quarta-feira, 12 de junho de 2019

NaruHina VS SasuSaku - Uma resposta do Quora em pleno Dia dos Namorados!

P.: Por que as pessoas pensam que o amor de Sakura é mau e o de Hinata é bom? Uma é amante apaixonada e a outra é uma amante admirativa.

R.:

Sakura é uma namorada ruim, enquanto Hinata é esposinha.

Eu quero ser honesto, eu tenho torcido por Hinata desde o momento que eu a vi na atração em 2005. Quando o romance deles finalmente tornou-se realizado, eu senti que era a recompensa justa para um herói de verdade – a Hinata.

Para aqueles não familiarizados com a atração (ou desacostumados com o fato que eu a assista), vocês estarão a aprender uma coisa. Como Naruto se encerra é uma lição sobre como mais histórias deveriam ser escritas, especificamente em se tratando de escrever histórias destinadas ao público jovem masculino. O arco do amor, na escolha que Naruto tinha entre Hinata e Sakura, ensina características que homens devem procurar em mulheres mais tarde na vida. Na mesma intensidade, prediz o perigo para jovens mulheres que procuram por amor nos lugares errados e pelas razões erradas. A narrativa romântica também contém metáforas surpreendentemente profundas que refletem como as pessoas agem e com o que uma boa vida se parece. Ele encerra uma tradição das mais modernas histórias a fim de comunicar algo que é mais profundamente honesto e toca os telespectadores em um nível profundamente humano. Ao virar a mesa do novo clichê do herói ficando com a mulher forte, ele conta um belo e comovente romance construído em valores tradicionais. Mais histórias deveriam aprender com seu exemplo, e mesmo que você não seja fã de anime ou da atração, você deveria aprender sobre como contar histórias e por que é tão importante para nossas vidas.

Ao longo da série, a protagonista feminina é Haruno Sakura, membro de um time composto por ela mesma, o protagonista Uzumaki Naruto, e o personagem do caos e rival de Naruto, Uchiha Sasuke. Imediatamente, somos apresentados a um triângulo amoroso entre eles. Naruto está enfeitiçado por Sakura, mas ela regularmente rejeita seus avanços para favorecer o frio e distante Sasuke.

Cada um dos dois garotos têm histórias profundas e únicas estendendo-se por décadas, até mesmo séculos antes de seus nascimentos, as quais racionalizam suas motivações. Sakura, porém, pouco sabemos dela que não seja demonstrado por suas ações. Essas ações não refletem bem em seu caráter. Ao longo da série, ela é uma shinobi pouco mais que mediana, mas nada notável. Ela é dotada de inteligência, popularidade e boa aparência, mas também é arrogante e mimada, acreditando ser seu direito abusar e intimidar aqueles que a perturbem. O relacionamento entre ela e Naruto é marcado por seu constante e incessante padrão de abuso contra ele, que, como se sabe, é um garoto com literalmente nada no mundo além do sonho de tornar-se Hokage (o líder de sua vila) e uma paixonite nela. Eventualmente ela cresce em um personagem realmente competente no mundo shinobi, mas ela era terrível em como ela regularmente maltratava Naruto.

Sua indiferença, insensividade, e flagrante abuso deveria ser o suficiente para afastar Naruto, mas afetos persistentes permanecem mesmo após ela continuar a bajular Sasuke. Pior ainda, Sasuke continua sendo o garoto que deixou claro que mal reconhecia a existência dela. Esta paixão é baseada puramente numa incrivelmente rasa cobiça de juntar-se ao Sasuke, não em razão de qualquer trato moral redentor dele, mas por causa de sua posição como cara mau bonito e misterioso. Para Sasuke, ele é apenas um troféu.

Simplesmente, Sakura, por mais dotada que seja, um porre 1. Se Naruto já tivesse conseguido adentrar um relacionamento romântico de verdade, ele seria desafiado a permanecer em amor com alguém que constantemente deseja que ele seja alguém que não é, e recompensa suas falhas com traumas tanto físicos quanto emocionais. Diga o que quiser das paixões de Sakura, mas ela não está mostrando amor.

