sábado, 6 de junho de 2020

Masculinidade Tóxica e Feminilidade Tóxica [Karen Straughan]

Transcrição do Meu Discurso na Simon Fraser University

Transcrição do Meu Discurso na Simon Fraser University
Masculinidade Tóxica e Feminilidade Tóxica

Table of Contents


Você estava bêbado quando parecia tão esperançoso antes? Você já foi dormir e acordou verde e empalidecido de temor dessa ideia? A partir daqui é isso o que eu pensarei de seu amor. Você tem medo de agir da maneira que deseja? Você tomaria a coroa que tanto deseja, ou vive como covarde dizendo sempre "eu não posso" depois que diz "eu quero"? Você é como o pobre gato da velha história.

Por favor, pare! Atrevo-me apenas a fazer o que é próprio de um homem fazer. Aquele que atreve-se a fazer mais não é homem afinal.

Se você não era homem, que tipo de animal você era quando inicialmente me contou que queria fazer isso? Quando você se atreveu a isso, foi quando você foi homem. [. . .] Eu amamentei um bebê, e seu quão doce é amar o bebê em meu peito. Mas mesmo quando o bebê estava sorrindo para mim, eu teria arrancado meu mamilo de sua boca e esmagado seus miolos contra o muro se tivesse jurado fazer isso da mesma forma que você jurou fazer.

Obrigado a todos por virem, obrigado à SFU Advocacy for Men and Boys Society por organizar esse evento, e obrigado Theryn por recomendar este tópico para apresentação.

Não estou certa de se já entreguei um tópico tão espinhoso para explorar e discutir, mas farei o meu melhor para manter isto limpo, equilibrado e racional.

Eu sei que Theryn tinha pau para Chicos e Franciscos em sua mente quando sugeriu a mim este tópico, e eu não posso verdadeiramente culpá-la. Masculinidade tóxica é um tema de discussão tão comumente discutido (e abusado) que mal levanta as sobrancelhas quando surge numa conversa.

Por outro lado, feminilidade tóxica é um assunto tabu. Tem sido tabu por tanto tempo que eu poderia provavelmente convencer alguma pessoa comum que é uma ideia que nunca antes foi concebida, quanto mais discutida e explorada.

A maioria das pessoas que fala de feminilidade tóxica é chamada de misógina. A maioria daqueles que discute masculinidade tóxica se chama a si mesma de feminista.

Pois bem. Como a feminista média definiria masculinidade tóxica? Eu tenho quase certeza que, apesar de como a retórica feminista varia, nenhuma feminista definiria como a noção de que todos os traços masculinos são danosos aos homens ou aos outros.

Em vez disso elas definiriam como um complexo de ideias, expectativas e comportamentos danosas, intrínsecos à masculinidade e suportados pela cultura, que estão encapsuladas na frase "o patriarcado também machuca os homens". Para citar o website "geek feminism", que foi a primeira página retornada pelo Google quando eu pesquisei "toxic masculinity 101":

um conjunto de atitudes socialmente construídas que descrevem o gênero masculino como violento, não emotivo, sexualmente agressivo, e assim por diante.

Agora, geek feminism é um site interessante pelo número e grau de suas contradições. Vamos olhar para alguns de seu exemplos acerca destas atitudes socialmente construídas:

Primeiro na lista: A ideia percolante de interações masculino-feminino como competições e não cooperações.

Agora, não sei quanto a você (e não, eu não sou uma tradicionalista), mas a base de papéis de gênero tradicionais sempre tem sido uma de complementarianismo, não de competição. Divisão do trabalho e papéis têm sido considerados essenciais no casamento como em um time de futebol, porque é assim que é uma família: um time. A maioria de ambos homem e mulher nas sociedades tradicionais, no nosso passado e hoje em dia em outras partes do mundo, tende a compartilhar esse aspecto. Maridos e esposas são encorajados a adotar papéis diferentes mas igualmente importantes de forma que as interações masculino-feminino são cooperativas em vez de competitivas.

