sexta-feira, 30 de setembro de 2016

"Mas isto é causado por outros homens..." por Carlos Rodríguez

"Mas isto é causado por outros homens..." é uma maneira hipócrita de silenciar debates de gênero


Quando falo de discriminação e violência contra homens em certas áreas {EB} como o serviço militar obrigatório ou o homicídio, uma das respostas que costuma repetir-se é: "estas são coisas que os homens fazem contra si mesmos, e portanto não constituem problemas de gênero".

Este tipo de afirmação me parece interessante quando comprovamos por exemplo que o corte genital feminino é um costume praticado e perpetuado principalmente por mulheres {EB}. Isto não impede porém que seja considerado um problema de gênero, e até na Espanha o Partido Socialista lançou uma proposta para incluí-la como delito de gênero em sua Lei Integral.

Outro pensamento que seria incluído nesta proposta como violência de gênero é o tráfico humano. Isto também é interessante para mim, porque de acordo com a Organização Internacional do Trabalho, 45% das vítimas deste crime seriam do sexo masculino, e cerca de 50% dos presos por tráfico globalmente são mulheres (p. 59). Um dos relatórios da ONU disse que em países onde se revelam o sexo dos traficantes, as mulheres eram maioria em 30% e, em alguns países, o padrão é "mulheres que sequestram mulheres" (para uma boa visão geral da questão do tráfico pode consultar neste artigo {EB}). Nada disso, no entanto, impede que o tráfico seja considerado "violência de gênero", termo aplicável somente à mulher, tal como definido pela própria lei.

Finalmente teríamos o infanticídio e aborto de meninas, que também é majoritariamente perpetrado por mulheres em países como China e Índia. Um problema que se considera de gênero em que se pese que o sexo da vítima e do algoz sejam idênticos.

Chegando até este ponto, alguém me dirá que não podemos nos limitar apenas ao sexo de ambas, e que existem fatores estruturais que propiciam uma violência que de outra forma não ocorreria. Um exercício de compreensão que não se é feito no caso dos homens, debaixo da falsa crença de que como uma minoria de membros do seu sexo está em posição de poder, de alguma forma o sexo masculino é responsável pelo seu destino, já que esta minoria os ajudaria. De alguma forma, acredita-se que a minoria dos homens em posição de poder concede prioridade aos interesses de seu sexo à frente dos homens e mulheres de sua própria classe social (a Revolução Francesa e outras têm demonstrado o contrário). Um devaneio semelhante a crer que só porque os Estados Unidos têm um presidente negro, a comunidade afroamericana ostenta mais poder do que tinha antes.

Cabe lembrar também que tanto na guerra como nos homicídios intramasculinos, as mulheres têm estado historicamente {EB} envolvidas {EB}, instigando {EB} os homens ao combate {EB}. Sigam os links acima em caso de dúvidas.

Podemos claramente dizer, portanto, que se o critério para qualificar um problema como "de gênero" requer que vítimas e algozes sejam do mesmo sexo, então dever-se-ia eliminar desta categoria o corte genital feminino e boa parte do tráfico de mulheres a fim de renomeá-los como "problemas de direitos humanos" ou outros nomes mais neutros.

Como temos visto na proposta do Partido Socialista e certamente na prática, isto não se cumpre. Devemos então nos perguntar, quem faz as regras e por que existe um duplo padrão na hora de aplicá-las? A crítica "essas são coisas que homens fazem a si mesmos" não parece ser uma grande maneira de silenciar o fato que os homens também enfrentam problemas por razão do sexo cuja gravidade é semelhante àqueles das mulheres.

Problemas intermitentes


Existem duas formas de catalogar um problema de gênero:
  • Quando um sexo o experimenta majoritariamente ou em razão de sexo
  • Quando um sexo faz dano ao outro

Como devem ter adivinhado, eu opto pela primeira, pois já vimos que a segunda é aplicada de forma seletiva para excluir os homens. Não obstante, esta segunda versão também seria problemática por criar o que eu chamo de "problemas de gênero intermitentes". Ao que me refiro com isso? Vejamos com um exemplo.

A segunda definição detém que para se definir um problema como sendo "de gênero" é necessário que vítimas e algozes sejam de sexos distintos. Pois bem, na Lituânia, o serviço militar obrigatório foi restabelecido pela presidente conservadora Dalia Grybauskaite. Devemos pensar que este foi um problema de gênero porque uma mulher que o impôs? E, caso contrário, se tivesse sido um presidente homem a impô-la, então não seria um problema de gênero?

Lembremos também o que ocorreu na Guerra do Afeganistão, onde a retórica feminista foi utilizada para justificar a invasão do país a fim de libertar as mulheres afegãs.

Marit Nybakk, que presidia o Comitê de Defesa Norueguês, declarou em 2002 ao diário nacional Dagbladet:
Esta é uma guerra de libertação e também uma guerra parea libertar as mulheres do Afeganistão. Para tanto a apresentação dos direitos das mulheres é crucial para mim. Durante muitos anos tenho estado gravemente preocupada com a extrema opressão das mulheres sob o governo talibã. Aqui no Ocidente fechamos nossos olhos ao grotesco tratamento que as mulheres são submetidas porque não nos afeta.

Devemos salientar que naquele ínterim a Noruega havia implementado serviço militar somente para homens.

Marit Nybakk não estava sozinha. Organizações de peso como a americana Feminist Majority Foundation também ofereceram seu apoio à guerra do Afeganistão. A feminista Hillary Clinton igualmente apoiou uma guerra de libertação feminina que custaria o sangue de milhares de homens. Isto teria sido menos problema de gênero contra os homens se Nybakk fosse um deles?

Pensemos também por exemplo no direito à integridade genital masculina (a circuncisão é legal em quase todos os países). Se uma mãe decide o procedimento para seu filho sem necessidade médica, é mais problema de gênero do que se fosse o pai? E se fosse uma médica em vez de um médico a realizar o procedimento?

Não esqueçamos da licença marital {EB}, lei aprovada por Isabel de Castilla e promulgada por sua filha Juana. Isto seria menos questão de gênero porque elas estavam envolvidas, ou talvez era mais?

E, claro, podemos falar do tráfico humano. Nós teríamos um exemplo dessa "intermitência" na prisão de Lin Yu Shin, dona da companhia Gian Ocean International Fishery, por traficar homens para trabalhar como pescadores escravos na África. O problema dos pescadores escravos seria de gênero nesse caso, mas deixaria de ser se o presidente da companhia fosse homem, embora o fenômeno afete exclusivamente homens. Da mesma forma seria com a prostituição forçada ou o trabalho forçado de mulheres. Só seria um problema de gênero se os traficantes fossem homens, e portanto "intermitente".

Isto faz algum sentido? Só se nos agarrarmos obstinadamente à ideia para evitar admitir a todo custo que os homens também têm problemas de gênero (é possível encontrar uma boa lista no artigo "A Discriminação Masculina em 31 Memes" {EB}).

Da minha parte, vou prosseguir usando a primeira definição para me referir a tais problemas, e espero que quem esteja em desacordo comigo seja coerente e igualmente exclua o infanticídio feminino, a mutilação genital, o tráfico humeno e admita um certo grau de "intermitência" nos outros. Caso contrário, considerarei um argumento hipócrita cuja finalidade é silenciar uma conversação considerada inconveniente por solapar seus pilares ideológicos.
META
Título Original 'Pero son otros hombres los que hacen eso...' Una forma hipócrita de silenciar debates de género
Autor Carlos Rodríguez
Link Original https://quiensebeneficiadetuhombria.wordpress.com/2015/09/13/pero-son-otros-hombres-los-que-hacen-eso-una-forma-hipocrita-de-silenciar-debates-de-genero/
Link Arquivado https://archive.today/NWMSi

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

"Sexo Frágil? Violência e o Movimento Suffragette" - Parte I

Sexo Frágil? Violência e o Movimento Suffragette


Fern Riddell investiga a campanha de terror orquestrada pelo movimento suffragette edwardiano antes da 1a. Guerra Mundial e pergunta por que esta tem sido negligenciada pelos historiadores

Fotografias de algumas suffragettes militantes terroristasm, em especial Kitty Marion (13), 1914. National Portrait Gallery, London


Nas primeiras horas de uma morna manhã de novembro de 1913, um cano de três polegadas estava preparado para explodir mais tarde e destruir os múltiplos painéis e obras ornamentais metálicas que faziam da Glass House "uma das principais atrações do Alexandra's Park em Manchester". Uma massa flamejante de metal retorcido e vidro quebrado foi descoberta e rapidamente atribuído pela imprensa popular à onda de "fúrias suffragettes" sendo realizadas ao longo do país pelo braço militante do movimento pelos direitos das mulheres. Kew Gardens já tinha sofrido dois ataques, em um orquidário e num pavilhão, e a campanha de incêndios criminosos intimidação conduzida pela ala militante do Women's Social and Political Union (WSPU) e suas colaboradoras estava alcançando seu auge.

