma fortuna numa casa, entrar em dívida, quando você pode gastar alguns meros trocados em alguma alugada com amigos? Amigos que vão jogar WoW ou Halo com você, em vez de insistir que você deva deixar essas coisas de criança, porque tem coisas a serem feitas em casa ... depois de ter passado o dia todo trabalhando.

Minha ex me disse há não muito tempo que "parte" do motivo que a fez me deixar foi porque eu reclamava de minha vida estar um lixo, estar depressivo e ter mais interesse em jogar videogames em vez de "melhorar a situação".

Foi um tanto quanto irônico para mim. Minha vida estava um lixo por causa de coisas que ela tinha feito, minha depressão suicida tinha muito a ver com ela, e eu me enterrei em videogames porque eles eram caóticos o suficiente para afastar os pensamentos suicidas, ao menos temporariamente. Eu tinha pensamentos porque toda vez que eu ia ter com ela para ter algum socorro, perguntando mesmo apenas para saber que existia alguém que se importasse comigo, fui rejeitado repetidamente até culminar num "é por isso que não te acho atraente" quando pedi por um abraço ... enquanto usava toda minha força de vontade para não esfaquear minha veia. A única razão de eu estar vivo hoje depois disso é minha fé ... mas, dada as taxas de suicídio de homens na minha faixa etária ... eu suspeito que a minha história é bastante comum com os que tomam o pior extremo, e que muitos homens ainda vivos encaram uma situação muito semelhante.

Recentemente falou-se de como homens e mulheres percebem sinais diferentemente. Muitas das mulheres com quem trabalho comentaram sobre como todo cara com quem elas agiram amigavelmente pensava que elas estavam interessadas neles. Eu ouvi algum psicólogo falando disso, de como quando mulheres agem quando querem ser amigas é interpretado por homens como interesse sexual, e como ironicamente mulheres interpretam homens demonstrando interesse sexual como meramente querendo ser amigos. Não posso falar do último, mas posso explicar o primeiro.

Homens funcionam, num nível básico, muito como a religião pagã. Presente por presente, lealdade por lealdade, a ligação entre irmãos. Ou, em termos mais modernos, o bro code. Compre uma cerveja para um cara, e ele será seu amigo por uma noite. Compre-lhe um engradado, e vocês poderão ser amigos pela vida. Lute lado a lado com ele numa batalha, e você terá sua lealdade.

Como no jogo sexual se espera que seja cada homem por si, fora disso homens tendem a preferir formar bandos, confrades, grupos que trabalham juntos para superar um obstáculo. E estes grupos podem tornar-se bem, bem unidos, com ligações emocionais muito fortes. Do tipo que te faz saltar numa trincheira no meio de uma tempestade de flechas ou tiros para trazer seu amigo para um lugar seguro mesmo sabendo que ele já está morto.

Quando uma mulher aproxima-se e age "amigavelmente" ela está empenhando ações que homens fazem entre si a fim de provar lealdade, amizade, e fazer seu caminho numa irmandade, ou ter algo a oferecer para juntar-se ao grupo. E um homem repara nisso e diz em seu subconsciente "ah, ela fala nossa língua, talvez ela queira ser uma de nós". E, como ela é mulher, uma parte mais profunda diz "ela fala como nós, talvez possamos confiar nela para transmitir a linhagem, o ato máximo de lealdade compartilhada".

Em cima disso tudo, mulheres agem de maneira incrivelmente hostil contra os homens. Não daquele jeito de trocar socos (se bem que os reportes de violência doméstica mostram que por volta de 50% da violência física é feita por mulheres contra seus parceiros homens). Mas num setor social, isto ocorre muito. Vá a qualquer bar e você verá as moças em grupos. E estes grupos geralmente agirão para evitar que qualquer de seus membros vá para casa com um rapaz. A maioria dos rapazes verá estes grupos e se desesperará, porque para o olho do homem é como encarar uma muralha de proteção. Uma mulher, você pode chegar, por assim dizer. Você pode abordá-la nuam conversa, conhecê-la, mas não num grupo. Você é um homem, e pelo menos uma delas não vai gostar de você e vai influenciar a amiga que você deseja a afastar-se de você.

Esta é uma das coisas que os artistas da sedução treinam. Como dividir, conquistar, distrair, e livrar-se de uma garota. Eles são vistos como misóginos horríveis que "iludem" mulheres para deitar com elas.

Poucos reparam nas infortunadas implicações dessa afirmação.

Que um homem se veja obrigado a "iludir" uma mulher a fim de ter com ela. Muitos veem isso como um ônus sobre o homem, mas é algo mais profundo. A única forma pela qual um homem pode ter com uma mulher é montando um personagem, enganando-a. Em outras palavras, ela se vê a si mesma como tyão melhor que o homem, que ela jamais se rebaixaria ao nível dele. Por que uma princesa se rebaixaria ao nível de um plebeu?

Eu creio, honestamente, que isto aponta algo de pior sobre mulheres, que elas tenham que ser iludidas para ter amor, do que diz sobre homens que tenham que iludir para receber amor.

Mas por vezes isto assemelha-se a um jogo de soma zero. Se você ilude uma mulher por amor, você é um misógino odiador de mulheres. Se você decide que não precisa de mulher, você é um misógino odiador de mulheres. Você não é um homem de verdade se não se estabelece em um canto. Você não está disposto a apoiar uma mulher assim que ela se torna tudo o que puder ser, e você é um porco muito do sexista se quiser que ela te mostre o mesmo apoio.

Ela não quer trepar com você, mas ai de você se negar a trepar com ela. Você é horrível, como pode desvalorizá-la ao não querer fazer dela o objeto de seus desejos, seu porco sexista que objetifica todas as mulheres com seus desejos sexuais primitivos, horrorosos e feios.

Por que raios você não jogaria esse jogo? Por que raios um homem desejaria seguir seu próprio caminho. Você deve odiar mulheres, é por isso.

FootNotes:
  • NT1: Acredito que ele esteja falando de Warren Farrel.
META
Título Original Why MGTOW are Misogynists
Autor Lucius Svartwulf Helsen
Link Original https://sonofhel.com/2015/02/27/why-mgtow-are-misogynists/
Link Arquivado https://archive.today/FRcmj

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

"As Mulheres eram Oprimidas no Passado?" - Parte XII

Epílogo - Primeira Guerra Mundial


O trágico epílogo ao 'The Legal Subjection of Men' não pode ser ignorado. Apenas seis anos após a publicação da edição pela New Age Press, Aquele que foi o maior conflito armado na história europeia se desenrolou e homens ao longo de toda Europa foram conscritos e enviados às trincheiras.

