GirlWritesWhatSelecta - 25
Coisas como desobediência civil e protesto têm um custo social (e potencialmente
legal) maiores para ativistas dos direitos dos homens do que teve até mesmo para
as primeiras feministas. Direitos dos homens atingem direto no coração do papel
de gênero do homem – produzir mais do que consome, resolver os problemas
individuais sozinho bem como resolver os problemas dos outros, e incorporar um
personagem que abraça o sacrifício e não reclama de sua sina.
Eu acredito que isso é uma combinação de um paradigma muito velho (um que
existe na maioria das espécies) de descartabilidade masculina, e um muito
recente (ao menos em termos evolutivos) de utilidade masculina para as fêmeas e
a prole.
A combinação destes dois paradigmas (descartabilidade e utilidade masculinas)
tem sido fundamental para nos levar aonde estamos hoje - cérebros maiores,
ferramentas complexas, vitaminas nutritivas de chocolate para diabéticos
disponíveis na sua doceria local, aviões que voam e também não colidem entre si,
&c.
Mantenha em mente que a descartabilidade masculina existe na maioria das
espécies, se não em todas. Utilidade masculina é uma coisa diferente.
Por outro lado, parte do papel das mulheres ao longo da história tem sido
levantar reclamações e alarmes. E com razão, dado seu papel como parturientes e
cuidadoras de primeira mão. Elas evoluíram não meramente como mulheres, mas como
a díade mãe/filho. (Esta é possivelmente a razão pela qual mulheres são menos
tolerantes ao frio e ao calor - porque seus filhos são menos tolerantes ao frio
e ao calor. Quando a mãe sente frio, ela sabe que seu infante mais vulnerável
que usualmente está por perto pode estar com frio e irá querer fazer algo acerca
disso.)
Tanto mãe quanto criança tornaram-se cada vez mais desamparados, menos móveis e
muito tempo mais vulneráveis enquanto evoluímos, em razão dos nascimentos
prematuros e os caprichos de lidar com uma pelve designada para caminhar em vez
de dar à luz. Homens que atendiam às reais reclamações e temores proferidos por
suas parceiras teriam filhos com maior probabilidade de sobrevivência. Homens
que atendiam às reais reclamações e temores proferidos por parceiras de outros
teriam a gratidão e respeito de outros homens.
Prover e proteger estão no coração do papel de gênero do homem.
Para proteger, tem que ser durão. Caras durões não reclamam de seu próprio
sofrimento enquanto homens, embora seja permissível para eles reclamar do
sofrimento de outros, ou de sofrimento que não esteja atrelado à sua homenidade
mas talvez a algum outro aspecto de sua identidade.
Para prover, deve-se produzir mais do que se consome, e dar os excedentes a
mulheres e crianças. Homens produtivos e orientados a servir não reclamam que
não recebem o bastante em incentivos financeiros, serviços, ajuda, apoio.
Homens que fazem amostras de queixas sobre seu próprio fado na vida deixam a
maior parte das pessoas irritada e enojada. Quando aqueles que reclamam
subvertem diretamente o papel protetor/provedor (como reclamar de alimônia ou
pensão para os filhos, ou reclamar sobre medidas que protegem mulheres de abuso
doméstico), nunca são bem recebidos. Estes tipos de reclamação batem diretamente
de frente contra os assim-percebidos melhores interesses de mulheres e crianças,
que são considerados os beneficiários apropriados do papel de gênero
protetor/provedor dos homens.
Agora, relembre, descartabilidade masculina existe na maioria das espécies. A
descartabilidade forma um pilar para o papel protetor/provedor, mas este papel é
um que melhora a descartabilidade. Homens são aqueles de quem se espera que
cumpram este papel porque são descartáveis, mas tomando esse papel eles
tornam-se menos descartáveis. Abandonando ou falhando em assumir este papel os
torna mais descartáveis.
Agora imagine um grupo de homens que está fazendo as pessoas sentirem-se
enojadas e irritadas porque estão incomodando as pessoas ao reclamar de seus
próprios problemas enquanto homens e as respostas da sociedade às suas falhas em
cumprir seus papéis. Imagine esses homens engajando-se em desobediência civil -
agora eles não são mais meramente descartáveis, eles são perigosos.