Apesar de ninguém ter sido indiciado no ataque em Alexandra Park, acredita-se que sua perpetradora revelou-se mais tarde em uma autobiografia não publicada. Dedicada à "Liberdade Política, Econômica, Religiosa e Sexual das Mulheres", foi obra de Kitty Marion, musicista de palco e militante suffragette. Sua ira pelo tratamento das mulheres no palco, uma indústria em que era esperado que ela trocasse sexo por papéis de liderança e permitia que proprietários dos halls de música a assaltassem em táxis e hotéis sem resistência, a levou a tornar-se uma bombista, incendiária e ativista pública pelo movimento suffragette. Sua autobiografia é um testemunho de sua importância como uma militante defensora dos direitos das mulheres, e mesmo assim a maioria dos historiadores do movimento pelos direitos das mulheres tem ignorado esta fonte. Apenas recentemente ela tem começado a ser referenciada como narrativa importante, contendo testemunho ocular das operações clandestinas do movimento militante suffragette na Inglaterra edwardiana. Poucas abordagens pessoais das ações dessas suffragettes sobreviveram e suas histórias foram escritas pelos cabeças da WSPU - a família Pankhurst em particular. É o seu legado, e os protetores de tal legado, que tem moldado memórias das ações deste grupo de mulheres determinadas e perigosas, cujos métodos de campanha iam desde quebrar janelas a ataques incendiários, bombas e até tentativas de suicídio.

Então por que os historiadores têm falhado em lidar satisfatoriamente com o assunto da violência suffragette? O trabalho da Irmandade Suffragette de 1926, que coletou e gravou para a posteridade memórias e artefatos das militantes suffragettes, era dominado pelo 'argumento da vidraça quebrada'. Esta singela frase veio a definir a "autêntica militância" e, ao mesmo tempo, marginalizar quaisquer atos que escapassem dessa imagem. Atos de militância são então reduzidos à história de não mais que algumas janelas quebradas, enquanto o foco histórico se desvia para as violações corporais forçadas contra as suffragettes, em especial aquelas aprisionadas por violência política: negação de direitos políticos e, depois, gavagem [NT1]. As ações de mulheres como Kitty Marion são largamente olvidadas.

Enquanto a maioria dos historiadores recusa-se em descrever qualquer suffragette como 'terrorista', a maioria aceitaria que as ações das militantes poderiam ser vistas como uma forma de extremismo político. A imprensa usava a mesma linguagem para descrever as ações dos Republicanos Irlandeses do final do século XIX para os ataques suffragettes suffragettes do início do século XX. Ambos eram referenciados como 'Fúrias', ações que perturbaram e aterrorizaram suas próprias sociedades. Se a sociedade contemporânea julgou as ações das militantes suffragettes como sendo iguais àquelas de grupos como os Republicanos Irlandeses, cuja identidade histórica tornou-se central às discussões sobre terrorismo, por que deveríamos continuar a ignorar ou fazer pouco caso da natureza da violência suffragette? Todos os atos violentos de militância suffragette podem ser vistos como atos de terror. Eles foram especificamente projetados para influenciar o governo e a população a mudar suas opiniões sobre o sufrágio feminino, não pela razão mas por ameaças de violência. Essas ameaças eram então levadas a cabo e iam desde quebra de vidraças até destruição de comunicações (queima de caixas postais, corte de fios de telégrafos e telefones); danos a objetos culturalmente significativos (pinturas em galerias nacionais, estátuas cobertas de graxa, caixas de vidro esmagadas na Casa de Joias da Torre de Londres); e incêndios criminosos nos teatros, casas de parlamentares da Casa dos Comuns e pavilhões esportivos. No lado mais extremo, bombas e dispositivos incendiários foram postos dentro e fora de bancos, igrejas e até da Abadia de Westminster. Todos esses atos foram levados a cabo contra o pano de fundo de mulheres acorrentando-se a si mesmas às paliçadas, lançando-se às portas do Parlamento, recusando-se a pagar impostos e marchando em milhares contra um governo que recusou-se a ouvir suas petições ou tomá-las a sério.

Footnotes:
  • [NT1] Gavagem: alimentação forçada

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

"As Mulheres Eram Oprimidas no Passado?" - PARTE II

Discriminação e a Lei


Discriminação contra os homens na operação da lei toma duas formas. Primeiramente, "A expressa letra da lei discrimina da maneira mais aguda possível entre homens e mulheres em matéria de direitos e obrigações legais, de vantagem na lei civil e isenção na lei criminal" (p3). Em segundo lugar, "a letra da lei é suplementada pelo viés dos tribunais e da imprensa e da opinião pública, opinião a qual, afinal, a ação dos tribunais não é nada além de reflexo" (p3).

Infelizmente, os autores não são sempre claros em distinguir um do outro. Por exemplo, no capítulo sobre lei matrimonial, uma subseção tem como título "Impunidade Ao Assassinato do Marido" (p29) - quase como se uma provisão estatutária tivesse expressamente conferido a esposas o direito de matar seus maridos.

Obviamente trata-se de um exagero. Na realidade, "a lei de assassinato e violência é nominalmente a mesma para homens e mulheres" (p29-30). O tratamento favorável de mulheres infratoras manifesta-se em vez disso ao longo da "tácita deformação da Lei Criminal em favor das mulheres por viés do juiz, do júri, e imprensa" (p33).

A respeito das esposas que matam seus maridos, o procedimento usual é reduzir as acusações a homicídio culposo e impor "uma sentença vergonhosamente inadequada ou possivelmente meramente nominal" (p30) - um procedimento agora institucionalizado mediante a invenção da "síndrome da mulher espancada" (veja A Escusa do Abuso).

Assim, um estudo recente nos EUA determinou que maridos que matam suas esposas recebem sentenças quase três vezes as impostas para esposas que matam seus maridos (Langan & Dawson 1995:piii).

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - PARTE II

Homens no Topo


Quando eu digo que estou pesquisando como a cultura explora os homens, a primeira reação é geralmente "Como você pode dizer que a cultura explora os homens, quando os homens estão no controle de todas as coisas?". Esta é uma objeção justa e precisa ser tratada seriamente. Ela envolve a crítica feminista da sociedade. Esta crítica se iniciou quando algumas mulheres sistematicamente observaram a sociedade a partir do topo e notaram homens por todo lado: a maioria dos comandantes, presidentes, primeiros-ministros, a maioria dos congressos e parlamentos, a maioria dos presidentes executivos de grandes corporações, e assim por diante - eles são majoritariamente homens.

Vendo isto, as feministas pensaram "wow, homens dominam tudo, então a sociedade é voltada para favorecer os homens. Deve ser ótimo ser homem".

O erro desta forma de pensar é olhar somente para o topo. Se observarmos em direção à base da sociedade em vez disso, encontraremos uma maioria masculina também. Quem está nas prisões, por todo o mundo, como criminosos ou prisioneiros políticos? A população no Corredor da Morte jamais se aproximou de 51% de mulheres. Quem são os sem-teto? Novamente, maioria masculina. Quem a sociedade mais usa para trabalhos ruins ou perigosos? As estatísticas do Departamento de Trabalho dos EUA reportam que 93% dos trabalhadores mortos no trabalho são homens. Igualmente, quem acaba morto em batalha? Mesmo nas Forças Armadas dos EUA de hoje em dia, que têm feito muito pela integração dos sexos e pelo ingresso de mulheres em combate, os riscos não são iguais. Este ano [NT01] batemos a marca de três mil mortes no Iraque, e dessas, 2938 foram de homens, 62 de mulheres.

Podemos imaginar uma batalha antiga, em que o inimigo foi expulso e a cidade foi salva, e os soldados que retornam estão cobertos de moedas de ouro. Uma feminista daquela época poderia protestar "ei, todos aqueles homens conseguiram moedas de ouro, e metade delas deveria ir para as mulheres". Em princípio, eu concordo. Mas lembre-se, enquanto os homens que vocês veem obtiveram moedas de ouro, tem também os outros homens que vocês não veem, que ainda estão sangrando e morrendo no campo de batalha por causa dos ferimentos das lanças.

Esta é uma primeira pista importante de como a cultura usa os homens. A cultura está cheia de contrapesos, nos quais ela precisa de pessoas para realizar coisas arriscadas ou perigosas, e assim sendo oferece grandes recompensas para motivar as pessoas a tomar tais riscos. A maioria das culturas tendeu a usar homens para estas lacunas de alto-risco&alto-retorno muito mais que mulheres. Eu proponho que existem importantes razões pragmáticas para isto. O resultado é que alguns homens recolhem grandes recompensas enquanto outros têm suas vidas arruinadas ou até mesmo ceifadas. A maioria das culturas protege suas mulheres do risco e portanto também não lhes dá as grandes recompensas. Não estou dizendo o que as culturas deveriam moralmente fazer, mas culturas não são seres morais. Elas fazem o que fazem por razões pragmáticas direcionadas por competições entre outros sistemas e grupos.

FootNotes:
  • [NT01] O artigo é datado de 2007

terça-feira, 27 de setembro de 2016

"Homens precisam mudar" por El Ratel

Homens precisam mudar - o resto de nós está bem!