Em resposta, a celebrada sufragista Emmeline Pankhurst temporariamente suspendeu sua campanha terrorista pela emancipação das mulheres para em lugar disso fazer discursos exortando os homens a se alistar, enquanto suas assistentes entregavam penas brancas a homens em vestimentas paisanas.

Obviamente, não existia nem uma leve piscadela destas pretensas campeãs da igualdade de gênero que mulheres deviam ser forçadas a lutar lado a lado com os homens. De fato, as Pankhursts rejeitavam explicitamente essa noção.

"Não é necessário que mulheres vão 'para as trincheiras'", Emmeline é citada, notando "desde que são as mulheres que trazem filhos ao mundo e portanto perpetuam a raça humana" (Purvis, Emmeline Pankhurst: A Biography: at p269). Enquanto isso, sua filha Christabel observava "Vocês devem se lembrar que se os homens lutam, as mulheres são mães" e concluiu "se mulheres de fato não tomam parte na guerra ... isto não implica diminuição de sua luta pela igualdade política" (Marwick, Women at War 1914-1918: at p30).

O próprio Bax já havia proposto uma resposta a esta linha de argumentação, observando que, embora mulheres dessem à luz, "não existe compulsão governamental para que seja dessa forma" e que "elas o fazem na realização de uma função natural, não como um dever público" (Bax 1909). Qualquer analogia com a conscrição é portanto completamente descabida.

Porém, no 'The Legal Subjection of Men', os autores focam na então presente situação no UK. Eles não discutem o assunto do serviço militar porque, naquele tempo, a Bretanha, sozinha entre as Grandes Potências Europeias, não contava com a conscrição.

Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, isso logo mudou. Em 1916, o Parlamento aprovou o Military Service Act, introduzindo conscrição para homens solteiros.

Homens casados, inicialmente, estavam liberados. Uma coisa era homens perderem suas vidas - outra totalmente diferente era esposas perderem seus maridos, tíquetes-refeição e principais fontes de renda.

Porém, pouco depois a conscrição foi estendida a homens casados, e ao fim da guerra, setecentos mil homens britânicos foram mortos, enquanto em toda Europa as casualidades computavam dez milhões.

Historiador Martin Van Creveld observa que "No mundo ocidental desde a Revolução Francesa o direito de votar geralmente era uma consequência direta de, ou pelo menos vinha junto com, a conscrição" (Men, Women, and War: p210). Mesmo assim, em coisa de um ano do fim da Primeira Guerra, às mulheres foi concedido votar. Um ano depois, os EUA seguiram o mesmo exemplo.

Perversamente, esta reforma foi ovacionada como uma 'recompensa' pela 'contribuição das mulheres nos esforços de guerra' - uma contribuição que consistia, em primeiro lugar, de fazer trabalhos seguros na qualidade de civis, da mesma forma que homens já faziam antes mesmo da guerra, e, em segundo lugar, distribuindo penas brancas. Enquanto isso, homens cuja contribuição à guerra era comparável a isto (i.e. objetores de consciência) foram na realidade penalizados com o seu direito a voto sequestrado por uma década (Goodall, A Question of Conscience: p70).

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - Partes XI-XII

No que Homens São Bons


Com isto, podemos agora retornar ao questionamento de no que os homens são bons, da perspectiva de um sistema cultural. O contexto é de sistemas competindo contra outros sistemas, grupos contra grupos. Os sistemas de grupo que usaram seus homens e mulheres mais eficazmente capacitou estes grupos a sobrepor seus rivais e inimigos.

Eu quero enfatizar três formas principais de como a cultura usa os homens.

Primeiro, cultura depende de homens para criar as grandes estruturas sociais que a compõem. Nossa sociedade é formada de instituições como universidades, governos, corporações. A esmagadora maioria delas foi fundada e construída por homens. Novamente, isto provavelmente tem menos a ver com mulheres sendo oprimidas ou qualquer coisa do tipo e mais a ver com homens sendo motivados para formar redes grandes de relacionamentos superficiais. Homens são muito mais interessados em formar grupos abrangentes e trabalhar e evoluir rumo ao topo neles.

Isto ainda parece ser verdadeiro hoje em dia. Diversos artigos recentes na mídia têm chamado a atenção para o fato que mulheres agora começam mais pequenos negócios que os homens. Isto geralmente é tratado pela mídia como sendo um ponto positivo sobre as mulheres, o que de fato é. Porém, mulheres predominam somente se contarmos todos os negócios. Se restringirmos o critério para negócios que empregam mais de uma pessoa, ou aqueles que trazem dinheiro suficiente para se sustentar por si sós, então homens criam mais. Eu suspeito que quanto maiores os grupos que se olhar, mais certo que eles serão feitos por homens.

Com certeza, hoje em dia qualquer pessoa de qualquer gênero pode iniciar um negócio, e se há algo, há alguns incentivos e vantagens que ajudam mulheres a tal. Não existem obstáculos ou bloqueios escondidos, e isto é demonstrado pelo fato que mulheres iniciam mais negócios que homens. Mas as mulheres se contentam em permanecer pequenas, tal como operar um negócio de tempo parcial em um quartinho sobressalente,fazendo um dinheirinho extra para a família. Elas não parecem serem levadas a constituir estes negócios em gigacorporações. Há exceções, é óbvio, mas existe uma grande diferença média.

Portanto, tanto homens quanto mulheres se apoiam nos homens para criar as estruturas sociais mais abrangentes que oferecem oportunidades a ambos. E é claro que homens e mulheres podem ambos atuar muito bem nestas organizações. Mas a cultura ainda confia principalmente nos homens para fazer tais estruturas em primeiro lugar.

O Homem Descartável


Um segundo pensamento que faz os homens úteis para a cultura é algo que eu chamo "descartabilidade masculina". Isto referencia aquilo que eu disse no início, que culturas tendem a usar homens em projetos de alto-risco&alto-retorno, onde uma significativa porção de tais pessoas vão sofrer sérias consequências indo desde ter seu tempo desperdiçado até mesmo serem mortos.