Hinata, por outro lado, é uma história totalmente diferente.

Raramente Hinata é vista como elemento principal da história. Ela está num time diferente, e portanto não é centro de tantos arcos quanto os do elenco de apoio. Para os propósitos de contar a maioria das histórias, ela seria nada. Sakura seria a escolha óbvia numa história onde o cara legal fica com a garota. Mas o cara legal fica com a Hinata. Por quê?

Para começar, sabemos bastante coisa de Hinata já de cara. Ela não é nada parecida com Sakura, no caso ela é uma garota bastante tímida de disposição dócil. Sua docilidade provoca desapontamento e desaprovação em seu pai, o comandante de um clã superior dentro da vila. Ela é a princesa mais velha da família Hyuuga, mas ele publicamente a avilta por ser fraca demais para herdar a liderença do clã ao favorecer o gênio de sua irmã mais nova. Além disso há a indignação de muito de sua família por sua servidão a alguém incompetente para liderar. Composta a uma vida de privilégio injustificado, o ressentimento de seu pai e do clã e uma já presente suavidade deixaram Hinata com uma debilitante timidez e uma incapacidade de apoiar-se em si mesma.

Ao mesmo tempo, Naruto também é ostracizado pela vila inteira. Em razão de circunstâncias de seu nascimento, eles veem a criança como uma potencial ameaça, capaz de liberar um monstro muito poderoso que traria destruição para a vila. Por causa disso, todos exceto alguns poucos adultos preocupados são frios e rancorosos com o garoto, mantendo-o sempre à distância. Isto o faz atacar a todos com palhaçadas infantis a fim de obter atenção, causando mais frustração e rancor pela vila. Ele é um pária.

É neste ponto que Hinata encontra Naruto pela primeira vez. Ela está sendo atacada por três caras mais velhos, fazendo troça dela por causa de seus olhos diferentes, uma marca de sua família. Naruto, por nenhuma outra razão além de um ódio inato pela injustiça, corre em defesa dessa garotinha que nunca conheceu. Ele falha miseravelmente, e é surrado, mas para Hinata é a intenção que conta. Ela é apresentada a Naruto antes que possa ser infectada com a visão dos outros aldeões e é capaz de ver seu caráter, o de um corajoso herói arremetendo-se a combater o mal e defendendo os fracos.

Ele foi gentil com Hinata, revelando que nenhuma de suas brincadeiras tinha por intenção machucar pessoas, sendo apenas os gritos de atenção de um garoto que não é amado por ninguém. Hinata está lidando com sua própria bagagem emocional, então não é capaz de dar a Naruto o suporte que ele precisa, mas o enxerga pelo que ele é como pessoa, sem preocupações com sua reputação. Como filha do privilégio, ela também não é movida pelos tratos superficiais como a posição de Sasuke ou boa aparência que as outras pessoas desejam possuir. Em vez disso, Hinata julga Naruto puramente por suas qualidades redentoras com as quais ninguém se preocupa, mas que ele tem em abundância – seu caráter. Mais tarde ele ganha muitos amigos mediante sua integridade, dedicação, lealdade, gentileza… mas ela foi a primeira pessoa a ver estas coisas nele quando ninguém queria ver.

Enquanto a história segue, ambos os personagens crescem cada um à sua maneira como reputáveis shinobi. Naruto torna-se um personagem lendário, enquanto Hinata abandona seu estigma de falha, o que ela credita completamente à inspiração e encorajamento dado a ela pelo Naruto. Sua devoção é tamanha que quando ela se torna indefesa por um inimigo invencível, um muito além de sua habilidade, ela deliberadamente deixa seu lugar de segurança a fim de confrontar o inimigo. Pela primeira vez ela é capaz de reconhecer seu amor por ele ao passo que sacrifica a própria vida para proteger Naruto e dar a ele uma chance de vencer.

