quinta-feira, 11 de maio de 2017

"A Garota de Bronze Tem que Ir Embora" [Terrence Longmont]

A Garota de Bronze Tem que Ir Embora

A Garota de Bronze Tem que Ir Embora

O escultor da famosa estátua "Charging Bull" [NT1] dos arredores de Wall Street recorreu à cidade para remover a nova garota de bronze da cena. A garota, da artista Kristen Visbal, foi adicionada em sete de março, como uma campanha coincidindo com o dia internacional das mulheres, e foi planejada para permanecer por uma semana, antes do prefeito Bill de Blasio ter estendido sua permanência por pelo menos um ano.

O Charging Bull de Arturo Di Modica está entre as mais populares peças de arte pública dos Estados Unidos. Perfeitamente localizado em um canto de paralelepípedos a uma quadra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, ele representa perfeitamente o livre mercado: poderoso, selvagem, e menos que domável. Um casamento perfeito entre objeto, local e significado.

Di Modica inspirou-se na quebra da bolsa de 1987 para criar um símbolo de "força e poder do povo americano". Trabalhando longe do olhar público, ele gastou aproximadamente 350.000 a fim de produzir o massivo touro de 3200 quilos e 5 metros de largura. Secretamente, Di Modica fixou-se num lugar do subúrbio de Manhattan, até mesmo cronometrando a frequência das patrulhas policiais, para que assim ele soubesse quão rapidamente tinha que trabalhar. Então, nas primeiras horas da manhã de 15 de dezembro de 1989, sem qualquer notícia para a cidade, ele e uma trupe transportaram o touro até Manhattan e instalaram-no como uma peça de arte-de-guerrilha. A cidade rapidamente o removeu, mas, em resposta à adoração pública da estátua, logo ela recebeu uma morada permanente no parque Bowling Green ao extremo sul da Broadway.

O Charging Bull tornou-se uma coroação para Di Modica. Sua audácia imprudente, sua ousadia, e o risco foram recompensados dado que sua estátua tornou-se um icônico símbolo da força e energia do capitalismo. Isto até sete de maio de 2017, quando uma segunda estátua foi posta em diálogo com a dele, deliberadamente modificando o significado do touro, e minando seu propósito artístico.

A firma de investimentos Street Global Advisors sonhou a garota de bronze como uma propaganda para seu "Fundo de Índice de Diversidade de Gênero" (etiqueta símbolo NASDAQ "SHE") cujo website descreve como focado em "companhias que são líderes em seus respectivos setores industriais no avanço das mulheres mediante diversidade de gênero em seus conselhos de diretores e posições seniores de liderança".

State Street comissionou Kristen Visbal a fim de fazer a escultura, e obteve uma permissão de uma semana para colocá-la ao pé do nariz do touro, e diretamente no caminho de sua investida. A diminuta garota situa-se em um vestido de verão, mãos nos quadris, pés afastados, olhos para frente, olhando como uma menina exigindo sorvete. No chão diante dela está uma placa, onde se lê "Conheça o poder das mulheres na liderança. ELA faz diferença". Artisticamente, o posicionamento da garota drena o poder do touro, reduzindo-o a um bichinho de estimação gigante. O material e o fim da garota casam os do touro, assumindo que o espectador absorva ambos como um par.

Visbal nomeou a estátua "Fearless Girl" [NT2], porém um nome mais revelaedor poderia ser "A Garota A Quem Você Não Pode Dizer Não" ou mesmo "Neotenia Em Bronze". Intencionada em evocar força e resolução, a garota de Visbal falha. Compare, por exemplo, com outra estátua com o mesmo tema, o Memorial de Martin Luther King. Dr. King está esculpido em pedra, bracos cruzados, emergindo de uma extremidade de um montanhoso

Sem palavras, o monumento declara que nenhuma força pode impedir King. De frente, ele pode parecer um mero homem, mas suas costas são fortalecidas com toneladas de pedra maciça.

Não há o mesmo na garota. O touro poderia esmigalhá-la facilmente diante de seus pés. Seu suposto destemor na realidade é apenas confiança na simpatia e deferência do touro. Você não vai atropelar a garotinha, vai? A garota é uma peça de arte derivada. Ela não tem substância em si mesma, apenas aquela que surrupia do touro.