Qualquer homem que leia os jornais encontrará a expressão "até mesmo mulheres e crianças" um bom tanto de vezes no mês, geralmente acerca de mortes. O significado literal desta frase é que a vida dos homens tem menos valor que a das outras pessoas. A ideia é comumente "é mau quando as pessoas morrem, mas é especialmente ruim quando mulheres e crianças acabam mortas". E eu penso que a maioria dos homens sabe que numa emergência, se há mulheres e crianças presentes, é esperado que eles desfaçam da própria vida sem argumento ou reclamação para que outros possam sobreviver. No Titanic, os homens mais ricos tiveram uma taxa de sobrevivência mais baixa que as mulheres mais pobres (34% contra 46% - apesar de que não é assim que aparece no filme). Por si só, isto é notável. Os ricos, poderosos, e bem-sucedidos homens, os manda-chuvas, aqueles para quem supostamente a cultura foi totalmente projetada para promover - em apuros, suas vidas foram menos valorizadas que aquelas mulheres que dificilmente tinham qualquer dinheiro, poder, ou posição social. Os pouquíssimos assentos nos botes salva-vidas foram para mulheres que nem eram ladies, em vez daqueles patriarcas.

A maior parte das culturas têm tomado a mesma atitude. Por quê? Há razões pragmáticas. Quando um grupo cultural compete contra outros, em geral, o grupo maior tende a vencer a longo prazo. Por isso, a maioria das culturas promove o crescimento populacional. E isto depende das mulheres. Para maximizar a reprodução, uma cultura depende de todos os ventres que puder ter, mas uns poucos pênis podem fazer o seu trabalho. Geralmente há um excedente de pênis. Se um grupo perder metade de seus homens, a próxima geração ainda pode atingir seu tamanho máximo. Mas se ele perde metade de suas mulheres, o tamanho da próxima geração será severamente reduzida. Por isso, a maior parte das culturas mantêm suas mulheres afastadas dos riscos enquanto usa homens para os trabalhos perigosos.

Estes trabalhos arriscados estendem-se além dos campos de batalha. Muitas linhas de atuação requerem que algumas vidas sejam perdidas. Exploração, por exemplo: uma cultura pode enviar dúzias de partidos, e alguns podem acabar se perdendo ou sendo mortos, enquanto outros retornam com riquezas e oportunidades. Pesquisa acadêmica é de certa forma semelhante: pode haver dúzias de teorias possíveis acerca de um certo problema, e apenas uma delas é correta, portanto as pessoas testando as outras teorias erradas acabarão perdendo seu tempo e arruinando suas carreiras, em contraste com o sortudo que ganha o Prêmio Nobel. Quando os escândalos sobre os perigos da indústria mineira na Grã-Bretanha estouraram, o Parlamento baixou as leis de mineração, proibindo que crianças abaixo dos dez anos e mulheres de todas as idades de serem enviadas às minas. Mulheres e crianças eram preciosos demais para serem expostos à morte nas minas: portanto, só homens para este trabalho. Como eu já disse antes, a disparidade de gêneros em trabalhos perigosos persiste ainda hoje, com homens contabilizando a vasta maioria das mortes no trabalho.

Outra base para a descartabilidade masculina está embutida nas diferentes formas de ser social. Descartabilidade vem com grupos grandes que a sociedade masculina cria. Em uma relação íntima, de par, nenhuma pessoa pode realmente ser substituída. Você pode casar-se novamente se sua esposa morre, mas não é o mesmo casamento ou relacionamento. E obviamente ninguém pode sequer substituir o pai ou mãe de uma criança.

Em contraste, grupos grandes podem substituir e de fato substituem qualquer um. Pegue qualquer organização de grande porte - a Ford Motor Company, o Exército, os Green Bay Packers - e você verá que a organização segue em frente apesar de ter substituído cada uma de suas pessoas. Além disso, cada membro de tais grupos sabe que pode ser substituído, e provavelmente será substituído algum dia.

Portanto, homens criam o tipo de redes sociais aonde indivíduos são substituíveis e dispensáveis. Mulheres favorecem o tipo de relacionamento no qual cada pessoa é preciosa e não pode ser verdadeiramente substituída.

"Quando a Proxenetagem Não Funciona" por ToySoldier

Quando a Proxenetagem Não Funciona

Por alguma razão, Marvel Comics deixou o escritor Brian Michael Bendis remover o Stark como Homem de Ferro. Isto é um movimento bem estranho, considerando o esforço que Marvel e Disney puseram para fazer dele o nome da casa. Ele é de certo o mais conhecido e popular Vingador depois do Capitão América, em particular devido a seus filmes. Tirar o Stark do Homem de Ferro faz taanto sentido quanto tirar o martelo e o nome do Thor.

Tudo bem, isso já aconteceu, então por que não com o Homem de Ferro?

O plano de Bendis é simples: em Guerra Civil II (na linha das revistas, não do filme), Stark se desfará do manto do Homem de Ferro. Ele será substituído por Riri Williams, uma garota negra de 15 anos que Bendis descreve como:
Seu cérebro é um pouco melhor que isso. Ela olha para coisas de uma perspectiva diferente, o que faz sua armadura ser única. Ele tem que ir atrás dela.

Bendis explica sua lógica na criação da personagem para a Time:

Uma das coisas que me paralisaram quando eu estava trabalhando em Chicago há uns dois anos atrás num programa de TV que acabou não indo ao ar foi o montante de caos e violência. E esta história desta brilhante e jovem mulher cuja vida foi deteriorada pela tragédia que poderia facilmente ter acabado com sua vida -- mera violência aleatória de rua -- e saiu da faculdade foi bastante inspiradora para mim. Eu pensei que seria a versão mais moderna de super-herói ou super-heroína que já tinha ouvido. E eu sentei com essa ideia por um tempo até que tive o personagem certo e o lugar certo.

Enquanto estamos lenta e esperançosamente adicionando todos esses novos personagens no Universo Marvel, parecia que esse tipo de violência inspirando um jovem herói a levantar-se e agir, e usar sua perspicácia científica, suas habilidades naturais que estão ainda brutas mas tão além do que até mesmo Tony Stark tinha naquela idade, foi bastante excitante para mim.

Bendis cita Miles Morales, Kamala Khan, e a Thor feminista no artigo. Nós poderíamos acrescentar a isso Sam Wilson tornando-se Capitão América. Com exceção de Khan, nenhum desses personagens foi adicionado "organicamente". Todos eles ganharam seus mantos substituindo personagens que ou foram mortos ou tiveram seus mantos tirados. No caso de Thor, ele não apenas perdeu seu poder, mas também seu nome.

Em cada instância, estes personagens foram criados para preencher um progressivo desejo por "diversidade" e "representação". Não havia fãs clamando por um Homem Aranha ou um Capitão América negros ou um Thor feminista ou uma Ms. Marvel muçulmana. Havia coisas paras apelar para uma audiência que não compra revistas. Bendis amite isso no artigo para a Time:
Eu penso que o mais importante é que o personagem seja criado em um ambiente orgânico. Nós nunca tivemos uma reunião dizendo "Precisamos criar esse personagem". Isto é inspirado pelo mundo à minha volta e não sendo representado o suficiente na cultura popular.