Amor, honra e obediência VS amor, honra e acalento. E oh, as feministas do ano passado criticaram essa única diferença. A advertência de que mulheres obedecessem seus maridos foi considerada humilhante, subjugadora e opressiva. Mas vamos observar o outro lado da equação, em Efésios 4:25:

Vós, maridos, amai as vossas próprias mulheres, assim como também Cristo amou a sua Igreja, e entregou a si mesmo por ela

Em outras palavras, ele deve estar preparado para morrer por ela, para sacrificar-se a si mesmo em benefício dela.

Por séculos, estes papéis complementares de homens e mulheres eram dadas como pressupostas.

Daí, em 1848, um grupo de mulheres brancas, irritadas, majoritariamente privilegiadas, majoritariamente de classe média-alta, descendeu na cidade de Seneca Falls em Nova Iorque e produziu uma lista de queixumes essencialmente declarando guerra entre homens e mulheres. Nela, elas descreveram a história da humanidade como sendo de repetidas injúrias e usurpações entre da parte dos homens contra as mulheres. Em resposta a essa crescente tendência, escritos de mulheres anti-suffragettes para a legislatura de Illinois em 1909 tinham isso a dizer:

São nossos pais, irmãos, esposos e filhos que nos representam nas urnas. Nossos pais e irmãos nos amam; nossos maridos são nossas escolhas e são um conosco; nossos filhos são o que deles nós fazemos. Estamos contentes que eles nos representem nos campos de milho, nos campos de guerra e nós representamos eles nas escolas, na lareira e no berço . . .

É claro, tal atitude de cooperação em vez de competição requer o respeito e afeição e a confiança da mulher pelos homens em sua vida, uma ética de cuidado e reciprocidade pelos homens em favor das mulheres, e um espírito de destino humano mútuo, através do qual entendia-se que qualquer dano a uma mulher seria sentido como um dano aos homens em sua vida, e qualquer dano a um homem seria sentido pelas mulheres em sua vida. Em 1909, não menos que em 1848, esta era a atitude da esmagadora maioria tanto de homens quanto de mulheres.

E o que esta visão tornou-se então? Os sexos não estão em competição. Os sexos são feitos para cooperar, cada um com cada um, em sua maneira própria. A Declaração de Sentimentos, de Seneca Falls, foi o estopim de abertura doo que viriam a ser 165 anos de guerra de gênero.

Ainda assim, de alguma forma, em 2015, feministas estão alegando que uma visão competitiva das relações de gênero é a norma tradicional patriarcal?

Huh.

Seguindo a lista de exemplos de masculinidade tóxica de "geek feminism": A ideia percolante de que homens não podem verdadeiramente entender mulheres, e vice-versa = e segue-se que nenhum companheirismo verdadeiro pode ter existido entre os sexos.

Eu tenho uma palavra para você. "mansplaining". Ou que tal isso: "Você não tem ideia do que é ser mulher. Entenda seu privilégio masculino". Eu ouço esse tipo de coisa de feministas o tempo todo.

Eu também ouço muita coisa sobre a experiência vívida comum das mulheres, irmandade feminina, e as maneiras femininas de conhecer … de feministas. Eu ouço um monte de falatório sobre mulheres sendo capazes de trazer algo diferente sobre a mesa acerca de políticas ou corporações ou questões de ética e política, como se homens não pudessem ser confiados para entender de onde mulheres estão vindo em termos de serem capazes de representar seus interesses. Você consegue imaginar de quem?

Seguindo: A ideia de que um Homem de Verdade não pode ser vítima de abuso, oi que falar disso é vergonhoso.