É por isso que a vasta maioria dos artigos e blogs negativos sobre o movimento
pelos direitos dos homens e meninos contêm variações de dois ataques ad hominem
contraditórios:
- "não lhes dê atenção, eles são perdedores patéticos e fracotes"
- "não lhes dê atenção, eles são assustadores e perigosos"
Perdedores patéticos não são assustadores ou perigosos, pelo menos não são
vistos assim no geral. Mas esses são insultos prontinhos que nossos oponentes
usam para barrar nossos esforços. E é assim que uma "marcha pelos homens em
Washington" seria vista. Como patética e perigosa ao mesmo tempo.
É por isso que mulheres são geralmente mais bem-sucedidas que homens em
conseguir espalhar a mensagem, e por isso que devemos tomar uma abordagem
diferente para o ativismo que os outros grupos em termos de táticas (como
protestos e comícios). Também é por isso que frequentemente temos que emoldurar
coisas como direitos dos pais em termos de direitos da criança aos seus pais. É
por isso que, quando falamos de direitos dos pais, falamos mais dos efeitos da
falta do pai sobre as crianças, em vez dos efeitos sobre os pais sendo separados
dos filhos. Pessoas se preocupam mais com aquele do que com este, porque o homem
não está mais incorporando seu papel e portanto é completamente descartável, ou
pior, descartável e perigoso.
É por isso que quando abordamos o mainstream, temos que emoldurar um monte
de questões dos homens em termos de como ajudar os homens ajuda as mulheres e
crianças, ou a sociedade, em vez de como deveríamos ajudar os homens em razão
deles mesmos. Convencer pessoas que homens são utilidades que deveriam ser
cuidadas e mantidas a fim de que eles possam e estejam dispostos a continuar a
ser úteis, ou para que eles não acabem agindo de maneiras destrutivas que
machuquem mulheres e crianças, por que a maioria das pessoas não vai se
convencer a cuidar dos homens "porque sim".
Existe um bom tanto de grupos por aí fazendo um bom trabalho com pouco auxílio,
contribuição financeira ou alarde. Eles são geralmente comandados por homens e
mulheres de alto status e educação, alguns dos quais têm acesso a políticos e
que apresentam seus casos calmamente e sem agitar bandeirinhas. Geralmente são
grupos focados em questões únicas:
- Women Against Paternity Fraud
- Stop Abusive and Violent Environments
- Leading Women for Shared Parenting
- Parental Alienation Awareness Organization
- Equitable Child Maintenance and Access Society
- Victims of Immigration Fraud
- Families Advocating Campus Equality
- Men's Health Network
Estes grupos lidam com questões que afetam homens, em sua maioria ou de forma
exclusiva, mas a PAAO também auxilia as poucas mães alienadas que vêm a eles
pedindo ajuda, e tenho certeza de que a FACE apoiaria uma mulher acusada que
teve negado seu direito a um devido processo legal em um processo de assalto
sexual em um campus. LWSP não é um grupo de direitos dos pais, mas um grupo que
advoga guarda compartilhada, baseado nos melhores interesses da criança em vez
do direito do pai a um relacionamento com seus filhos.
É aqui que estamos agora. Talvez em algum momento isso vá mudar, mas você pode
pensar em alguma coisa. Lá atrás, quando as suffragettes estavam engajando-se em
desobediência civil pelos seus objetivos e sendo tratadas com luvinhas de pelica
(sem espancamento, assassinato ou morte na prisão), homens protestando pelo
direito de se sindicalizar e ter condições humanas de trabalho estavam levando
tiro na perna e morrendo. E mais de oitenta anos precedendo o sufrágio feminino,
homens protestando por votos para homens eram espancados, assassinados a bala e
sentenciados ao exílio ou à morte por traição e dissidência.
Mas ei, se você quiser organizar um grande protesto ou comício, completo com
direito a bloqueio de estradas e desobediência civil, se prepare bem. Eu divido
que isso vai acabar bem.