Novamente, isto não é orgânico. É deliberadamente defecar na continuidade para o fim de proxenetar com a esquerda progressiva. A ironia é que os números geralmente não apoiam a jogada como uma decisão inteligente de negócio.

Por exemplo, Marvel moveu Miles Morales do universo Ultimate para o principal da Marvel em um esforço de tornar o personagem mais popular. Enquanto Morales tem uma base de fãs seguidores, este personagem jamais atingiu o nível de sucesso que a Marvel esperou, o que parece solapar Peter Parker. Apesar de todos os seus esforços, Marvel não pode fazer as pessoas parar de comprar revistas do Peter Parker. Spider-Man, a revista que exibe Morales, vendeu 49.167 unidades em maio. Amazing Spider-Man, que tem Parker, vendeu 74.963.

Outro exemplo são as revistas de temática feminista, como Ms. Marvel, A-Force (um time 100% feminino de Vingadores), Silk, Spider-woman, Captain Marvel, e Spider-Gwen. Eis a lista:
  • Spider-Gwen - 49.681 unidades
  • Silk - 30.884 unidades
  • Ms. Marvel - 29.840 unidades
  • A-Force - 29.706 unidades
  • Spider-woman - 27.118 unidades
  • Captain Marvel - 23.812 unidades

Nada disso parece ruim até ser posto em perspectiva. Scooby Apocalypse #1, um livro no qual a Turma do Scooby tem que lidar com as consequências de um fim do mundo, estreou em 69.520 unidades. Até mesmo Batman Teenage Mutant Ninja Turtles #6 superou todos esses títulos com 64.911 unidades.

Para este ponto, a Marvel fez uma grande proposta com a nova revista do Black Panther escrita por Ta-Nehisi Coates. A primeira edição saiu com 253.259 unidades e foi a mais vendida em abril de 2016. Em maio, a segunda edição saiu em nono lugar com 77.654 unidades. Isto é uma queda de audiência de 70% em um mês.

Porém, este não é o único problema de proxenetar a esquerda progressiva. O problema mais urgente é sua resposta, a saber, que mesmo quando os escritores fazem o que os progressistas demandam, isto ainda não é bom o suficiente. Esta foi a resposta à adição por parte da Riri Williams como o novo Iron Man:

"Alguns dos comentários online, eu nunca pensei que as pessoas sequer notassem o quão racistas eles soam", disse Bendis à Time no artigo revelando o filme, referindo-se aos ataques passados sobre a Marvel por substituir personagens tradicionalmente brancos por não-brancos. "Tudo que posso fazer é afirmar meu caso pelo personagem, e talvez eles notarão que com o tempo que este não é o pensamento mais progressista". Ironicamente, o pensamento progressista é o que tem sido combustível da mais apontada repercussão das notícias. A nova Iron Person foi emblemático dos esforços da Marvel de tornar-se representativa dos grupos marginalizados, porém ela também motiva uma questão difícil: como o progresso realmente se parece na ficção super-heroica?

Os comentários de geeks no Twitter rápida e coletivamente chegaram a duas afirmações incriminadoras sobre Riri. Primeiro, esta personagem feminina negra foi criada e será escrita por um homem branco. O contraste irritou alguns em nível interpretativo: "Você não pode chamar todas essas histórias diversas sem vozes diversas", tweetou Carly Lane. Outros olharam para o problema de um ponto de vista financeiro: um blogueiro pseudônimo theblerdgurl disse "estou feliz em ver uma garota parecida comigo como líder numa revista #Marvel. Eu apenas desejo que alguém parecida comigo pudesse lucrar com isso"

Leia de novo o parágrafo. Sua reclamação é que a criação do personagem que eles alegaram querer é ruim porque a pessoa que o criou não era mulher ou negro.

Lembre-se, Brian Michael Bendis é a mesma pessoa que criou Miles Morales, e ele está repetidamente levando a Marvel a incluir personagens mais "diversos" em seu mundo, resultando em personagens clássicos sendo revisados, destituídos de seus poderes, tendo seu manto e nome tirados, ou mortos em razão de serem homens bancos héteros. Ele fez tudo que eles alegaram querer, mas agora ele é ruim porque não é uma mulher negra.]

O argumento prossegue:
Esta linha pecuniária de crítica leva a uma segunda afirmação mais alarmante: não apenas este personagem mulher negra não foi escrito por uma mulher negra, a Marvel não tem escritoras negras. De fato, especialistas têm dificuldades para apontar uma simples mulher negra que já tenha escrito alguma revista da Marvel ao longo dos 77 anos de história da companhia. "Ainda não consigo lembrar de uma irmã que tenha escrito para a Marvel", tweetou a colunista Joseph P. Illidge. O podcaster Al Kennedy tweetou: "Quiz para historiadores dos quadrinhos de super-heróis: alguma mulher negra já escreveu alguma série contínua para a Marvel?", e quando ninguém foi capaz de citar alguma, ele prosseguiu dizendo "Nossa. Sinta-se um total imbecil por não pegar essa até agora. Fácil estar num casulo como homem branco"

Enquanto não é surpreendente que nenhuma escritora negra tenha trabalhado para a Marvel (e eu não conferi, logo não estou certo se é verdade), isto não é problema. A Marvel já mostrou numerosas histórias bem-escritas e cativantes com personagens e temas diversificados sem uma escritora negra. Não que isso signifique que eles não devem contratar negras, apenas que isso não prejudicou a companhia de forma alguma.

Pois bem, essa sanha por "diversidade" nunca foi sobre escrever histórias interessantes ou criar dramas convincentes. É sobre proxenetagem, sobre jogar com alegorias e zunidos ideológicos específicos a fim de ter a resposta pavloviana apropriada dos progressistas. É por isso que o artigo prossegue numa linha bastante bizarra de raciocínio:

De fato. Na maior parte da história da ficção super-heroica, o gênero viveu nesse casulo - homens bancos pagando outros homens brancos para escrever histórias dirigidas a homens brancos. Como tal, os mais importantes personagens são, eles mesmos, homens brancos: Batman, Superman, Cap. América, Homem-Aranha, entre outros. Isto, claro, não é único às HQs; é válido em todo o entretenimento. Mas nos últimos anos, quadrinhos de super-heróis têm mudado para algo mais multifacetado e representativo, e eles têm feito isso de uma forma que filmes e a TV não podem fazer.