Ela é salva depois, por nada menos que as habilidades médicas de Sakura, enquanto Sakura nota o profundo nível de devoção de Hinata a Naruto. O que Hinata sente por Naruto não é simples admiração, e está bem longe de uma mera paixonite escolar. É pura devoção. Pela primeira vez, Sakura entende a superficialidade de suas próprias afeições ao instável Sasuke, que abandonou seu time e seu povo há tanto tempo atrás para perseguir suas próprias motivações egoístas. Na batalha que quase tomou Hinata, ali estava o garoto que mostrou por Sakura nada além de desejo, agora lutando corajosamente por seu povo, e uma garota qie o amava de uma maneira que Sakura não podia sondar. Depois disso, o tema da paixonite de infância acabou. Ambos Sakura e Naruto não mais se prendiam em noções infantis de amor. Hinata mostrou o que o amor realmente significa.

De fato, Hinata mais regularmente vai a Naruto em tempos de desespero que qualquer outro personagem, e toda vez em puro desprendimento. Seja quando ela ofereceu a ele as respostas durante o Exame Chuunin, na luta contra Pain onde ela quase foi morta, ou quando ela reagrupou sua defesa enquanto Sakura a curava durante a batalha final da Quarta Guerra Shinobi, ela entregou-se a ele de maneiras que ninguém mais fez, ou sequer podia fazer. Mesmo que ela fosse fisicamente mais fraca que a maioria dos outros personagens, seu amor lhe dava a bravura para protegê-lo quando ele mais precisava dela.

Naruto é o herói. Ao fim da história, numa escolha entre Sakura e Hinata, ele merece a Hinata. Ele sofreu e nobremente perseverou para salvar o mundo, literalmente. Forçá-lo a um relacionamento com alguém que não save como amá-lo pelo que ele é seria cruel, especialmente se isto é somente porque é o que a audiência espera. Hinata, porém, quer que Naruto seja exatamente quem ele é, nem mesmo porque ele é um grande shinobi, mas por causa dos tratos que existiam dentro dele. Ele é simplesmente uma pessoa gentil, amável e maravilhosa. Ao menos, é tudo com o que Hinata se importa.

Mas lembre-se, eu comecei isto aqui dizendo que Hinata é o herói da história. Por isso, ela merece Naruto. Naruto prova ser o mais poderoso shinobi vivo. Ele salva não só sua própria vida, mas todo o mundo shinobi. Ele não é mais um pária e odiado pelos habitantes da vila, mas admirado por todos, especialmente os muitos amigos que obteve. Apesar de suas palhaçadas, ele é bem respeitado e honrado como herói, uma lenda até. Além disso, está rodeado de admiradores.

Resumindo, é o melhor solteirão do mundo.

Mas ele segue sua ambição do início da história ficando enfim com Sakura? Não. Ele finalmente vê aquela que tem se devotado a ele desde antes de ele tornar-se o homem que é. Ele entrega-se em amor à garota que o amou desde que ele não era nada além de um órfão odiado com nada em seu nome além de uma maldição. Seu firme comprometimento e inflexível devoção levou Naruto a vê-la como ela o via. Sua lealdade e capacidade de julgar Naruto pelo caráter que ele tinha significa que Hinata é uma heroína por si só, e ela merece Naruto tanto quanto Naruto a merece.

Como eu disse no começo, Hinata é aquela que estaria feliz com Naruto assim como aquela que faria Naruto o mais feliz. Isto é território de esposas. Sakura? Ela provavelmente seria aquela que rasgaria os pneus de seu carro e atearia fogo depois de uma briga ruim, que ela provavelmente começou. Esta é a namorada-pesadelo que todos tivemos que deixou claro o que queremos em um parceiro eterno.