Esta peça é inspirada em um artigo (não é uma resposta completa ao mesmo) publicado no New York Times em 4 de abril de 2016. Ela é escrita por Andrew Reiner e é intitulada "Ensinando homens a serem emocionalmente honestos". Você pode encontrar o artigo original aqui:

http://www.nytimes.com/2016/04/10/education/edlife/teaching-men-to-be-emotionally-honest.html?_r=1

Então, este artigo me trouxe sentimentos misturados. Ele parece ser escrito por um homem doutrinado pelo feminismo que começou a ver rachaduras no muro feminista, e fez algumas observações interessantes, apesar de ele geralmente prender-se à narrativa. Eu irei lhes dar alguns pensamentos aqui:

O artigo basicamente faz um caso contra os homens emocionalmente mutilados nas nossas sociedades, descrevendo como somos ensinados desde a tenra idade a engolir nossos sentimentos e quão mau isto é para todos. Ele baseia-se em Michael Kimmel e explica a toxicidade do "Bro Code" na qual nossos homens jovens estão se desenvolvendo.

O autor deseja que homens chorem mais, expressem mais suas tristezas, suas frustrações, porque ele considera isto um traço de personalidade desejável para todas as pessoas, inclusive homens. Ele nota como homens estão perdendo para mulheres e,m educação, mas ele culpa este "código masculino" que compele todo garoto a ser mais bruto que o cara do lado, a fim de sentir-se validado por seus pares. Ele também nota que não existem recursos focados para os homens nos câmpi, mas ele vagamente acusa deste fato "homens e mulheres igualmente", que desafiem e protestem pela necessidade de tais recursos. Ele não acusa o feminismo, o principal detrator das questões dos homens no colégio.

Para sumarizar, o artigo diz que homens necessitam mudar. "É para seu próprio bem e para o bem da sociedade", nos diz o autor. Vamos compartilhar alguns pensamentos sobre isso:

1 - O autor diz que homens devem ser mais emotivos. Se é este o caso, então isto deve significar que mulheres já são "emotivas o bastante". Segue logicamente que homens precisam ser mais como as mulheres. Isto só prova que ele considera mulheres como sendo o default em termos de emoções, e que homens precisam parecer mais com elas. "Ser emocionalmente honesto", como Hannah Wallen disse há algum tempo, na verdade quer dizer "ser mais feminino". O autor sente que emocionalidade, aquela emocionalidade aberta e descontrolada mediante choro (em particular) é um trato de personalidade bom e desejável para todo mundo. Se ele tivesse lido um pouco de Tom Golden, por exemplo, ou mesmo se ele prestasse mais atenção aos homens ao seu redor, ele saberia que homens são profundamente emocionais, mas apenas expressam isso à sua maneira. Homens tendem a expressas seus sentimentos indiretamente e mediante ação. Eles não se encontram usualmente apenas para falar sobre seus sentimentos e chorar nos ombros uns dos outros. Eles geralmente se encontram para jogar futebol, pescar, ou apenas jogar uns videogames, e enquanto fazem isso, começam eventualmente a falar. Ao mesmo tempo, eles estão interligando; mediante cooperação e amigável competição agonística. É assim que homens geralmente se relacionam entre si. Você não vai ouvir seus mais profundos pensamentos se forçá-los a olhar em seus olhos e perguntar diretamente. O autor parece acreditar que homens ficam vexados de terem emoções; que eles sejam proibidos de expressá-las, que constantemente empregam uma máscara. Ele não pode compreender que homens de fato sentem e expressam seus sentimentos, eles apenas fazem isso de uma forma diferente. E isto está bem. Pensar que todo mundo que não reage às situações como você reage é emocionalmente deficiente é apenas uma forma egoísta de pensar.

2 - O autor não põe valor algum no estoicismo - o conceito de controlar e dominar suas emoções, permitindo que direcione-as de uma certa forma, a fim de não ser por elas dominado. Suportar a dor e o medo não significa nada para ele; ele quer que as pessoas chorem e reclamem, Mas ele não nos conta que chorar e reclamar jamais trouxe nada aos homens, nada além de escárnio. E este não é uma coisa de "bro code": mulheres compelem isso com tanta intensidade quanto homens. O autor não compreende que homens são fortemente atraídos por mulheres, em tal extensão que eles farão o que elas quiserem que eles façam, ou o que aparentar ser o que elas querem. Se todas as mulheres repentinamente se atraíssem honestamente por homens emocionais, no dia seguinte teríamos rebanhos de homens chorosos com olhos vermelhos. Mas mulheres não são naturalmente atraídas por homens reclamões chorões. Por isso homens competem entre si a fim de fazer o melhor que podem, de acordo com as regras das mulheres. Seleção sexual funciona na maioria das espécies (a nossa inclusa) mediante competição masculina e seleção feminina. É a natureza. Dizer acintosamente que isso é "coisa de homem" é pura covardia.

3 - O autor também menciona o desempenho inferior dos homens na educação, mas ele culpa as "normas sociais sobre masculinidade". Como vemos, nenhuma menção acerca de ações afirmativas em favor das meninas, nenhuma menção acerca de mudanças no sistema educacional para torná-lo mais adequado a estudantes mulheres. É só uma coisa de homem, e precisamos idar com isso. Não precisamos de ajuda, nós apenas precisamos ser homens e chorar mais (por mais louco que isso possa soar). Apesar de a superfície do artigo aparenta ser a favor dos "homens como vítimas", o autor está colocando a responsabilidade somente nos ombros dos homens. Então na realidade é "homens como vítimas de umas coisinhas que eles mesmos criaram". Nada legal. Ele não leva em conta a óbvia influência do pensamento feminista na educação. Se nós concordamos que homens são seres opressores, malignos e desprezíveis, então por que deveríamos alocar qualquer recursos para sua educação em específico? Por que deveríamos nos preocupar com modelos de atuação para eles, se eles são inerentemente danificados, causas perdidas? Em tal ambiente desolado, de descuido e desprezo, é mais que natural que homens e meninos recorram a versões mais primitivas, básicas, tribais, de ligação em irmandade. É um fenômeno que vai acontecer não importa o que façamos, é assim que somos programados. De quem é a culpa se homens jovens se voltam para o crime, atividade em bando, bebedeira, video games, pick-up artistry [NT1] e cultura de sedução amorosa (atividades listadas no artigo) a fim de encontrar validação de outros homens? É sua própria culpa, porque a masculinidade é tóxica? Ou poderia ser porque lhes foram tirados todos os outros sistemas de validação?

4 - Então homens precisam mudar e serem mais emocionais, mas de alguma forma ainda devem lidar com os mais sujos e perigosos da sociedade. Eles precisam mudar e ser mais emocionais, mas de alguma forma precisam ser dominantes a fim de as mulheres sentirem-se atraídas por eles. Eles precisam mudar e deixar suas atitudes atrevidas e paqueradoras direcionadas às mulheres, mais ainda se espera que eles iniciem o contato com os homens. Esta é praticamente uma lei na interação homem-mulher: mulheres dão dicas, mas é o homem que tem que arriscar a cara.

5 - Por que devemos ensinar os homens a ser emocionalmente honestos, se desconsideramos e zombamos seus interesses de qualquer forma? Como um comentador do artigo escrevera: "Homens decidirão não mostrar seus sentimentos assim que notarem como serão tratados por todos". Que bem há em homens chorando publicamente, se eles ainda não terão lugar em abrigos para vítimas de violência doméstica, nenhuma concessão orientada a homens (graças a Deus por Milo e Margaret!), se eles ainda serão esmigalhados nas Varas de Família? É isso que mais me emputece na maior parte desse artigo: ele reclama e demanda e mostra desgosto por comportamento masculino inapropriado, mas faz isso de um lugar seguro, e não sente necessidade alguma que seja de olhar para a figura maior dos homens. Ele reclama das manchas de fuligem nas paredes e quer que alguém as limpe, mas não inquire de onde veio o fogo pra começo de conversa.

FootNotes:
  • [NT1] Pick-up Artist, sigla PUA, refere-se a uma pessoa que aplica técnicas de sedução, bem como a grupos envolvidos com tais práticas.
META
Título Original Men need to change - the rest of us are fine!
Autor El Ratel
Link Original http://honeybadgerbrigade.com/2016/05/15/men-need-to-change-the-rest-of-us-are-fine/
Link Arquivado http://www.archive.today/56Ah4

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

"Modelo Duluth camufla fatos-chave sobre violência doméstica" por Erin Pizzey

Modelo Duluth camufla fatos-chave sobre violência doméstica


Por volta dos anos 80 havia suficentes abrigos e financiamentos para as feministas tornarem sua atenção para o assunto do 'autor do abuso'. Isto as habilitou a abrir um novo fluxo de renda. Este movimento jamais foi ajudar homens a chegarem em um acordo com sua violência. De fato, de acordo com suas ideologias políticas a violência doméstica é definida singularmente como homens espancando suas esposas. Essa violência, alegam as feministas, é uma brutal expressão do poder patriarcal em casa.

A ideologia delas também assevera que homens são impenetráves a qualquer intervenção terapêutica, cortesia de seus profundamente arraigado privilégio patriarcal.

De acordo com este novo modelo elas impossibilitam tudo que não seja tratamento criminal para a alegada violência do homem contra mulher e filhos. Leis que proibiram especificamente qualquer intervenção terapêutica de casais para homens acusados foram aprovadas.