Marvel tem tomado a dianteira neste fronte, usando uma tática fascinante para obter a atenção para suas demandas de diversidade. Em vez de tentar vender para os leitores novos personagens que não são lírios-brancos, eles simplesmente remodelaram sua propriedade intelectual. Há uma longa tradição de pessoas diferentes tomando as alcunhas de super-heróis existentes depois de sua morte ou aposentadoria, então por que não usar esta metáfora de forma que avance o invólucro da política de identidade? Você não vai obter muita atenção na mídia mainstream lançando a ideia de uma garota negra usando roupa de robô. Mas se você disser que ela é o Iron Man - um nome familiar a qualquer um que comprou ingressos de cinema nos últimos oito anos - de repente você ganha uma manchete na Time.

Não poderíamos encontrar uma melhor confissão do que realmente se tratam as "mudanças de diversidade". Não é sobre as narrativas, mas sobre impor políticas. Isto explica por que os números não são tão altos, por que a audiência minguou em meses, e por que a única coisa que se vai encontrar sobre qualquer um destes personagens mencionados nos artigos sobre eles são coisas associadas à sua identidade. Até o autor do artigo admite:
[Ms. Marvel e Capitã Marvel], em suas novas incarnações, repetidamente têm interrogado raça e gênero (e, no caso da Ms. Marvel, fé). O restante de nós têm tocado em políticas de identidade apenas de leve, ainda que geralmente de forma memorável. Thor lutou com o fato que ninguém parece levá-la tão a sério quanto seu predecessor, o Capitão América negro tem lidado com grupos de ódio racistas, o Hulk coreano-americano tem desafiado estereótipos de nerdice asiática, e Miles tem comprimido suas mãos sobre onde quer que ele se sinta confortável com pessoas falando de sua etnicidade.

Nada disso tem a ver com ser super-herói. Poucos dos personagens originais foram criados com um intuito específico de apelar para uma audiência de homens brancos como homens brancos. os personagens eram simplesmente arquétipos ou metáforas gerais para certas circunstâncias.

Ainda assim estes novos personagens "variados" estão tão voltados para atuar em políticas de identidade que eles ironicamente fazem a mesma coisa que deveriam desfazer: acabam isolando os fãs. Em vez de fazer os personagens para todo mundo, estes personagens são apenas para os seus grupos afiliados. Ms. Marvel para muçulmanos, Capitã Marvel para feministas, Thor feminista para as feministas radicais, Capitão América negro para o povo negro, Hulk asiático para asiáticos, e Miles Morales para os bi-racias, hispânicos e negros.

Não é de se espantar por que tais personagens tenham tão limitado seguimento, por que seus livros jamais vendem tão bem apesar de todo o clamor por sua suposta popularidade, e por que a única coisa sobre a qual se vai ouvir sobre tais personagens são suas identidades e as políticas por detrás.

Esta é uma má decisão de negócios, e não é porque é errado ter personagens não-brancos, não-negros, não-héteros. É uma péssima decisão porque quando se proxeneta para a esquerda progressiva, eles jamais ficarão satisfeitos. Eles não apoiarão seus tweets, reblogs, e numerosos artigos exibicionistas escritos por pessoas que jamais leram e jamais lerão uma simples história em quadrinhos.
META
Título Original When Pandering Goes Wrong
Autor Toy Soldier
Link Original https://toysoldier.wordpress.com/2016/07/11/when-pandering-goes-wrong/
Link Arquivado https://archive.today/WJWWs

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

"As Mulheres Eram Oprimidas no Passado?" - Partes X-XI

Sufrágio


O exemplo quintessencial da suposta subjugação no final do século XIX e início do século XX é a negação da cidadania. Bax e seu coautor lidam com este assunto bruscamente:

"Desqualificações eleitorais são geralmente consequência de um privilégio especial", eles observam. Por exemplo, "a Família Real deste território, com todos os seus ramos, é excluída tanto da cidadania passiva quanto ativa. E mesmo assim ninguém afirma coisas como, digamos, o Príncipe de Gales é, por consequência, um personagem oprimido" (p63).

Em qualquer extensão, nenhuma mulher foi diretamente prejudicada como resultado da negação da cidadania. Elas apenas sofreram à medida que eleitores homens votaram leis que discriminassem contra mulheres. De fato, porém, um Parlamento ao mesmo tempo composto e eleito por homens na realidade aprovou legislação explicitamente discriminatória contra homens (p. ex. o Whipping of Female Offenders Abolition Act de 1820, o Military Service Act de 1916 etc.).

Pode-se, portanto, argumentar que paradoxalmente o monopólio masculino do direito ao voto na realidade beneficiou as mulheres.

[Interessantemente, Moxon argumenta que mulheres eram impedidas de votar nas eleições nacionais somente, porque apenas homens pagavam impostos e eram conscritos para as forças armadas - e, anteriormente à expansão dos papéis dos governos, tributação e conscrição eram a extensão de seu impacto nos indivíduos. Em contraste, ele observa, em nível local as mulheres sempre votaram. The Woman Racket: pp108-27.]

Uma Era Dourada de Igualdade?


Feministas modernas (e não poucos oponentes do feminismo) concordam que o final do século XIX e início do século XX foi uma era de patriarcado, privilégio masculino e opressão feminina. Uma leitura de 'The Legal Subjection of Men' dispersa esse mito.

Uma questão óbvia, então, é se o patriarcado postulado pelas feministas foi em algum momento realidade.

Interessantemente, os próprios Bax e se coautor sugerem que, no passado recente, existiu se não a igualdade pelo menos um grau de equilíbrio na administração da lei.

Assim, enquanto esposas podiam demandar manutenção, "A antiga lei tornava este privilégio dependente de soa obediência, coabitação com o marido, e sua observância a um comportamento externo de decência" (p7). Semelhantemente, "debaixo da lei anterior ... a censura eclesiástica restringia a esposa desertora" e "debaixo da lei-comum" o marido "poderia impedi-la por força de deixar a casa, e trazê-la de volta se ela tivesse escapado" (p22).

Porém, dado que a era de suposto privilégio masculino e patriarcado descrito pelas feministas (a saber, a do próprio Bax) torna-se, sob inspeção mais precisa, qualquer coisa menos isso, nós temos razão para sermos céticos sobre alegações semelhantes envolvendo uma era ainda mais antiga. A crença numa era dourada, um Éden antes da Queda, parece ser uma superstição humana recorrente, desde o 'comunismo primitivo' imaginado por Marx até a Pré-História Matriarcal postulada por feministas.