Mas vamos tomar esta história bem além do ponto de ser respondida e explicar por que o romance de Hinata e Naruto é uma história muito melhor e uma narrativa muito mais honesta que a história mais óbvia de Naruto e Sakura. Em um nível arquetípico, a história de amor deles fala a nós como leitores bem melhor que a última. Seria justo a nós, portanto, entender o porquê.

Naruto é a história do amadurecimento de Uzumaki Naruto, mas em muitos dos seus mais importantes momentos, não é sua própria inspiração que o traz mais próximo da maturidade adulta, mas o suporte que ele mostra a seus amigos e aliados, entre eles ninguém menos que Hinata. Naruto teve muitos mentores, todos constantemente tentando levá-lo a tornar-se algo mais do que ele já é. Este incentivo é importante para sua evolução, mas o que diferencia Hinata e suas interações com o protagonista é que ela é a única pessoa que acredita nele justamente pelo que ele é. Constantemente, suas interações não estão demandando mais um do outro do que apenas lembrarem um ao outro do que eles são capazes. Enquanto todos os outros em sua vida estão, em um sentido, "treinando-o", de uma posição de poder e autoridade, seu suporte e amor sempre afloram de Naruto mais do que ele tinha antes. Ela logra êxito como aquela presente ao lado de Naruto onde outros são apenas capazes de conseguir estando acima dele. Ela é necessária várias e várias vezes para auxiliar Naruto a evoluir como homem.

Isto reflete um tema narrativo que ficou majoritariamente perdido nos leitores modernos, bem como uma realidade da condição humana.

A natureza civilizatória da mulher.

Mulheres têm uma capacidade única sobre os homens que é evolutiva e profunda. Elas têm a capacidade de inspirar nos homens um anseio em serem vistos como homens, em serem considerados valorosos por uma boa mulher. Esta capacidade é como a têmpera do ferro fundido para algo mais útil. Todo bom homem de uma certa idade lembra de romances passados em sua vida e a doma de algo selvagem demais para ser solto de sua jaula. Mais importante, muitos rememoram para quem eles eram antes como algo pelo que são gratos estar por detrás deles. Por sorte, existem apenas algumas poucas mulheres assim em suas vidas, e para os sortudos, apenas uma. Para falar algo que muitos homens não querem reconhecer, meninos precisam de mulheres para tornarem-se homens completamente realizados.

E para deixar claro, este "conto tão antigo quanto o tempo" não é nada novo ou único à história de Naruto. É uma história construída sobre arquétipos profundamente compreendidos que têm existido em histórias e mitos datados de milênios e milênios. A história pode ser escrita por homens, mas homens são feitos por mulheres.

Mediante paciência, virtude, e amor auto-sacrificial, bastante heroísmo, e até mesmo a aceitação das falhas de um homem, a mulher ironicamente doma uma criança imatura em algo que é capaz de refletir as suas qualidades de virtude, amor, e eventualmente heroísmo e sacrifício. O tema da mulher civilizadora sobre o selvagem garoto é uma narrativa profunda e bastante poderosa, profundamente enraizada em nós pela verdade que nos conta.

Esta é a história de Naruto, onde um garoto selvagem eventualmente cresce e torna-se homem, muitas vezes guiado para sua próxima fase de adultidade por Hinata, que só acaba por ser a única personagem que não precisa que Naruto seja qualquer coisa além do que ele é – uma pessoa de caráter notável, independentemente de suas forças. É ainda mais poético que este apoio faça muito mais dele cada vez que ela o auxilia.

Após eles finalmente se unirem em casamento, é apenas mediante ela ser a fonte da paz, felicidade e estabilidade em sua vida trágica e caótica que ele finalmente é capaz de ter a família que nunca conheceu na infância. Isto para não ignorar que após ela, ele foi capaz de realizar seu sonho desde que a história começou. Ele tornou-se Hokage, o líder de seu povo. Se não fosse alguém bem importante para ele ser a estabilidade que ele precisava na vida para lidar com a esmagadora responsabilidade que este papel tem em sua família, tal sonho jamais teria se realizado.