Eu estava ciente de que nos anos 90 pesquisadores estavam estudando reelacionamentos entre pares do mesmo sexo. Lie and Gentlewarrior: Intimate Violence in Lesbian Relationships, Journal of Social Science Research, 15, 41-59. Eles estudaram 1099 lésbicas e descobriram que 52% dos entrevistados foram abusadas por uma parceira ou amante. Disto supus asseguradamente que era prova de que violência doméstica não era nem nunca foi questão de gênero.

Nos últimos dez anos mais e mais e mais estudos acadêmicos publicaram seus achados, os quais provam que a violência doméstica é praticamente idêntica entre homens e mulheres e portanto o Modelo Duluth está morto. Seu único valor remanescente é como fonte de fundos para o movimento feminista. Como o movimento feminista levou quarenta anos para criar um estrangulamento em qualquer informação que saia da academia, ele tornou bastante difícil para as pessoas buscar informação válida para trabalharem à sua maneira entre as resmas de publicações feministas desonestas.

Todas as amostras de pesquisa postas pelas agências de apoio feministas internacionlmente são tentativas grosseiras de esconder a verdade. A motivação0 por detrás destas amostras de pesquisa não é nem mesmo uma tentativa de trazer alento àqueles que sofrem de violência doméstica mas sim manter um fluxo de alegações histéricas que encorajarão o público a continuar doando para seu já obeso império bilionário.

Um exemplo famoso é o mito do Super Bowl americano que naquele dia muitas mulheres serão assaltadas por seus parceiros. O livro de Christina Hoff Summers, "WHO STOLE FEMINISM" expôs o boato do 'Abuso do Bowl'. Mesmo agora na Inglaterra regularmente vemos histórias que durante os principais jogos televisionados as mulheres serão atacadas. Natal e Dia de São Valentim também são dias em que nos é dito que os homens voltar-se-ão a suas esposas e parceiros.

O real Projeto de Intervenção do Abuso Doméstico é uma tentativa tosca de forçar os homens em, como Thomaz me explicou, "...uma classe em que você é doutrinado a acreditar que todos os homens são predadores e você deveria se envergonhar pelo simples fato de ter nascido". Muitos homens são comandados a estes cursos sem haver evidência alguma de violência dos seus parceiros contra eles. Eles estão ali por causa de acusações falsas de seus parceiros contra eles mas têm que concordar que são violentos porque se não o fizerem então não serão possibilitados a completar o curso. Se eles falham no curso então serão banidos de ver seus filhos ou então só terão permissão mediante supervisão. Nestes cursos homens também devem confessar que são culpados de "usar seu privilégio de homem".

A parte mais sinistra do Modelo Duluth para mim é o uso de técnicas de lavagem cerebral que vi pessoalmente nos dias dos "programas de reeducação" da China comunista. Rússia também tinha o mesmo tipo de programas, mas direcionados a ambos os sexos. Aqui, homens têm que ser reeducados para abandonar sua masculinidade porque ela traz consigo os males de nascer com um cromossomo Y que dirige ao estupro, violência e destruição.

Ao longo de todo o mundo ocidental governos têm recebido entusiasticamente este programa e rejeitado todas as outras tentativas de permitir que homens paricipem de programas terapêuticos que sejam primariamente voltados para ajdar homens a entender e chegar em um consenso em casos (na maior parte das vezes) de parentela abusivos e tóxicos. Estes programas não demonizam homens e não aderem ao mantra feminista de que todos os homens são violentos.

O Modelo Duluth tem programas para mulheres que são violentas; elas são enviadas a um programa similar, mas nestes programas elas são ensinadas a "como não permitir que o controle dos homens sobre elas as faça reagir inapropriadamente". Homens ainda são recriminados como sendo iniciadores de violência.

Na Inglaterra nosso governo deu aval a programas para homens perpetradores para uma organização chamada "Respect", um grupo administrado por feministas ideologicamente enviesadas. Não estou surpresa que o "Respect" tenha recusado a dar aval a outros programas que não fossem o Modelo Duluth.

A fim de duplicar suas arrecadações os funcionários feministas (tanto homens quanto mulheres) falam acerca deste modelo como um "projeto baseado na comunidade". Parte do projeto é que para as mulheres, que em muitos casos são tão violentas quanto os homens que denunciam, são oferecidos "funcionários de segurança da comunidade". Estes funcionários são designados para manter as vítimas em segurança. A mulher é sempre a "vítima" neste modelo e ela tem seu segurança para informar-lhe o progresso ou falta de progresso de seu parceiro.

Ela também está numa posição poderosa porque ela pode dizer se decide ter seu parceiro de volta, não importando se ele está tendo sucesso em controlar sua violência ou não. A qualquer momento ela pode falar ao seu segurança que ele não está se controlando e ele ou será encarcerado ou removido da casa e impedido de ver seus filhos até que recomece o programa.

Eu creio que o Modelo Duluth é antiético já que vem de uma ideia agora largamente desacreditada que somente os homens são violentos em relacionamentos íntimos. Eu creio também que ele seja provavelmente ilegal.

Esse é um programa projetado por pessoas que são abertamente hostis aos homens. Qualquer homem ameaçado por este programa não tem representação legal oferecida a ele. Ele é culpado desde o nascimento e a ideiade seu gênero ter o direito humano de "um julgamento justo" jamais é considerada. Este programa é pernicioso a homens e mulheres porque não permite às mulheres o direito de tomar responsabilidade por seu próprio comportamento, o que em termos traz impacto aos filhos que são deixados nas mãos de uma mãe abusiva. Esse programa não reconhece que o lugar mais seguro para crianças é com seu próprio pai biológico e longe de uma mãe abusiva e de outros perigos que as crianças vierem a enfrentar em face a parceiros ou amantes dessa mãe.

É chegada a hora que devemos erguer a voz e pôr um fim a este modelo perigoso e brutal. É uma desgraça internacional que estas pessoas, sedentas por financiamento, tenham forjado o abuso contra homens por todos esses anos. É óbvio que eu concordo que muitos dos homens nestes programas são de fato abusadores, mas envergonhá-los, ameaçá-los [NT1] e recusar a olhar as circunstâncias que os levaram a seu comportamento abusivo não tem lugar em uma sociedade civilizada.

"Perpetrator programmes for partner violence: Are they based on ideology or evidence?" <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.2044-8333.2011.02029.x/abstract>, Louise Dixon, John Archer and Nicola Graham-Kevan.

FootNotes:
  • [NT1] Definitivamente, não existe uma tradução muito boa para "to bully"...
META
Título Original Duluth Model buries key facts on domestic violence
Autor Erin Pizzey
Link Original http://honest-ribbon.org/mega-featured/duluth-model-buries-key-facts-on-domestic-violence/
Link Arquivado https://archive.today/kMSgt

domingo, 25 de setembro de 2016

"As Mulheres Eram Oprimidas no Passado?" - PARTE I

As Mulheres Eram Oprimidas no Passado? Uma Obra-Prima do Masculismo do Patriarca Esquecido do Movimento Moderno pelos Direitos dos Homens


Se qualquer dogma fundamental do feminismo desfruta de aceitação ainda mais difundida que aquele que afirma que mulheres são oprimidas no Ocidente contemporâneo, é o que estabelece que mulheres eram ainda mais oprimidas antes da emergência do feminismo moderno.

De fato, mesmo muitos críticos do feminismo moderno concordam que mulheres foram oprimidas naqueles velhos tempos, insistindo tão somente que hoje em dia este não é mais o caso. Privilégio feminino, na extensão que é reconhecido afinal, é desprezado como um recente e menor efeito colateral do próprio feminismo.

Aqueles que creem nisso - bem como os próprios feministas, seus apologistas e companheiros na grande mídia, bem como os 'ativistas pelos direitos dos homens' e quaisquer outros interessados em 'políticas sexuais' - deveriam por bem ler "The Legal Subjection of Men", primeiro publicado em 1897, e agora disponível em domínio público via internet.

Sua autoria é comumente atribuída a Ernest Belfort Bax, um proeminente britânico socialista e antifeminista do século XX. Porém, o próprio Bax, escrevendo em um prefácio de uma edição posterior, reportou que o trabalho "é em grande parte esforço de um barrister[NT01] irlandês e um LL.D de Dublin", os quais ele não nomeia.

Sua publicação é comumente datada de 1908 - mas parece ser uma "nova adição". Uma versão anterior, publicada pela Twentieth Century Press, parece ter sido publicada em 1897. Sua autoria é atribuída simplesmente a "dois barristers", que presumivelmente procuravam anonimidade para evitar perseguição das feministas.

Referências de página citadas neste review referm-se à edição de 1909 publicada pela New Age Press.

O título do livro é uma alusão ao famoso trabalho de John Stuart Mill, 'The Subjection of Women' (1869), para o qual 'The Legal Subjection of Men' foi aparentemente concebido como uma resposta. Porém, ele difere em um aspecto. Bax e seu coautor focam especificamente na sujeição legal dos homens. Seu foco é portanto sobre a discriminação contra os homens no sistema legal.

Como resultado, o estilo é bastante seco e legalista, e também um tanto repetitivo. Mesmo assim, ele é misericordiosamente sucinto - um panfleto, em vez de livro.