Perturbado pela visão da garota de Visbal, Di Modica importunou a cidade e ameaçou tomar as medidas legais cabíveis. Por meio de seu advogado, Di Modica argumentou que a garota nulificava a mensagem otimista e positiva e a transformou em uma força negativa e uma ameaça. O Visual Artists Rights Act dá aos artistas proteções contra alterações e modificações não autorizadas de suas obras, mas como ela aplica-se somente a obras de arte feitas após sua promulgação em 1990, o Charging Bull foi instalado um ano cedo demais para ser protegido.

Isto deixa Di Modica apelando que o respeito seja acordado pela integridade de sua obra e legado como artista. Tal respeito e consideração parecem estar em falta, dado que uma petição online para tornar a garota permanente agora permanece com mais de 37.000 votos.

A garota de Visbal é reveladora como uma peça de arte feminista, apontada para protestar a dominância masculina nos topos das posições de Wall Street. Mas por que usar uma forma de garota? Poderia ter sido uma mulher adulta, uma matadorres, uma guerreira preparada para confrontar e derrotar o touro, mas em vez disso é uma garotinha, cujo único poder é que ela é preciosa. É assim que feministas promovem batalha: nem direta nem honestamente, mas em vez disso fazendo-se de donzela-em-perigo, alavancando sua atuação de vulnerabilidade, abusando das boas intenções do homem, sabendo que homens não conseguem resistir às suas petulâncias.

O prefeito De Blasio certamente não consegue. Em resposta às reclamações do artista do touro Di Modica, De Blasio tweetou em 12 de abril de 2017 "Homens que não gostam de mulheres ocupando espaço são exatamente o porquê de precisarmos da Fearless Girl". Aparentemente Di Modica tem que ou amar a estátua ou odiar as mulheres. Ele não pode sequer defender a integridade de sua própria arte. A garota não apenas priva o touro de seu poder, mas também muda seu simbolismo, de tal forma que agora representa o establishment bancário de Wall Street, em vez do livre mercado.

Por ora, o governador de Nova Iorque diz que "está com as mulheres", mesmo as pobremente concebidas em bronze. Ironicamente, a decisão de deixá-la naquele lugar é um exemplo das coisas que ela precisamente significa: o poder da insistência mimada em um mundo que não pode ver uma mulher amuada.


Notas e Links

[NT1]Algo como "Touro Desafiante".
[NT2]"Garota Destemida".

META
Título Original Bronze girl needs to go
Autor Terrence Longmont
Link Original https://www.avoiceformen.com/art-entertainment-culture/bronze-girl-needs-to-go/
Link Arquivado http://archive.is/t1HmM

sábado, 6 de maio de 2017

A Verdadeira Feminista [Karen Straughan]

A Verdadeira Feminista

A Verdadeira Feminista

Disclaimer: este é um trecho de uma discussão na Internet, em que Karen Straughan responde, de maneira contundente, uma feminista de reddit que alega que "as que fazem coisas ruins não são feministas de verdade". Eu tomei a liberdade de reformatar para melhor leitura.

Então você está dizendo que você, uma comentaristas usando um nome-de-usuário em um fórum na Internet, é a verdadeira feminista, e as feministas realmente responsáveis por modificar as leis, escrever a teoria acadêmica, lecionar nos cursos, influenciando as políticas públicas, e as fundações feministas massivas bem-financiadas com milhares e milhares de membros, todos eles autodeclarados feministas ... eles não são "feministas de verdade".

Isso não é apenas uma falácia do escocês. É um auto-engano delirante.

Preste atenção numa coisa: se você quer autodenominar-se feminista, eu não ligo a mínima. Eu tenho investigado o feminismo por mais de nove anos agora, pessoas como você costumavam me irritar, porque na minha cabeça tudo que vocês faziam era prover escudo e balastro para as poderosas políticas e acadêmicas feministas que você alega serem imbecis. E, acredite em mim, elas são imbecis. Se você soubesse metade do que sei sobre as coisas que estão debaixo da propaganda do feminismo, talvez você parasse de se definir assim.

Mas eu quero que você saiba. Eu não ligo.