Para Hinata, ela tem uma família com um homem que a ama e a aprecia, algo que ela raramente conheceu em sua própria casa. Naruto e Hinata prosseguiram em criar uma família bela e maravilhosa, muito mais funcional que qualquer coisa que qualquer um deles experimentou enquanto cresciam. Ele é um maravilhoso pai e marido e ela é uma amorosa mãe e esposa.

Considere que apesar de todo o desenvolvimento que ele experimentou ao longo dos anos, até o dia que Hinata veio em sua vida pelo casamento, sua vida caseira era quase idêntica àquela solitária e dura vida que ele sofreu como órfão.

Seria impossível para Naruto realizar todas essas esplêndidas transições até uma adultidade produtiva se ele tivesse se juntado a Sakura.

Para comparação, considere como a vida de Sakura acabou ficando.

Sakura cumpre seu sonho de infância de estar com Sasuke… infelizmente. Juntos, eles têm uma filha, Sarada. Sasuke, porém, é incapaz de ser um bom marido para Sakura ou um bom pai para sua filha. Ele abandona ambas por uma selvagem e pueril noção de justificar suas falhas passadas, permanecendo intencionalmente tão distante da vila quanto possível. Isto é irônico, dado que isto marca a segunda vez que ele abandona Sakura, sua alegada esposa. Devido tanto a nunca ter aprendido a amar alguém enquanto jovem, ou talvez, nunca tendo visto o tipo de amor que Hinata deu para ajudar Naruto a amadurecer para a adultidade, Sasuke não está preparado para lidar com as responsabilidades da homenidade doméstica. No sentido de sua evolução de garoto para homem, ele está emocionalmente retardado por seu egocentrismo. Ele tentou fazer isso funcionar com alguém que significava mais para ele que qualquer outra, mas mesmo isso não era suficiente. Isto é porque ele nunca cresceu como homem, mas permaneceu eternamente como um moleque egoísta.

Onde Sakura falhou aqui é que ela nunca abandonou completamente seu enfeitiçamento infantil com a imagem de bad boy de Sasuke. Esta estava encantada com suas características mundanas e nunca prestou atenção à obviedade de seu caráter falho. Ele pode ser num grande shinobi, mas é uma terrível pessoa, bem mais abusivo em seu desprezo por Sakura do que quando ela estava em sua rejeição e violência contra Naruto. Sakura, quando a realidade bateu, simplesmente não pôde amar com a mesma convicção que suas paixões infantis a levaram a crer que podia. Por isso, ela continuou numa relação autodestrutiva com um homem que eventualmente a abandonaria novamente, desta vez com uma criança para ela criar sozinha. Como ela rejeitou o real caráter quando o perseguia e olhou apenas para características mundanas na busca de seu próprio interesse amoroso, ela não tinha esperança alguma de ter a vida que Naruto e Hinata compartilham.

Sakura, infelizmente, é a história mais honesta que já vi e que todos já vimos tragicamente contada na vida real muito mais do que eu me preocupo em mencionar.

O que esta pergunta questiona é se a "paixão" supera a "admiração". Eu penso que a questão falha em entender que nenhum casamento pode ser construído sem uma admiração apaixonada de cada um pelo outro. Esta é a devoção mostrada ao longo da série Naruto por Hinata para o personagem principal e então por ele em retorno. Sakura pode ser uma pessoa mais apaixonada, explosivamente desgastando suas emoções nas mangas, mas isso não a faz o tipo de pessoa que você queira estar para o resto da vida. Isto a torna imatura e incapaz de ser uma boa parceira, particularmente para alguém ainda mais imaturo que ela mesma. Certamente isto não a prepara para aflorar o melhor em seu parceiro.

Hinata, porém, é o símbolo quintessencial da feminilidade para esta geração - uma mulher virtuosa possuindo profundo amor e devoção a um homem forte de bom caráter.