Eu poderia usar este tempo para citar dezenas, talvez centenas, de exemplos de estudiosas feministas que por décadas têm minimizado ou escamoteado completamente a prevalência das vítimas masculinas de violência íntima conjugal. Eu poderia usar esse tempo para explicar como a notória especialista em violência sexual Mary Koss excluiu vítimas masculinas de coerção sexual feminina por definição ao longo de seu período como consultora no CDC 1. Eu poderia mostrar a vocês capturas de tela de milhares de comentários que li de feministas (e de outros) insistindo que abuso de mulheres contra homens é infinitamente menor, e que se não é, é "apenas diferente" porque não é tão ruim, não é potencialmente tão letal, ou não é tão sistêmico, ou não é tão institucionalizado ou não é tão suportado pelo patriarcado, ou apenas "porque sim". Eu poderia contar a vocês como Erin Pizzey foi forçada a fugir de sua casa e de seu país em razão de uma campanha de décadas de assédio feita por feministas, tudo isso por ousar dizer que mulheres às vezes são violentas também, e homens às vezes são vítimas, e de como esta mera ideia inflamou feministas militantes ao ponto de atirar bombas e ameaças de morte. Eu poderia detalhar as labutas de Murray Straus e seus bravos colegas que foram os primeiros a publicar pesquisas demonstrando simetria de gênero na violência afetiva conjugal, e nomeie que grupo foi que os colocou numa gama de abusos, evasão, boicote, ameaças, falsas acusações e sabotagem de carreira, mas eu não acho que vocês precisam de mim para isso.

Parece-me que dentro do paradigma feminista, homens não podem ser considerados vítimas reais de abuso, ou ao menos não podem ser vítimas merecedoras de igual consideração e preocupação, e falar de vítimas masculinas não é apenas vergonhoso em círculos feministas, mas também passível de punição. E se você coloca em xeque as suas atitudes de qualquer maneira real, bem, provavelmente você vai ser chamado de chorão, bebezão que vive no porão da mamãe e não consegue pegar mulher. Exatamente: não é homem de verdade.

Homens são assim: a expectativa que Homens de Verdade estão profundamente interessadas em sexo, querem fazer sexo, e estão prontos para fazer sexo a maior parte se não o tempo todo.

E aqui eu estou apenas citando a justificativa da feminista Mary Koss para excluir o envelopamento forçado da categoria de estupro na pesquisa do CDC:

"Apesar disso, homens algumas vezes penetram mulheres quando ambivalentes acerca de seus próprios desejos . . ."

Ambivalentes acerca de seus próprios desejos? Me parece muito que ela está dizendo "bem, eles quiseram, apenas não entendem que quiseram, mas eles de verdade quiseram . . ."

"Ainda que não tão reforçada na mídia ficcional, na vida real é esperado que o homem abandone sua namorada grávida, e seja incapaz ou indisposto a tomar responsabilidade".

Esta é interessante, dado que a função primária do casamento tradicional tem sempre sido identificar com precisão os pais das crianças, e manter estes pais responsáveis, financeira e praticamente, pelo apoio e bem-estar destes filhos e de suas mães.

Casamento na ponta do fuzil. Ele fará o que deve ser feito por ela.

Há então o fato que toda nossa estrutura legal e burocrática em volta de homens e família é sopesada a fim de atribuir e garantir a responsabilidade paternal. Mesmo sobre homens que não consentiram em ser pais - e, terrivelmente, mesmo em homens que não consentiram com o sexo que os levaram a ser pais, tal como aquele garoto de 14 anos nos EUA que foi estuprado por uma mulher de 35 (um crime pelo qual ela pagou dois anos de prisão) e então forçado a pagar a ela pensão alimentícia além de seu parco sustento.

A dura e estatisticamente suportada verdade é que mães sem custódia, ainda que menos numerosas no total, são mais propensas que pais sem custódia a estar em débito com pensão, e ao mesmo tempo são muito menos propensas a serem presas por não conseguir pagar.

E os juízes e legisladores responsáveis por tudo isso? Majoritariamente homens, progressistas ou conservadores, reforçando responsabilidades masculinas sobre outros homens. Eu não sei se vocês lembram do discurso de dia dos pais do Obama há alguns anos, onde ele recrimina pais negros por abandonarem seus filhos? Eu só estou surpresa que ele não estava vestindo uma camiseta "é assim que uma feminista parece" enquanto dizia isso.