Os próprios autores reconhecem isso, escrevendo: "até mesmo as incapacidades das mulheres nos tempos passados têm sido grosseiramente exageradas" e foram "na maior parte das vezes o resultado necessário da posição das mulheres como não-combatentes em uma era de rudes lutas" - concluindo "um estudante imparcial da história deve admitir que, por mais que homens tratem mal seus congêneres homens, eles sempre têm tratado mulheres com comparativa generosidade" (p62).

Em seu recente trabalho The Privileged Sex, o historiador Martin van Creveld argumenta persuasivamente que a posição privilegiada acordada para as mulheres é uma característica universal das sociedades humanas ao longo da história registrada. Presumivelmente isto reflete uma inclinação inata entre os homens em agir protetiva e cavalheirescamente em favor das mulheres.

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - Parte X

Homens e Cultura


Isto fornece uma nova base para entender políticas de gênero e desigualdade.

A visão geralmente aceita é que desde os primórdios da sociedade humana, homens e mulheres eram próximos para iguais. Homens e mulheres tinham esferas separadas e faziam coisas diferentes, mas ambos eram respeitados. Geralmente, mulheres eram coletoras e homens eram caçadores. A contribuição para a reserva de comida dos dois grupos era quase a mesma, mesmo que existissem algumas diferenças complementares. Por exemplo, a comida das coletoras estava confiavelmente ali quase todos os dias, enquanto os caçadores traziam bastante comida de vez em quando mas nada nos outros dias.

Desigualdades de gênero parecem ter crescido com a civilização antiga, incluindo agricultura. Por quê? A explicação feminista tem sido que os homens se mancomunaram para criar o patriarcado. Esta é essencialmente uma teoria conspiratória, e há pouca ou nenhuma evidência de que ela seja verdadeira. Alguns argumentam que os homens apagaram-na da história a fim de salvaguardar seu recém-adquirido poder. Ainda, a falta de evidência chega a ser perturbadora, especialmente levando que este mesmo tipo de conspiração teria que ocorrer todas as vezes, grupo após grupo, pelo mundo todo.

Deixe-me oferecer uma explanação diferente. Não é que os homens sabotaram as mulheres. Em vez disso, é apenas que a esfera das mulheres permaneceu mais ou menos do mesmo tamanho, enquanto a dos homens, com suas redes sociais grandes e superficiais, lentamente se beneficiou do progresso da cultura. Acumulando conhecimento e melhorando os ganhos da divisão do trabalho, a esfera dos homens gradualmente progrediu.

Portanto religião, literatura, artes, ciências, tecnologia, ação militar, atividades comerciais, organização política, medicina - todas elas emergiram principalmente da esfera masculina. A esfera feminina não produziu tais coisas, apesar de que ela fez outras coisas valorosas, como o cuidado com a próxima geração de tal forma que a espécie continuasse a existir.

Por quê? Não tem nada a ver com homens terem melhores habilidades ou talentos ou qualquer coisa como essa. Ela vem principalmente de diferentes tipos de relacionamentos sociais. A esfera das mulheres consiste de mulheres e portanto foi organizada com base no tipo de relacionamento próximo, íntimo, assistencialista e pareado que mulheres favorecem. Estes são relacionamentos vitais e satisfatórios que contribuíram de maneira essencial para a saúde e sobrevivência. Enquanto isso homens favoreceram as redes maiores de relacionamentos superficiais. Estas são menos satisfatórias e férteis e assim por diante, mas elas formam uma base mais fértil para a emergência da cultura.

Note que todas as coisas que eu listei - literatura, artes, ciências etc. - são opcionais. Mulheres estavam fazendo o que era vital para a sbrevivência da espécie. Sem cuidado e nutrição íntimos, os filhos não sobreviveriam, e o grupo morreria. Mulheres contribuíram para as necessidades da vida. As contribuições dos homens foram mais opcionais, luxos e indulgências, talvez. Cultura vez isto -mas principalmente na esfera masculina.

Portanto, a razão para a emergência das desigualdades de gênero pode ter pouco a ver com homens sabotando mulheres em alguma conspiração patriarcal dúbia. Em vez disso, ela veio do fato que riqueza, conhecimento, e poder foram criados na esfera masculina. Foi isto que fez florescer a esfera masculina. Não a opressão.

Dar à luz um bebê é um exemplo revelador. O que poderia ser mais feminino que dar à luz? Ao longo da maior parte da história e pré-história, dar à luz foi o centro da esfera feminina, e os homens foram completamente excluídos. Homens raramente ou nunca estiveram presentes no nascmento, nem mesmo o conhecimento sobre o nascimento foi compartilhado com eles. Mas não há muito tempo, aos homens foi finalmente concedido que se envolvessem, e os homens foram capazes de elaborar formas de tornar o parto mais seguro tanto para a mãe quanto para o bebê. Pense nisto: a atividade mais quintessencialmente feminina, e mesmo nela os homens foram capazes de melhorá-la de formas que as mulheres não tinham descoberto por milhares de anos a fio.

Não vamos superestimar. As mulheres afinal de contas gerenciaram o parto muito bem por todos aqueles séculos. A espécie sobreviveu, o que é o importante. As mulheres têm gerenciado a fim de conseguir concluir a tarefa essencial. O que o homem acrescentou foi, da perspectiva do grupo ou da espécie pelo menos, algo opcional, um bônus: algumas mães e bebês que de outra forma morreriam agora sobreviveram. Mesmo assim, as melhorias mostram algum valor vindo da maneira masculina de ser social. Redes maiores podem coletar e acumular infomação melhor que redes menores, e assim em um intervalo relativamente pequeno de tempo os homens foram capazes de descobrir melhorias que as mulheres não foram. Novamente, não é que os homens fossem mais espertos ou capacitados. É só que mulheres partilhavam seu conhecimento individualmente, de mãe para filha, ou de uma parteira para outra, e no longo prazo isto não poderia acumular e progredir tão eficazmente quanto em grupos maiores de relacionamentos mais superficiais favorecidos por homens.

sábado, 22 de outubro de 2016

"Uma Questão de Respeito" por Hannah Wallen

Uma Questão de Respeito


Uma questão que ouvi fora de contexto hoje de certa forma cristalizou para mim um aspecto da controvérsia #gamergate, múltiplas questões dos homens, e a diferença entre as respostas pública e privada a incidentes de violência doméstica entre pessoas famosas dependendo de se o autor é homem ou mulher. De pé numa loja de conveniência, ouvindo uma mulher reclamando de um homem que cheirava a fumaça, eu murmurei internamente enquanto ela repousava no0 qeu pareceria ser um ponto de espera para garotas com algo para ficar reclamando.

"O que tem de errado com aquele cara? Ele não respeita as mulheres?".