Ele não é completo. Apesar do pano de fundo socialista de Bax, não há discussão alguma da legislação discriminatória de proteção ao emprego (p.ex. o Mines and Collieries Act de 1842, que, apesar de celebrado como proibindo o trabalho infantil, na realidade sancionou o emprego de garotos a partir de dez anos nas minas subterrâneas, enquanto proibia o emprego de mulheres de qualquer idade).

Sua tese é simples - longe de serem oprimidas, "até o mais ínfimo detalhe da lei e administração, civil e criminal, mulheres são iniquamente privilegiadas às custas dos homens" (pvii).

A "inferioridade muscular das mulheres", eles sugerem, "tem um papel, metade de forma inconsciente, na apatia da maioria dos homens nas questões de privilégio feminino" (p61). Mesmo assim, "seria tão justamente razoável supor que porque o Czar da Rússia ... seja menos muscularmente desenvolvido que o aldeão russo médio, que a possibilidade do aldeão russo seja seriamente oprimido pelo Czar ... fosse uma proposição digna de risos" (p61-2).

Na realidade, "o mais bravo e forte homem é fraco como uma criança contra a esmagadora força do estado" e "qualquer mulher pode quando quiser evocar para ela um poder que nenhum homem pode resistir ... o poder total das cortes e da comunidade, com o apoio da imprensa e da opinião pública" (p56-7).

FootNotes:
  • [NT01] Barrister é uma espécie de advogado, recorrente em países de tradição de lei comum (como os EUA, Reino Unido etc.), que trabalha nos níveis mais altos das Cortes Judiciais. Ele não necessariamente mantém contato direto com o cliente, e faz um trabalho de defesa mais técnico.

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - Parte I


INTRODUÇÃO


Vocês provavelmente devem estar pensando que uma palestra com o nome "Tem algo de bom nos homens?" será curta! Escritos recentes não têm muito o que dizer sobre os homens. Títulos como "Men Are Not Cost Effective"[NT01] são autoexplicativos. O livro de Maureen Dowd se chama "Are Men Necessary?"[NT02], e apesar de ela nunca dar uma resposta explícita, qualquer um que leia o livro sabe que sua resposta é 'não'. O livro de Louann Brizendine, "The Female Brain"[NT03], se inicia dizendo "Homens, estejam prontos para experimentar inveja cerebral". Imagine um livro sendo anunciado dizendo que mulheres de pronto experimentarão inveja pelo superior cérebro masculino!

Estes não são de forma alguma exemplos isolados. A pesquisa de Alice Eagly compilou montanhas de dados sobre esterótipos que as pessoas têm sobre homens e mulheres, a qual os pesquisadores sumarizaram como "O Efeito MSM". MSM significa "Mulheres São Maravilhosas". Tanto homens quanto mulheres adotam visões muito mais favoráveis sobre mulheres do que sobre homens. Quase todo mundo gosta mais de mulheres que de homens. Eu certamente gosto.

Meu propósito neste artigo não é tentar balancear isto elogiando os homens, ainda que ao longo do caminho eu terei várias coisas positivas para dizer acerca de ambos os gêneros. A questão de se existe algo de bom sobre os homens é apenas meu ponto de divergência. O título provisório do livro que estou escrevendo é "How culture exploits men"[NT04], mas mesmo isto para mim é a introdução para grandiosas questões sobre como a cultura molda a ação. Neste contexto, o que tem de bom sobre os homens significa no que os homens são bons, da perspectiva do sistema.

Portanto, isto não é sobre "a batalha dos sexos", e de fato eu penso que um desafortunado legado do feminismo foi a ideia de que homens e mulheres são basicamente inimigos. Eu sugerirei, em vez disso, que na maior parte das vezes homens e mulheres têm sido parceiros, apoiando uns aos outros em vez de explorando ou manipulando um ao outro.

Este artigo também não é sobre tentar argumentar que homens devam ser tratados como vítimas. Eu detesto toda a ideia de competir para ser vítima. E certamente eu não nego que a cultura tenha explorados as mulheres. Mas em vez de olhar a cultura como um patriarcado, o que significa dizer que é uma conspiração por homens para explorar mulheres, eu penso que é mais acertado entender cultura (p. ex., um país, uma religião) como um sistema abstrato que compete contra sistemas rivais -- e que usa tanto homens como mulheres, geralmente de formas diferentes, para avançar sua causa.

Eu penso também que é melhor evitar julgamentos de valor o máximo possível. Eles têm tornado a discussão sobre políticas de gênero bastante difícil e sensível, distorcendo por conseguinte o jogo de ideias. Eu não tenho conclusões a apresentar sobre o que é bom ou mau ou como o mundo deve mudar. De fato a minha própria teoria é feita de negociações e contrapesos, de tal forma que aonde houver algo bom, ele estará atrelado a algo mau, e ambos contrabalançam.

Eu não quero estar de nenhum lado. Militantes de gênero, por favor vão para casa.

FootNotes:
  • [NT01] "Homens Não Compensam o Custo", em uma tradução livre
  • [NT02] "Homens São Necessários?"
  • [NT03] "O Cérebro Feminino"
  • [NT04] "Como a Cultura Explora os Homens"

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

"MGTOW - Um Boicote às Mulheres" por Observing Libertarian

MGTOW - Um Boicote às Mulheres






Eu estava discutindo com um cara hoje sobre MGTOW.

Ele fez a afirmação de que eu sou um misógino que espalha retórica anti-mulher. Então eu o desafiei a encontrar qualquer coisa que eu tenha alguma vez dito que fosse anti-mulher. Recentemente minha tia tem estado preocupada comigo também; ela é um pouco inconstante mas seu coração está no lugar. Ela está bem, eu sei disso.

Ele veio com uma coisa que eu disse, "mulheres não valem meu tempo", ao que respondi assim.

E de fato não valem; isto não é porque eu as odeio. Assistir a filmes também não vale meu tempo, isto quer dizer que odeio cinemas, teatros, atores, atrizes, pipoca e balinhas?

Não, isso quer dizer que eles não valem meu tempo, meu dinheiro, meu esforço. Qual a progressão lógica de incomodar-se? Sair, gastar dinheiro, encontrar uma garota, papear, pagar drinques - opa, não pode fazer nada até ela ficar sóbria de novo, senão é estupro. E então, encontrar com ela de novo, sair para se conhecer, talvez ter um momento legal [1]. Talvez comecemos a nos conhecer melhor, talvez não.

Repito o processo até encontrar uma garota que realmente queira conhecer melhor [2]. Começamos a sair, isso dura algum tempo mas vamos começar a viver juntos ou acabar rompendo depois? As chances são de rompimento. Repito os processos 1 e 2 até encontrar uma mulher para viver junto [3]. Beleza. Vamos nos casar? É provável que não. Repita os processos 1, 2 e 3 até que achemos "A Mulher Certa". E agora, o que acontece? A porcentagem de separação está em 50% - chances são de divórcio.

Então o quê? Perco metade mo meu patrimônio, provavelmento sou forçado a ir para um apartamento que eu tinha desde antes de conhecê-la e há uma grande chance de que eu tenha que pagar alimônia. O que significa que agora eu vivo em servidão, pagando tributo a uma rainha que nunca concordei em servir. Oh, sim - parece fantástico! Me explica, por que, qualquer dessas coisas, vale minha perda de tempo? Não é que eu odeie mulheres; é que o jogo já está com as cartas marcadas, e não existe posição favorável envolvida.

Não há objetivo algum exceto esperar que após o casamento ela não me atire do penhasco. Este é o ponto da coisa toda. Este é o único final feliz possível: eventualmente encontrar alguém que não esteja disposto a puxar o gatilho da pistola apontada na minha testa. Parece adorável, pra caralho!

O jogo é viciado, as cartas estão dadas. É uma completa perda de tempo e uma imensa perda de dinheiro. E eu não sou o único que pensa assim: pela primeira vez na história deste país, há mais adultos não casados do que casados. Então está bem claro que eu não sou o único que acha que o processo todo é perda de tempo. Todos os processos 1, 2, 3, e enfim o casamento, processo 4, apenas para ser mantido na mira da bala o tempo inteiro. Aparentemente isto não parece convencer um monte de outras pessoas além de mim.

Nós solteiros somos maioria neste país. Claramente há algo errado com o processo, porque essa é a primeira vez que esse tipo de coisa aconteceu nos úlimos 238 anos.

Nada no evento leva em conta o quão mal as mulheres tratam os homens em relacionamentos hoje em dia.

O que é mais comumente horrível. Elas constantemente insultam e censuram os homens com quem estão. É comum, elas não pensam nada em tratá-los com toda descortesia possível. Elas tratam seus parceiros homens pior que a completos estranhos. Se uma mulher tratasse uma colega de trabalho da mesma forma que mulheres tratam seus parceiros, elas seriam demitidas por hostilidade no local de trabalho.

E elas não pensam nada sobre isso. Como homem, você tem que simplesmente ignorar. Insultado, degradado em conversas, sendo aviltado na frente dos amigos dela, sendo destratado na frente dos seus próprios amigos, e o que se espera é que você ignore e lide com isso.



Eu tenho uma leve sugestão: me deixa sozinho nessa merda. A coisa toda não vale meu tempo, e qualquer um que espera poder me tratar como lixo e pensa que não vou fazer nada? Sendo bem grosso: eu não sirvo para você. Nenhuma migalha vale ser tratado de forma tão miserável.

