domingo, 25 de junho de 2017

Feminismo e Eugenia [Prentice Reid]

Feminismo e Eugenia: Engenhando o Totalitarismo Reprodutivo

Feminismo e Eugenia: Engenhando o Totalitarismo Reprodutivo

Hoje em dia o feminismo é corretamente creditado por auxiliar a inauguração de uma revolução no planejamento familiar. Infelizmente, apresentar essa obsessão com o controle da fertilidade feminina sem examinar as motivações e filosofia por detrás deixa as pessoas tolas e com um entendimento superficial de onde esta forma de pensamento originou-se.

O argumento rotineiramente usado por feministas de hoje em dia é que o governo deve ficar de fora das vaginas das mulheres; porém, o que é deixado de fora do argumento é o fato de que as pioneiras feministas demandavam que o governo não apenas se colocasse dentro das vaginas das mulheres (e dos corpos dos homens também) mas que os governos forçosamente esterilizassem homens que a elite julgasse inaptos. Estas pioneiras feministas que promulgaram estas ideias são hoje em dia celebradas, enquanto os homens que as promulgaram são, com justiça, condenados.

A íntima conexão do feminismo com a eugenia e a perfeição reprodutiva começa com Victoria Woodhull [l01]. Woodhull foi a primeira mulher a candidatar-se à presidência dos EUA em 1872, uma líder do movimento pelo sufrágio feminino, a primeira mulher corretora de ações e a primeira pessoa a publicar o Manifesto Comunista em inglês em seu periódico Woodhull & Claflin’s Weekly.

Seu periódico também foi famoso por promover saias curtas e prostituição licenciada junto com outras ideias feministas e incluía escritos regularmente de outras feministas proeminentes como Elizabeth Cady Stanton, a qual foi talvez a mais influente de todas elas. Woodhull constantemente promovia a ideia de que o governo deveria impedir o casamento e portanto a procriação daqueles considerados inaptos para a reprodução, com declarações como:

Um governo humanitário deveria estigmatizar os casamentos dos inaptos como crimes; ele legislaria para impedir o nascimento do criminoso em vez de legislar para puni-lo após ter nascido.

O termo "eugenia" foi cunhado pelo primo de Charles Darwin, Francis Darwin, e basicamente significa controlar a reprodução humana usando instituições do estado e a instituição científica para obstar a classe inferior de procriar e favorecer a reprodução da classe superior ou daquela que eles julgassem ser a geneticamente propícia. Adolf Hitler foi inspirado pela popularidade dos movimentos eugenistas americanos e britânicos e os capitalizou para fanaticamente maquinar sua "solução final".

Victoria Woodhull não originou as ideias que resultaram na cunhagem do termo mas ela foi provavelmente a primeira pessoa a arriscar tão audaciosamente sua reputação [l01] para popularizar a ideia, de acordo com o historiador Michael W. Perry:

Ela não foi a primeira a ter a ideia, ou a primeira a escrever sobre [explica ele], mas ela pode ter sido a primeira a escorar sua reputação na eugenia tornando-se uma causa.

Em seu livro "The human body the temple of God" [l02] ela enaltece as cirurgias forçadas nos ovários das garotas consideradas inaptas e recomendava os métodos que os antigos gregos utilizavam para eliminar crianças indesejáveis da população:

Nova Zelândia realizou ovariotomia em garotas jovens ... o precedente indica que certos selvagens têm pelo menos alguma preocupação com os membros de sua comunidade ... eu recomendaria o remédio dos antigos gregos...

Em 1972 a decisão da Corte, em Buck v. Bell, determinou que a esterilização forçada daqueles considerados inaptos para a reprodução pelas mãos do governo não violava direitos constitucionais. Uma mulher de nome Carrie Buck foi subsequentemente forçada a ter suas tubas ligadas sob supervisão policial.

Victoria Woodhull, próxima ao final de sua vida, em maio daquele ano, aplaudiu a decisão [l03] e orgulhosamente afirmou que ela originou a ideia de o estado controlar a fertilidade das mulheres (e homens):

Sra. Martin, que escreveu e palestrou por trinta anos sobre eugenia, notou que ela estava satisfeita em ler que a Lei de Eugenia de Virginia logrou sucesso em estabelecer o direito de esterilizar os retardados. "Eu defendi isso cinquenta anos atrás em meu livro "Casamento dos Inaptos", dizia ela.

Emilia Murphy, a famosa feminista canadense, e primeira magistrada do império britânico, acreditava que os inferiores chineses e a classe imigrante [l04] estava reproduzindo-se mais que a população branca nativa e portanto apelou ao governo canadense pela esterilização forçada daqueles considerados inaptos para a reprodução.