Maioria das vezes, quando ouço algo desse naipe, a mulher que diz isso está usando a palavra "respeito" quando ela de fato quer dizer "veneração".

Era uma vez um tempo em que existia uma compensação sob a qual as mulheres recebiam tratamento especial. Era contingente a afastar-se de comportamentos grosseiros como beber demais, brigar, e ser sexualmente promíscua. Presumia-se que mulheres eram moralmente superiores, e esperava-se que elas correspondessem a tanto. Era esperado que elas fossem mais gentis que os homens, e que vivessem de acordo com isso, também. Mesmo a estética feminina era sobre ser algo mais especial que o homem, o que explica o porquê de ter sido, e ainda hoje ser, permitido às mulheres o fausto de restringir as próprias capacidades de executar trabalhos pesados. Em retorno a viver sob estes padrões, mulheres receberam o direito adquirido a certas concessões não proporcionadas a homens. Elas poderiam demonstrar sensibilidades mais delicadas tais como ofender-se de linguagem chula ou assuntos rudes, e esperar que suas aversões fossem aduladas. Elas poderiam esperar isenção de algumas das responsabilidades da vida, como sustentar uma família ou mesmo a elas mesmas. Não era apenas a necessidade de um gentil-homem, mas sua honra, dar assistência a mulheres em necessidade, e machucar uma mulher era um tabu para os homens. Mulheres que cumpriam com estes padrões morais e sociais associados a seus paéis tradicionais eram tomadas como respeitáveis de uma forma que mereciam veneração; homens que cumpriam com seus papéis as reverenciavam.

A reverência wue mulheres de hoje em dia, tão sonora e crassamente, demandam em nome do "respeito" não é conquistado com base em algum arranjo. Sessenta anos de protestos feministas liberaram mulheres das amarras da obrigação social, permitindo-nos a, sem esperar julgamento por isso, tornarmos tão grosseiras, violentas e sexualmente promíscuas quanto os homens - e em alguns casos até mais. Feministas lutaram por isso sob a máscara da igualdade, demandando que a reconhecesse não apenas igualdade de direitos e de valor humano, mas aptidão e dureza. Feministas lutaram para liberar as mulheres do seu lado da barganha, e mesmo assim, o que é que ouvimos delas no momento em que o tratamento igual ao dos homens aplicado para uma mulher significa que ela não mais será favorecida ou isentada como antes? "O que há de errado com aquele cara? Será que ele não respeita as mulheres?"

O que isso tem a ver com o #gamergate? Bem, começa com mulheres reclamando de uma falta de igual tratamento e acabou com uma massiva campanha difamatória onde mulheres e suas asseclas basearam-se em padrões desiguais para tentar envergonhar e difamar gamers a fim de dar a elas mesmas tratamento especial; isentando as mulheres no centro da controvérsia de críticas que elas poderiam esperar encarar e lidar acaso fossem homens. Ambas as mulheres e a mídia substituíram uma demanda por veneração às mulheres, exigindo subjugação das questões dos gamers homens, aonde se precisava de um debate aberto.

Como isso é respeito para alguém?

É possível ver o mesmo tratamento em várias questões discutidas pela comunidade dos ativistas pelos direitos dos homens e meninos. Traga a lume os direitos iguais de parentela, e grupos de mulheres berrarão argumentos em favor da demonização dos pais sem evidência, chamando-os de parasitas abusadores. Tente aplicar fatos e razão à discussão acerca da disparidade salarial, e a cartada da misoginia é imediatamente lançada. Em face de tratamento igualitário impeditivo, grupos de mulheres defendem a disparidade de gêneros nas probabilidades de captura/apreensão, nas probabilidades de condenação, no sentenciamento criminal, e na duração e tipo de sentença a ser cumprida em casos que homens e mulheres cometem os mesmos crimes. Mesmo em uma área que não deveria exigir grande esforço intelecual, a saber mutilação genital involuntária em infantes e menores, grupos de mulheres defendem a autonomia corporal das garotas, demandando total eliminação da tradição, ao mesmo tempo que a apóiam quando usada em garotos infantes. Isto, sem nenhuma razão melhor que aquelas dadas para o uso da mesma em garotas.

Os mesmos grupos que alegam igualdade física em seus argumentos para o igual pagamento revertem-se a si mesmos quando a discussão volta-se à violência afetiva e a sexual. Abuso é abuso, a menos que uma mulher seja a autora e um homem seja a vítima. Um homem deve tratar uma mulher da mesma forma que trataria outro homem... a não ser que ela o ataque. Então, ele deve a ela o tratamento especial de não defender-se da mesma forma que o faria se fosse contra outro homem. Ela deve ser adulada como uma criancinha rebelde. Apesar de sermos iguais quando defensores das mulheres demandam uma fatia igual das recompensas da vida (* Editado: excelente ponto feito por Bernard Chapin - feministas demandam recompensas que mulheres não mereceram, tais como representação igualitária nas posições de presidência de empresas não obstante as mulheres não tomarem parte no trabalho e na execução de sacrifícios para se chegar a ... uma fatia mais que igualitária *), quando confrontados com as partes ásperas da vida, não somos todos iguais. Repentinamente, mulheres são inferiores, não apenas fracas demais para restringir sua mostra de temperamento com um forte assalto, mas também estúpidas demais para reconhecer isto ao manter seus punhos para si mesmas. Que mensagem as mulheres deveriam comprar? Somos fortes e espertas o suficiente para merecer o mesmo pagamento enquanto jagunças e madeireiras, cientistas e engenheiros, ou somos fracas demais para nos defender e ainda assim estúpidas demais para evitar provocar brigas com homens de qualquer jeito? Feministas e outros justiceiros sociais pensam que mulheres não são sagazes o suficiente para notar essa contradição?

Isto me indica que o ultraje das mulheres é pessimamente mal-direcionado. Não são as atitudes das mulheres que precisam ser examinadas, mas aquelas das feministas e dos justiceiros sociais que jogam a cartada da misoginia a fim de defletir abordagens para manter mulheres nos mesmos padrões e expectativas encaradas pelos homens. Esta conduta não é um indicativo de muita fé em suas supostas cobranças;

Ei, feministas e justiceirinhos sociais! O que há de errado com vocês? Vocês não respeitam as mulheres?
META
Título Original A question of respect
Autor Hannah Wallen
Link Original http://breakingtheglasses.blogspot.com.br/2014/09/a-question-of-respect.html
Link Arquivado http://archive.today/Ld186

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

"Amy Schumer, Vá Se Foder!" por Hannah Wallen

Este texto deve entrar para uma das traduções mais raivosas que já devo ter feito. Eis o desabafo-denúncia de Hannah Wallen, a HoneyBadger, contra Amy Schumer, que se vangloria de ter estuprado um rapaz bêbado. 