Eu jamais bati numa mulher com quem estive junto, jamais forcei uma mulher com quem estivesse junto a nada, jamais conduzi atividade sexual sem consentimento. Eu faço coisas legais, compro alguma coisinha porque penso que vai ser um bom gesto. Dou café da manhã na cama quando ela dorme em casa num dia de folga.

Certa vez ganhei uma moral numa maratoma noturna. Eu estava indo pro terceiro bar, o lugar me chamava escandalosamente. Eu estava em 5 doses duplas à tardezinha (sou russo-irlandês, era só khahua, 20% não bastam para ficar bebum), liguei para minha namorada à época, deixei um recado na caixa de mensagens: "Oi, querida; estou tendo uma noite ótima; bebi cinco doses, estou rodeado de mulheres bonitas e só pensando em ti; queria que estivesses aqui comigo; te vejo depois!" Ela me mandou uma mensagem de texto uma meia hora depois, como ela estava sentada com as amigas desmaiando na mensagem que eu mandei.

Ela teve uma dor de estômago antes, eu fiquei sentado no chão junto a ela enquanto ela estava no sofá, e gentilmente acarinhei seu abdômen até ela se sentir melhor. Seu xampu natural costumava embaraçar seu cabelo, então fiquei por detrás no sofá penteando-a com meus dedos para não fazer nós. Eu sou um cara legal, e eu sempre tratei mulheres excepcionalmente bem.

Das mulheres com quem me relacionei, o que infelizmente são muitas, apenas tive duas que não me trataram comom lixo. Então, mesmo se um cara legal como eu dificilmente é bem tratado, algo está desesperadamente errado.

Então sim, eu não odeio mulheres, jamais odiei. Elas apenas não valem meu tempo dado que tão poucas delas estão dispostas a me tratar como ser humano. Se o casamento não fosse um golpe extorsivo, e mais mulheres de fato dessem aos homens qualquer semelhança de cortesia comum - eu não teria jogado a toalha.

Há apenas quatro coisas que uma mulher pode prover a um homem:
  1. Um lar: Cozinha, limpeza, etc. Isto é um lar. Mulheres não gostam de ser domésticas hoje em dia, muitas delas nem sabem cozinhar afinal. Tudo bem, todo mundo hoje em dia tem que trabalhar, sem problemas. Eu entendo perfeitamente. Sem problemas. Eu posso cozinhar, eu sou bom nisso. Minha mãe me ensinou a cozinhar, para que eu não dependesse de mulher. Obrigado, Mãe!
  2. Companhia: Se ela te trata decentemente... não fica constantemente fazendo e dizendo coisas ruins ou degradantes para você só porque ela pode. Caso contrário, não é companhia. É viver com uma imbecil de colégio que não saiu dessa fase ainda. Se ela não te trata com cortesia mas em vez disso é rude, rancorosa, odiosa ou desprezível contra você, de forma regular, por que ainda vai querer estar junto dela? Eu não quero estar próximo a alguém que será desrespeitosa comigo; por que eu iria querer isso? Isto não faz sentido nenhum afinal
  3. Sexo: o que mulheres estão convictas que todos os homens estão motivados. Pessoalmente não iria querer ter sexo com alguém que não gostasse, veja o quesito acima. Lembre-se, quando uma mulher não quer sexo, é esperado apenas que você lide com isso. Se, porém, um homem não quer sexo, é considerado abuso. "Recusar sexo". Que merda...
  4. Filhos: eu não quero filhos. Bendito seja se você quer, boa sorte com isso. Só mais alguma coisa para ser usada contra você no divórcio.

Então é isso. Não existe nada que uam mulher possa oferecer de valor exceto companhia e sexo. Sexo, eu particularmente não me preocupo, e companhia requeriria uma mulher que não me insulte e me degrade o tempo inteiro. Eu encontrei somente duas em meus casos. Ambas tornaram-se relacionamentos de longa duração, ambos eventualmente terminaram. Diferentes razões, sem amargura. Ainda temos contato, nos falamos ocasionalmente.

Porém, falando de modo geral: mulheres não valem meu tempo. Não quer dizer que eu odeie mulheres - apenas que eu não estou interessado nelas. Feministas têm dois importantes slogans: "seu corpo, suas regras", e "Ela não te deve nada". Bem, isto vale para ambos os lados: "Meu corpo, minhas regras; Eu não devo nada a você".

Até que o casamento não mais seja uma extorsão legalizada, e ou até mulheres entenderem que é inaceitável tratar seus companheiros como lixo descartável, eu não vou interesar-me. Simples assim.

Agora, por que penso que casamento é extorsão? Simples:

Casamento tornou-se uma extorsão legalizada.

"Extorsão: a obtenção de propriedade alheia induzido por uso indevido de força real ou ameaça de força, ou medo, ou sob a aparência de um direito oficial".

Invalidação de acordos pré-nupciais + divórcio sem falhas = confisco de patrimônio + alimônia.

Atualmente na América, casamento é idêntico à definição legal de extorsão. É "a obtenção de propriedade alheia induzida ... sob a aparência de um direito oficial". O sistema legal tem sido manipulado para tornar o casamento a definição legal de extorsão. Sem mais, nem entretantos, ou porquês sobre isso. É, por definição legal estrita, extorsão.


Mulheres podem de fato invocar processos de alimônia contra homens com quem tenham coabitado sem ter com eles casado. "Casamento consuetudinário", varia de estado para estado, mas a possibilidade existe. Se um homem está em um relacionamento de longa duração e vivendo com uma mulher, no estado errado, após romperem, ele pode ser obrigado a pagar alimônia a uma mulher com a qual ele não concordou em casar.

A única forma de sobreviver a esse jogo é recusando-se a jogar quando as chances estão desfavoráveis.

Me perdoem, moças, vocês não valem meu tempo, esforço, dinheiro, ou riscos potenciais. É um cálculo de cursto-benefício, e vocês não estão no azul; vocês são um enorme revés.

Violência Doméstica


Pesquisadores do CDC descobriram fatos interessantes quando examinaram seus próprios dados.

O estudo, pelos pesquisadores do CDC Daniel J. Whitaker, PhD, Tadesse Hailyesus, MS, Monica Swahn, PhD e Linda S. Saltzman, PhD, descobriram um total surpreendente: 70% dos casos de violência não-recíproca foram perpetrados por mulheres.

Os pesquisadores estudaram 11.370 jovens de 18 a 28 anos que tem estado em um total de 18.716 relacionamentos heterossexuais. Eles descobriram que uns 50% dos casos de violência íntima entre parceiros era recíproca, o que eles definiram como "perpetrada por ambos os parceiros", e 50% era não-recíproca. Casos de mulher violenta e homem não violento computaram 70% dos casos não-recíprocos, Enquanto casos de homem violento e mulher não violenta computaram 30% dos casos não-recíprocos. Portanto:

50% de todos os casos de violência íntima entre parceiros em casais heterossexuais envolve violência de ambos os parceiros

35% de todos os casos envolvem uma mulher violenta e um homem não violento

15% de todos os casos envolvem um homem violento e uma mulher não violenta

Mulheres são duas vezes tão violentas em relacionamentos, e mesmo assim temos o Violence Against Women Act e a "política do agressor predominante". Você pode escancaradamente abusar de um homem, incluindo mental, emocional ou até mesmo fisicamente, e se ele te revidar, uma só vez, como resposta a qualquer coisa que não seja um risco à vida, ele vai para a prisão.

Estupro


De acordo com Hanna Rosin em "When Men Are Raped":
Os dados ainda não foram calculados de acordo com a nova definição do FBI, mas Stemple analisa diversos outros estudos nacionais no seu novo artigo, "The Sexual Victimization of Men in America: New Data Challenge Old Assumptions", coautorado com Ilan Meyer e publicado na edição de 17 de abril do American Journal of Public Health. Uma dessas pesquisas é a National Intimate Partner and Sexual Violence Survey de 2010, para a qual o Center for Disease Control inventou uma categoria de violência sexual chamada "sendo levado a penetrar". Esta definição inclui vítimas que foram forçadas a penetrar algúém com suas próprias partes corporais, seja por força física ou coerção, ou quando a vítima estava bêbada ou drogada ou de alguma outra forma impossibilitada de consentir. Quando estes casos são levados em conta, as taxas de contato sexual não-consensual basicamente se equalizaram, com 1,270 milhões de mulheres e 1,267 milhões de homens afirmando serem vítimas de violência sexual.

Eu trato disso em detalhes no meu artigo Cultura do Estupro. Você pode seguir o link para detalhes sobre o tópico. O ponto de eu adicionar isto aqui é dissipar algumas das narrativas de ameaça das feministas acerca dos homens. Eu, porém, incluirei o trecho a seguir sobre por que os dados reportados do CDC sobre o número de homens sendo estuprados parece tão enviesado a favor da vitimização feminina:

Temos a Mary P. Koss - você sabe, da estatística mentirosa do "1 em 4" - para agradecer por ter adicionado "levado a penetrar" à lista de classificações da pesquisa acima do CDC. Ela influenciou o CDC a excluir vítimas homens de predadoras mulheres da classificação de "estupro". Agora se você perguntar a uma pessoa comum "se você fosse levada a ter sexo com alguém sendo fisicamente forçada, ou com uma pistola/faca, coagido por ameaças de violência, ou estando inconsciente, sedado com um boa-noite-cinderela, em coma, ou qualquer outra forma de incapacitação pela qual você é incapaz de prover consentimento ou a atividade sexual é realizada diretamente contra sua vontade, isto seria estupro?", a vasta maioria das pessoas diria que sim, é estupro. Em qualquer momento que alguém conduz sexo contra seu consentimento ou enquanto você é incapaz de prover consentimento, é estupro.