Seus escritos ... posicionam uma crítica à família inadequada ou degenerada junto a um sentimento racista anti-imigrante, intimando que o vício estava relegado à imoralidade desenfreada dos imigrantes chineses ... acoplado a uma forte convicção que a população (branca) fundadora do Canadá estava sob ameaça devido à super-reprodução e falida moralidade dos imigrantes ... Ela também argumentou que as crianças mentalmente defeituosas eram "uma ameaça à sociedade, e um enorme custo ao estado" que deveriam ser cerceados ... mediante eugenia negativa, como a esterilização.

A obsessão de Murphy com o controle reprodutivo da população resultou em ela também promover controle de natalidade, em especial suas formas permanentes. Este era o clima e a mentalidade da qual a expressão controle de natalidade teve sua gênese. Marie Stopes, uma antiga feminista britânica que criou a Marie Stopes International, uma organização não governamental que fornece serviços de contracepção e aborto em pelo menos 38 países ao redor do mundo, também era uma fanática propagandista da eugenia e admiradora de Adolf Hitler.

Stopes era "uma elitista, idealista interessada em criar uma sociedade onde apenas os melhores e os mais belos deveriam sobreviver ... Ela compareceu ao congresso inaugural da Sociedade Eugenista de 1912 e tornou-se participante em 1921 ... Stopes escreveu sobre casamento e controle de natalidade refletindo suas teorias eugênicas. Ela defendia "a total esterilização daqueles totalmente inaptos para a paternidade [seja] feita em possibilidade imediata, de fato feita compulsória"

Em 1935 [l05] Stopes compareceu no International Congress for Population Science em Berlim, feita no segundo ano do governo de Hitler. Stopes era também anti-prussiana, anticatólica e anti-Rússia, se for possível julgar pela seguinte peça não publicada de um verso, escrito em 1942, sob o peso da luta com os poderes do Eixo.

Católicos, Prussianos,
Judeus e Russos
São todos maldição
Ou coisa pior então...

Stopes, que estava sempre pronta a promover seus escritos, enviou uma cópia de suas Canções para Jovens Amantes a Adolf Hitler com a seguinte carta:

Caro Herr Hitler,

Amor é uma das maiores coisas do mundo: assim, aceita de mim estes (poemas) que você pode permitir ao jovem povo de sua nação que as tenha?

Os jovens devem aprender o amor desde o particular até que sejam sábios o bastante para o universal.

Eu também espero que você mesmo possa encontrar algo para desfrutar no livro.

- carta de Marie Stopes a Hitler, agosto de 1939

Marie Stopes é congratulada hoje em dia com seu próprio selo postal do governo inglês, junto com outras honrarias.

Margaret Sanger [l06] é hoje em dia considerada a feminista pioneira na América em controle de natalidade e planejamento familiar. Sua American Birth Control League [tr01] veio a tornar-se a Planned Parenthood [tr02], a mais poderosa e ativa organização para aborto e controle de natalidade nos Estados Unidos.

Sanger também foi uma incansável promotora da eugenia e da esterilização forçada dos inaptos. Em um certo ponto de 1925, ela estava tão firme de suas convicções que de fato queria que a American Birth Control League se juntasse ao movimento eugenista.

Sra. Margaret Sanger, fundadora da American Birth Control League, declarou que a liga estava pronta para juntar-se ao movimento eugenista quando os eugenistas estiverem prontos.

Em 1950 Sanger instou o governo americano [l07] a iniciar um sistema de esterilização de pessoas que ela rotulava de retardados.

Toda essa informação raramente é discutida quando a história do feminismo é examinada no discurso diário, mas não podemos dar ao feminismo o crédito pelo lado positivo de suas líderes históricas sem também discutir o lado negro também.


Notas e Links

[tr01]"Liga Americana pelo Controle de Natalidade"
[tr02]"Parentela Planejada"
[l01](1, 2) http://tinyurl.com/mmn3lqy ; http://archive.is/IIs9q
[l02]Livro no Archive.org: https://archive.org/details/humanbodytemple00cookgoog
[l03]http://tinyurl.com/pm9hzrw
[l04]http://tinyurl.com/qjdjfl5
[l05]https://en.wikipedia.org/wiki/Marie_Stopes#Advocacy_of_eugenics
[l06]http://tinyurl.com/ob5n4jw
[l07]http://tinyurl.com/qjq8wv8

META
Título Original Feminism and eugenics: Engineering reproductive totalitarianism
Autor Prentice Reid
Link Original https://www.avoiceformen.com/feminism/feminism-and-eugenics-engineering-reproductive-totalitarianism/
Link Arquivado http://archive.is/Irvya

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