Amy Schumer, Vá Se Foder!


Todos nós já ouvimos a narrativa feminista sobre piadas de estupro, não?

De acordo com a mídia e os comentaristas feministas, piadas de estupro não são engraçadas. Elas têm toda uma narrativa só sobre este tópico. Piadas de estupro, dizem elas, são parte da cultura do estupro. Isto, claro, a não ser que estejamos falando de uma feminista usando sua rotina de comédia como plataforma para amplificar alegações sem provas - ou até mesmo comprovadamente falsas - contra o oponente de uma candidata apoiada pelo feminismo. Daí então trata-se apenas de negócios habituais, né, Amy Schumer?

Não tem importância alguma que suas colegas feministas tenham usado a narrativa da cultura do estupro, em especial a ideia que piadas de estupro machucam pessoas que passaram por abuso sexual, como um chicote para infligir os outros até a total complacência. Enquanto se fizer isso "pelo motivo certo", se está isento de críticas.

Nem mesmo um alerta de gatilho traumático é necessário também, a fim de alertar aqueles que as feministas nos contam que estão deixados tão mentalmente cicatrizados que a mera menção de assalto sexual é um verdadeiro combustível para o colapso vai lá saber porquê!

É diferente quando é você quem faz, não é, Amy? É tão diferente, de fato, que você tem direito adquirido de usar os membros de sua audiência pagante que tenham sido elas mesmas vítimas de abuso sexual como escudos contra o julgamento de duzentas pessoas que dispensam fora suas bobajadas.

Afinal, não é como se você, uma feminista em posição privilegiada, fosse sequer fazer algo que suas patrocinadoras no movimento pudessem considerar sexualmente predatório ou degradante a outra pessoa - correto, Amy?

Oh, espera um pouco... pela sua própria confissão, você fez exatamente isso. De fato, você descreveu em detalhes, jactando-se sobre tratar a experiência como um trampolim para aumentar sua auto-estima.

Imagina se trocássemos os sexos.

E se um homem de sua idade descrevesse que nos tempos de colégio quando ele recebeu uma chamada telefônica de manhã cedo de uma garota que ele tinha perseguido como um cãozinho perdido, apenas para chegar aonde ela estava e vê-la tão chapada que continua desmaiada durante o boquete que ele "permitiu" que ela fizesse?

Certamente o chamariam de estuprador. De fato, o chamariam de "assustador-maníaco-perseguidor-que-virou-estuprador". E mais ainda, o mesmo diriam as leis do estado no qual sua história tomou lugar .

Mas quando você faz é diferente, não é, Amy? De verdade, você pode não apenas contar a história de como, enquanto completamente sóbria, você teve sexo com um cara bêbado que não recobrava a consciência... você pode contar isso sem um farrapinho de consideração pela sua dignidade humana. Como uma comediante aprovada pelo feminismo, você tem o direito socialmente adquirido de admitir livremente seu intento de, desde o início, usar "Matt" como nada além de um uma muleta para apoiar o seu ego ferido. Nada importa se sua descrição é a de uma então atleta do Ensino Médio focado em usar um cara para restaurar sua própria posição social em vez de realizar um esforço para fazer qualquer coisa produtiva como participar das coisas que dantes te fizeram popular. Afinal de contas, você é mulher, e mulheres têm o direito adquirido a um certo grau de "respeito", correto?

Enquanto você estava pensando sobre quão desesperada estava "em ser realizada, e tocada, e se sentir desejada", já te passou pela cabeça a possibilidade de que seu alvo a chamou porque era isso o que ele queria? Te ocorreu que um cara que você chama "uma criança von Trapp crescida" que "devia estar graduado, mas precisava de um ano extra", podia estar passando por problemas sociais semelhantes aos que você dizia estar?

Claro que não te passou, ou se tivesse passado, certamente não importaria para a garota dantes-popular confrontada com a primeira vez sendo - hunf! - ordinária!

Enquanto você planejava como iria compartilhar a história, te passou pela cabeça que você diria a pessoas que conhecia que sua marca era tão inebriante que ele não tinha noção suficiente do que tinha cheirado? Que sua coordenação motora estava seriamente reduzida pelo seu nível de intoxicação? Que ele estava tão bêbado que estava com impotência alcoólica? Que ele perdeu a consciência várias e várias vezes?

Não era o bastante, porém, apenas escapar admitindo tudo isso. Não, uma feminista vai pro tudo ou nada, não é? Sua viagem pela Avenida da Memória até a Estuprolândia tinha que incluir uma aniquilação da dignidade de seu velho amigo Matt para revelar-lhe sua humanidade despida por debaixo... não apenas julgando a técnica sexual de um rapaz chumbado demais para ficar acordado, mas julgar também o pôster na parede e até sua vida pré-universitário volta para casa. Suas censuras encerraram com você chamando seu confuso pau-amigo de "homem-garoto" - como se seu plano de usá-lo como seu próprio pedestal fosse um ato de maturidade.

Entao você tem a audácia de não apenas protestar contra um homem sobre acusações falsas e politicamente motivadas... você sugere a sobreviventes de abuso sexual que atuem como seu escudo contra o asco dos membros da audiência que viram através do seu ato e foram-se embora.

Sua audiência sabe que por muitos dos seus padrões, pelos padrões de sua antiga universidade, e pela lei do estado [NT1] em que esta história aconteceu, você é uma criminosa que escapou da justiça?

Aqueles que ficaram e não foram embora sabiam que uma estupradora convicta stava incitando-os a promover falsas acusações, do mesmo tipo que feministas dizem que só são ruins porque quebram a credibilidade de vítimas reais?

Como você tem coragem, sua porca vadia mentirosa hipócrita de olho esbugalhado?

Se sua história é verídica, você estuprou um cara bêbado, e então se vangloriou disso e escavou tudo que podia arrancar de sua própria memória sobre aquele rapaz a fim de ridicularizá-lo e ganhar umas risadas.

Você tem uma puta de uma audácia em pedir que vítimas reais de violência sexual sejam seu exército pessoal.

FootNotes:
  • NT1: nos EUA, cada estado pode ter diferentes leis penais, ao contrário do Brasil, no qual há um e apenas um Código Penal válido para todo o território nacional.
META
Título Original Fuck you, Amy Schumer
Autor Hannah Wallen
Link Original http://honeybadgerbrigade.com/2016/10/19/fuck-you-amyschumer/
Link Arquivado http://archive.today/syYcy

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