As pessoas deveriam tomar esta lição porque ela nos ensina sobre nós mesmos. É uma bela história escondida num conto de ação Shonen que ensina jovens homens a viver suas vidas. Ela nos conta como não perseguir características mundanas que são vãs, ou suas paixões superficiais, mas em vez disso a firmar-se fortemente a relacionamentos com mulheres de caráter que desejam amá-los pelo que são. E ainda mais ensina a torna-se mais, para aquelas boas mulheres que os suportam e esmeram por eles, especialmente quando eles estão ali por eles quando a vida é mais difícil.

Da mesma maneira, esta lição ensina as mulheres os perigos da paixonite cega a qualidades superficiais admiradas pela cultura, como boa aparência, dinheiro, poder, ou a imagem de cara mau. A lição de Hinata é para que jovens mulheres procurem por jovens homens de bom caráter que sejam possivelmente rudes ou esquisitos, mas sejam bons. E sempre bons: nunca abusivos, nunca negligentes, nunca abandonando suas responsabilidades, e que sejam absolutamente dedicados a seus princípios. Tudo bem ser um verdadeiro idiota se não conseguir falhar em nada disso. Hinata ensina jovens leitoras a devotarem-se para aqueles homens com potencial e auxiliá-los a tornarem-se grandes. Sakura … é uma lição sobre o que acontece quando se falha.

Simplificando, a longa história de Naruto e Hinata é um guia para escolher sua alma-gêmea e viver uma vida feliz.

Não entenda mal o que eu disse aqui, eu não acredito que o criador da história, Masashi Kishimoto, planejou fazer tudo isso quando Naruto foi publicado em 1999. Eu sinto que ele é um homem tradicional, porém, que conta histórias que são verdadeiras a seus valores. Ao fazê-lo, ele criou histórias que se tornaram umas das mais populares no mangá. Em grande parte, é porque estas histórias ressoam em tantos de nós em um nível mais profundo de nossa percepção ou razão. Ele pode não ter planejado estas narrativas, de fato eu duvido que tenha, mas ele inatamente capturou histórias humanas bem mais antigas que qualquer coisa viva hoje. Ao capturar tais histórias, refiná-las, atualizá-las e colocar seus personagens nelas, criou-se algo que mal pode ser refletido em seu apelo mundial.

Ainda assim, apesar da inegável popularidade de tais histórias, é raro que alguém as conte. Pôr à frente um amor baseado em valores tradicionais, de dedicação mútua monogâmica entre um homem honorável e trabalhador e uma mulher doméstica profundamente feminina é visto como clichê ou mesmo sexista pelos padrões atuais. Porém, isto nega quantas pessoas verdadeiramente engajam-se com a história de Hinata e Naruto como a completude de uma vida que muitas pessoas ainda aspiram … apesar da mensagem social de que isto é ultrapassado. Eles veem o romance tradicional pelo que ele é, um reflexo de uma maneira de viver que é tanto saudável quanto feliz, bem, mais feliz do que é experimentada por muitos dos críticos modernos que dela zombam. Francamente, não há nada sexista sobre contar a história de um homem que encontra significado como parte de um relacionamento mútuo de duas pessoas dedicadas uma à outra, ou mesmo um onde ela encontra ainda mais significado como esposa e mãe do que como a superpoderosa guerreira ninja que uma vez fora. Não existe nada de errado em contar a história de muitas mulheres que hoje merecem reconhecimento pelo valor que servem a todos nós, e bem honestamente, levam a grandes histórias por causa de quão raramente as histórias de tais mulheres são contadas hoje em dia. Tais personagens são dignos de celebração e mais histórias deveriam ser ditas sobre pessoas exatamente como a Sra. Uzumaki Hinata.

Footnotes:

1

No original, "a chore". Normalmente, chores significa afazeres domésticos. Ou biscate. Acho que "um porre" dá uma tradução menos controversa…

Created: 2019-06-12 qua 23:59

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