  • Você não é a diretora da Feminist Majority Foundation e editora Ms. Magazine, Katherine Spillar, que disse acerca da violência doméstica: "Bem, é só um termo limpinho para espancar a esposa", e segue em acrescentar isto aqui acerca de homens vítimas de violência afetiva: "nós sabemos que não se trata de meninas espancando meninos, mas meninos espancando meninas".
  • Você não é Jan Reimer, ex prefeita de Edmonton (Canadá) e por muito tempo cabeça da Rede de Abrigos para Mulheres de Alberta, que há alguns poucos anos recusara-se a aparecer num programa de TV discutindo sobre homens vítimas de violência doméstica, porque para ela o mero comparecimento e discussão daria legitimidade à ideia da existência desses homens.
  • Você não é Mary P. Koss, que descreveu homens vítimas de mulheres estupradoras como não sendo vítimas de estupro porque eles eram "ambivalentes acerca de seus desejos sexuais" (se você não entendeu o que essa frase quer dizer, ela quer dizer que eles na verdade estavam querendo), e então quis retirá-los da definição de estupro na pesquisa do CDC porque é inapropriado cogitar o que aconteceu a eles como sendo estupro.
  • Você não é a National Organization for Women (NOW) e suas fundações legais associadas, que pressionaram a fim de substituir a lei federal neutra Family Violence Prevention and Services Act de 1984 pela pornograficamente enviesada por gênero Violence Against Women Act de 1994. A promulgação dessa lei eliminou de homens vítimas os serviços de apoio e assistência legal em mais de sessenta passagens, somente em razão de serem homens.
  • Você não é capítulo da Flórida da NOW, que com sucesso pressionou a fim de que obter do Governador Rick Scott o veto não de uma, mas de duas leis de reforma das alimônias nos últimos dez anos, bulas que passaram em ambas as casas legislativas com esmagador apoio bipartidário, e era apoiada por mais de 70% do eleitorado.
  • Você não é o grupo feminista em Maryland que convenceu cada mulher membro da Casa dos Representantes de ambos os lados da coxia a sair do recinto quando um projeto de lei veio à votação, acarretando que o quórum não pode ser alcançado e o projeto de lei morreu, naquele momento e naquele lugar.
  • Você não é as feministas do Canadá agitando a fim de eliminar o assalto sexual das cortes criminais comuns para dentro de cortes quasi-criminais de equidade onde o ônus da prova seria diminuído, o réu seria compelido a testemunhar, a descoberta poderia tomar ambas as direções, e os réus não teriam o privilégio legal de um defensor público.
  • Você não é a Professora Elizabeth Sheehy, que escreveu um livro advogando que mulheres não apenas têm o direito legal de matar seus maridos sem medo de processo criminal se elas fizerem uma alegação de abuso, mas que elas têm a responsabilidade moral de assassinar seus maridos.
  • Você não é as advogadas e juristas feministas que modificaram com sucesso as leis de estupro a fim de que o histórico de uma mulher sobre realizar múltiplas alegações mentirosas de estupro possa ser excluído das evidências no julgamento porque isto "é parte de seu histórico sexual".
  • Você não é as feministas que agitou a mídia com a falsa alegação que colocar seu pênis na boca de uma mulher chapada "não é crime" em Oklahoma, porque o promotor foi um incompetente e acusou o réu sob um artigo inapropriado (sodomia forçada) e a corte superior recusou-se a expandir a definição de tal estatuto além de seu escopo pretendido, quando já existia um estatuto perfeitamente adequado (assalto sexual). Você não é as feministas idiotas mentindo para o público e potencialmente colocando as mulheres de Oklahoma em perigo ao informar a potenciais bandidos que existe uma maneira "legal" de violentá-las.
  • E você não é nenhuma das centenas ou milhares de estudiosas, escritoras, pensadoras, pesquisadoras, professoras e filósofas feministas que construíram e propagaram o corpo de estúpidas teorias sob as quais todas essas atrocidades são embasadas.

Não. Você é a feminista de verdade. Uma pessoinha aleatória da internet.


META
Título Original NONE
Autor Karen Straughan
Link Original https://np.reddit.com/r/videos/comments/68v91b/woman_who_lied_about_being_sexually_assaulted/dh23pwo/?st=j2auiy45&sh=e9d0fd5f
Link Arquivado http://archive.is/kf3y2

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Transcrição do Meu Discurso na Simon Fraser University Transcrição do Meu Discurso na Simon Fraser University Masculinidade Tó...