Mas não de acordo com o CDC. Devido às ações tomadas por Koss, "levado a penetrar" foi criado a fim de que homens vítimas de mulheres predadoras pudessem, por definição, serem excluídos da classificação de "vítimas de estupro". Portanto ela pode promover estatísticas feministas sobre mulheres vítimas de estupro, enquanto exclui completamente figuras de homens sendo estuprados por mulheres.

De acordo com o CDC, um homem não pode ser estuprado por uma mulher mesmo que seja fisicamente forçado, intoxicado, inconsciente, dopado, ou de quaisquer outras formas incapacitado por quaisquer outros meios. Por definição legal, ele não pode ser estuprado por uma mulher - não importa o que ocorra. Em vez disso, o caso é referido como "levado a penetrar" e portanto constituído como uma forma de violência sexual, mas não estupro. 


Homens são estuprados com tanta frequência quanto mulheres, e as definições foram mudadas para que estatísticas fictícias não mostrem tal fato. Então, não apenas homens são injustamente encarcerados e processados mediante o uso da política do agressor predominante enquanto mulheres são duas vezes tão violentas, mas também homens são estuprados por mulheres tão frequentemente quanto a situação reversa. Temos um Violence Against Women Act, que não estipula nenhuma proteção aos homens. Somos vitimizados tanto e até mais que mulheres, e as mesmas proteções legais não nos são estendidas. Moças, é isto que vocês desejam para teus irmãos e primos? É nesta sociedade que vocês querem que teus filhos cresçam? Se não, auxiliem-nos.

Também, moças, isto foi somente sobre encontros e coabitação. Homens estão em perigo a cada momento que sequer falem com vocês. Sim, sério.

stopstreetharassment.org

"Visão geral: assédio de rua é qualquer ação ou comentário entre estranhos em locais públicos que seja desrespeitosa, indesejável, ameaçadora ou assediadora e seja motivada por gênero ou orientação sexual ou expressão de gênero.

"Tipos: podem ir desde olhares, assovios, buzinadas, barulhos que imitam beijo, policiamento de gênero, e comentários de avaliação não sexualmente explícitos, até comportamentos mais ameaçadores e insultantes, como gestos vulgares, comentários carregados de sexualidade, nudez explícita provocativa, perseguição até mesmo ações ilegais como masturbação pública, toques sexuais, assalto e assassinato.

Assédio de rua baseado em gênero pode interseccionar-se com racismo, homofomia e transfobia, classismo, e/ou capacitismo (como explorado no Capítulo 3 do livro Stop Street Harassment) para criar um assédio multicamadas.

Um homem parar para dizer "Ei, você está bonita hoje" é assédio de rua sob o rótulo de "comentários de avaliação não sexualmente explícitos".

Que coisa! "Comentários de avaliação não sexualmente explícitos": Homem A observa Mulher B fazer baliza em uma vaga bem apertada e está genuinamente impressionado. Mulher B sai do veículo e Homem A comenta "A competência demonstrada pela sua manobra foi particularmente excepcional e denota um grau de destrezamuito superior ao de um motorista comum - parabéns, moça!". Mulher B denuncia Homem A, apontando enfaticamente com o dedo: "Isto é assédio de rua!".

Elevatorgate


Em julho de 2011, Rebecca Watson, fundadora do website Skepchick, mencionou num vlog uma experiência que teve numa conferência recente. Um homem a abordou num elevador e a convidou para seu quarto no hotel para conversarem sobre o café. O convite deixou Watson desconfortável, e ela sugeriu à sua audiência que eles não dveriam agir daquela forma. Como isto foi uma nota num vídeo mais longo sobre a conferência, ele passou desapercebido, exceto por outras duas mulheres ateístas que discordaram de Watson e acreditavam que o comentário do homem não foi agressivo, e tudo isso acabou evoluindo para a típica discussão horrenda de comentários no Youtube. Mesmo isso não fez ninguém se preocupar.

Uma semana depois, durante a apresentação de uma conferência no Center for Inquiry, Watson discutiu a reação a seu vídeo, citando alguns comentários alarmantes e e-maisl dirigidos a ela. PZ Meyers, amigo de Watson, mais tarde defenderia Watson, argumentando em uma postagem de blog que os insultos e estigmas dirigidos a Watson eram evidência de sexismo dentro da comunidade ateísta.

A sequência de comentários da postagem estava cheioa de histeria e trollagem, quando Richard Dawkins decidiu comentar com uma peça encabeçada "Cara Muslima". Dawkins acusou Watson de hiper-reação, comparando sua experiência com aquela das mulheres forçadas a vestir burcas ou submeter-se a mutilação genital (um clássico exemplo da falácia não-é-pior-que).

Dawkins identifica-se como um forte adepto dos direitos das muheres e é um sonoro oponente do tratamento dado às mulheres pela religião; porém, seus comentários trouxeram a ira de muitos do movimento ateísta.

As coisas no geral recaíram daí, com alguns dos defensores de Watson repetidamente chamando Dawkins de misógino. Um monte de grandes nomes, tentando exibir suas credenciais, veio em apoio ou de Watson ou de Dawkins. A opinião dos peões menores era mista, e por muitas vezes bastante sexista. Todos concordaram se tratar de uma hiper-reação, mas culparam o outro lado.

Em uma mostra de boa-fé, Dawkins desculpou-se pela postagem "Cara Muslima" de passagem em outra postagem. Watson aceitou como sendo melhor que nada.

Tudo porque um homem convidou-a para seu quarto no hotel, e até mesmo de acordo com Watson, ele foi bastante polido. Ela disse que ele falou "Tudo bem então, tenha uma boa noite" e foi-se, como um homem perfeitamente gentil. Eu odeio ter que vos dizer, moças: homens estão em perigo a qualquer hora em que estiveram meramente próximos de vocês. Acham que estou brincando? Exagerando? Sendo hiperbólico? Então pensem mais um pouco.

"Donglegate"[NT1]


Dois homens estavam sussurrando piadinhas entre si, durante uma palestra chata em uma convenção de tecnologia. Uma mulher, que não estava sendo abordada nem foi alvo das ditas piadinhas, ficou ofendida. Ela disparou uma campanha no Twitter contra eles. Na guerra de palavras que resultou-se, todos os três perderam seus empregos. Além disso, Roberts, a mulher que ficou ofendida, dias antes tinha de fato tweetado piadinhas de "dongle" na sua conta.

Só por causa de piadinhas inofensivas e sem vítimas entre si, dois homens perderam seus empregos porque uma mulher sentiu-se ofendida. Ela não era parte da discussão, não era alvo das piadas - de fato, nenhuma mulher era alvo dessas piadas. Eles não estavam discutindo anatomia feminina, nem mesmo estavam fazendo piadas sobre mulheres. Eles estavam entediados, em uma convenção, e cochichando um para o outro a fim de não caírem no sono.

Mesmo assim, porque uma mulher sentiu-se ofendida por uma conversa privada, fazendo o mesmo tipo de anedota que ela fez dias antes em sua própria conta no Twitter, em uma conversa que ela bisbilhotou, dois homens perderam seus empregos e foram publicamente caluniados, escorraçados e assediados.

Homens podem ser punidos por falar com você, ou mesmo por falarem próximos a você. E por "punidos", eu quero dizer, a propósito, que eles podem enfrentar sérias consequências -- incluindo perder suas carreiras -- somente por estar próximos a você. Tudo resume-se a isto.

O problema tem cinco facetas
  1. Feministas incitam intolerância das mulheres para os homens, o que acarreta mais problemas como veremos.
  2. Feministas têm pressionado por mudanças no sistema legal a fim de criminalizar homens. Isto tornou-se possível pelo espírito[NT2] que homens são malignos.
  3. Muitas mulheres não são nada confiáveis e estão perfeitamente dispostas a mentir a fim de te punir por qualquer coisa -- falsas acusações são coisa comum. E raramente são punidas por isso porque "homens são maus, mulheres são boas".
  4. Mesmo quando não acusando de alguma coisa ruim, a maioria das mulheres trata homens como lixo descartável, incluso sendo violentas contra seus parceiros só porque estão irritadas -- e elas não são legalmente responsabilizadas por tais atos. Kelly Brook bateu em dois antigos namorados na cara (soco, não tapa) e riu disso em rede nacional. Homens são maus, logo merecem ser punidos.
  5. O perigo apresentado pelo absoluto volume de mulheres que fazem coisas escandalosas a fim de engravidarem ou casarem e te colocar na berlinda por dinheiro torna bastante perigoso ter associações mais íntimas.

Testes de gravidez positivos na Craiglist, mentir sobre se está tomando a pílula, portar um alfinete para furar a camisinha, mulher guardando o 'conteúdo' do sexo oral e inseminando-se para engravidar, processar para cobrar pensão e ganhar a causa. Outra, um mês atrás, admitiu ter esvaziado o conteúdo da camisinha descartada, inseminando-se para engravidar e processar para cobrar pensão, e ganhou a causa. Homens são responsáveis pelas ações das mulheres...

Então, como agir de maneira inteligente?

Olhe desta forma, acuradamente descrita: Você está numa sala com 300 cestas de palha, e cinco delas contêm uma gema preciosa cada. O valor relativo das gemas varia, mas com cada uma delas você pode ser feliz por um tempo. Se você escolher a gema certa, pode até mesmo ser feliz pelo resto da sua vida.

Nas outras 295 cestas, porém, estão serpentes peçonhentas, de vários tipos e com diversos graus de toxicidade. Algumas causarão dor, outras causarão paralisia temporária, outras provocarão necrose e ressecarão o braço que você colocar na cesta. Algumas são fatais umas outras matam rapidamente, enquanto outras matarão lentamente e com muita dor e sofrimento.

Então, como exatamente você resolve isso e decide em qual cesta colocar a mão? Elas todas parecem idênticas... a maioria nem mesmo tem algum som audível de assovio ou chocalho.

É por isso que os MGTOWs simplesmente abandonam o jogo. A razão entre boas mulheres que valem o tempo dispendido contra todas as tóxicas que temos que deparar pelo caminho não compensa o problema com os riscos. Basta apenas uma má escolha para arruinar completamente ou mesmo exterminar a vida. Escolher qual é qual é assassinato. Escolha a errada e você será espancado, esfaqueado, mutilado, assassinado, difamado, preso sob falsas acusações, coagido a um casamento sob falsas pretensões, ou ser forçado a viver em servidão porque ainda que não haja falha nossa seremos manietados com pensões alimentícias.

Desculpe, moças, existe um monte de bons homens que estariam perfeitamente dispostos a tratar vocês direito, que simplesmente decidiram desistir e não ter nada com vocês. Não é culpa de vocês, das que merecem um bom homem; é culpa das centenas de mulheres tóxicas que um cara possivelmente tropeçará antes de você. Elas são perigosas, existem consequências potencialmente gravosas para a vida de um homem que conhece a mulher errada, ou sequer fala com a mulher errada, ou mesmo fala perto da mulher errada.

Nós sabemos que "nem toda mulher" é assim; o problema é que tem um porrilhão que é assim. Boas mulheres são exceção à regra. Alguém que tratará seu parceiro com gentileza, dignidade, compaixão, consideração; ou, merda, mesmo que apenas consiga tratá-lo com cortesia comum básica... Este não é o padrão, é a exceção.

Existem muito poucas de vós, e totalmente espalhadas, e não temos como escolher uma dentre a multidão, então a escolha do homem ou é jogar o jogo e continuar metendo a mão na cesta procurando uma gema -- apenas para ser mordido a esmagadora maioria das vezes, e esperar que sobreviva tempo o bastante até achar a gema -- ou não participar.

MGTOWs não veem sentido em jogar o jogo; as potenciais recompensas não compensam os riscos de potenciais danos e prejuízos. O jogo estão tão profundamente viciado contra nós que mesmo a finalidade do jogo - sucesso - não é uma vitória de forma alguma. Então, nós não entramos no jogo, e então vocês perdem.

Perdão, moças, mas as coisas só tendem a piorar a não ser que vocês se posicionem e apóiem os homens. Estorsão legalizada somente por viver junto, política do agressor predominante, criminalização de se falar para uma mulher não importa o quão educadamente, criminalização até mesmo de se falar perto de uma mulher. Vocês não podem casualmente ficar de lado e observar os homens sendo perseguidos e não fazer nada a não ser dar as costas e reclamar de homens desistirem de terem relacionamentos com mulheres.


Pew encontrou recente que o número de mulheres de 18 a 34 afirmando que ter um casamento bem-sucedido é uma das coisas mais importantes subiu de 28% para 37% desde 1997. O número de homens jovens adultos dizendo o mesmo caiu de 35% a 29% no mesmo período.

Os achados de Pew despertaram a atenção de um escritor americano que mantém que o feminismo, profundamente arraigado em cada segmento da cultura, tem criado um ambiente no qual os jovens homens acreditam ser mais benéfico simplesmente apartar-se da ideia de casamento completamente.

Também atestado claramemntem em "The War on Men" por Suzanne Venker:

Em resumo, mulheres estão zangadas. Elas também estão defensivas, ainda que muitas vezes sem estarem cientes. Isto é porque elas foram criadas para pensar nos homens como inimigos. Armadas dessa nova atitude, mulheres têm pressionado homens para além de seu pedestal (mulheres têm seu pedestal, mas feministas as convenceram do contrário) e escalarem a fim de tomar o que lhes foi ensinado a crer que é delas por direito

Agora homens não têm para onde ir.

É precisamente esta dinâmica - mulher boa / homem mau - que está destruindo o relacionamento entre os sexos. Mesmo assim, de alguma forma, homens ainda são culpabilizados quando o amor dá errado. Ei, homens têm sido culpabilizados desde que as feministas tomaram as ruas desde a primeira vez em 1970.

Se vocês têm ponderado sobre o que é o MGTOW, eu digo da maneira mais simples e mais verídica possível: é uma retribuição, e tal retribuição é um boicote. Homens são genética, biológica e socialmente condicionados a não querer machucar mulheres, mesmo quando são feridas por elas. MGTOW é um refúgio, um espaço seguro dentro de nós mesmos. É um protesto afirmando que não seremos desumanizados, não seremos criminalizados por termos nascido, não seremos tratados como cidadãos de segunda classe.

Por que chamar isto de retribuição? Simples. A coisa mais danosa que podemos fazer em represália ao tratamento que temos recebido é não ter nada a tratar com vocês. Esta é nossa retribuição, rejeitá-las e deixá-las à deriva, sozinhas e por si mesmas. Enquanto a punição por termos nascido diferentes continuar a piorar, vocês verão mais e mais de nós.

Mais e mais de vocês, moças, ficarão sozinhas. Se não se levantarem e agir por nós, então verão o MGTOW crescer. Este é nosso ato de desafio: Nós não participaremos de jogos centrados em vocês. Nós não prestaremos nenhuma atenção. Nós não as cortejaremos. Nós não planejaremos encontros com vocês. Nós não iremos dormir com vocês. Nós não iremos casar com vocês.

Cada vez mais mulheres terão cada vez menos homens disponíveis, cada vez mais mulheres não desfrutarão a calidez de uma companhia. Não desfrutarão de um efusivo sorriso pela manhã. Não experimentarão o afago de um abraço e de um suave beijo no pescoço. Nada de festanças de casamento, do som dos passos, nenhuma das alegrias de se ter uma família. Não terão ninguém para lhes confortar quando chorarem, solitárias, à noite. Mais de vocês, moças, estarão sozinhas. Homens são de longe mais que capazes de lidar com a solidão. Já estamos acostumados a tanto.

MGTOW é um refúgio dos perigos que mulheres representam aos homens nesta sociedade. MGTOW também é retribuição.



Em 2006, a lésbica feminista Norah Vincent foi entrevistada pelo 20/20 sobre seu livro Self-Made Man. Ela conduziu um estudo de gênero no qual ela mesma se produziu como homem por dezoito meses. Então ela escreveu sobre suas experiências. É um livro fantástico que você pode comprar baratinho. Aliás, eu o recomendo fortemente. Tem seções nele que me fizeram chorar de rir.

Próximo ao fim da entrevista, Miss Vincent disse "Homens estão sofrendo, eles têm problemas diferentes que os das mulheres mas não estão em melhor posição. Eles precisam de nossa simpatia, de nosso amor, e eles precisam uns dos outros mais que qualquer coisa. Eles precisam estar unidos".

O entrevistador então perguntou a Miss Vincent: "Você acredita que mulheres entendem como é ser um homem?".

Miss Vincent respondeu assertivamente: "Não, nem um pouco; nem fazem ideia".

Então, moças, o MGTOW é exatamente o que Norah Vincent prescreveu após passar dezoito meses vivendo como homem. É uma reunião de homens, como proteção contra aqueles que nos abusam, nos violentam, nos processam, e nos demonizam. MGTOW é uma mudança ideológica contra o fazer de tudo para servir às mulheres, e em vez disso investir nas nossas próprias vidas. Nossa retribuição é nosso protesto: um boicote. E tende a reunir mais e mais homens até que as mulheres levantem-se e lutem ao nosso lado. Até que vocês mulheres comecem a posicionar-se contra nós sermos desumanizados apenas por termos nascido diferente, vocês podem esperar o número de homens dispostos a casar decair, cada vez mais.


FootNotes:

[NT1] "Dongle" é qualquer dispositivo de encaixe/conexão, geralmente usado em computadores, a fim de liberar funcionalidades adicionais. Normalmente era usado como sistema de trava, mas hoje em dia abrange diversos dispositivos como receptores de TV, Bluetooth, WiFi etc. 

[NT2] No original, "zeitgeist", algo como "espírito da época"

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