A masculinidade que homens esperam uns dos outros, e a tem tido por milênios, é uma que rigidamente reforça responsabilidade paternal.

Se é assumido que homens tentarão esquivar-se desta responsabilidade, ela certamente não é permitida. Não pela sociedade, não por outros homens, e certamente não dentro das tradições patriarcais. De fato, Abdicação Paternal Legal - o direito de um homem recusar as obrigações da paternidade se ele não consentir em ser pai - é uma das mais fervorosamente atacadas mudanças de política sugeridas pelos defensores de direitos dos homens e meninos. É algo atacado pela vasta maioria de ambos conservadores tradicionais e feministas progressistas.

Enquanto isso, há centenas de milhares de pais ao longo do ocidente que estão financeiramente suportando seus filhos ao mesmo tempo que lhes é negado acesso razoável pelas suas mães com o tácito apoio de varas de família apáticas e desgraçadas.

E o que a maior organização feminista dos EUA, a National Organization for Women, tem a dizer sobre grupos de direitos dos pais?

Que eles são um lobby de abusadores, fazendo campanha por mais custódia efetiva e direitos de acesso não por amor aos seus filhos, nem por um senso de responsabilidade em provê-los de alimento e apoio, mas por um desejo de abusar e assediar suas parceiras afastadas, ou para livrar-se de pagar pensão.

Parece masculinidade tóxica para mim.

Enquanto isso, um estudo de 2008 da Indiana University reporta:

Contrário aos estereótipos de desempenho sexual e masculinidade, homens entrevistados em um grande estudo internacional reportaram que ser vistos como honoráveis, autossuficientes e respeitados era mais importante à sua ideia de masculinidade que serem vistos como atraentes, sexualmente ativos ou bem-sucedidos com mulheres.

Independente de idade ou nacionalidade, os homens mais frequentemente classificaram boa saúde, vida familiar harmoniosa e bons relacionamentos com suas esposas ou parceiras como mais importantes às suas qualidades de vida do que preocupações materiais, auto-realizadoras ou puramente sexuais.

Começo a notar um padrão aqui.

Mas vocês sabem, eu quero ir uma ou três camadas mais a fundo que feministas costumam ir em minha discussão de normas tóxicas de gênero, porque claramente, como eu exibi acima, estas garotas não pensaram verdadeiramente tão a fundo nisso.

Afinal, se elas se opõem à masculinidade tóxica porque "o patriarcado também prejudica os homens", e querem mudar e desafiar as atitudes que rumam para ele, então elas provavelmente não estariam entre as piores ofensoras quando se trata de garantir, endorsar se normalizar tais coisas, estariam? Digo, pense nisso. Mesmo a Fox News concordaria que homens ficam numa posição de merda nas varas de família, e muito comumente perdem relacionamentos significativos com seus filhos por nenhuma boa razão. São somente feministas que alegam que homens que lutam pelos seus direitos de permanecerem como pais de seus filhos são provavelmente abusadores violentos ou apenas estão tentando evitar a sua apropriada responsabilidade paternal (a financeira) ao fingir interesse em um papel diário de cuidado.

Então, vamos mais a fundo, na bagunça das coisas. Indo um pouco mais, as causas tornam-se mais simples, mesmo enquanto os resultados tornam-se mais diversos.

O que feministas alegam são expectativas de que homens de verdade devem ser violentos, sem emoções e sexualmente agressivos, vamos observar isso em outros termos.

É esperado que homens sejam atores competentes. Violência é uma forma de ação. Agressão sexual (ou, na seção menos extrema do espectro, proceptividade sexual) é uma forma de ação. E controle emocional, apesar do que feministas te dirão sobre a maior inteligência emocional das mulheres, é uma forma de competência.

Eu sugeriria a todos aqui que, quando chegassem em casa, fizessem uma busca no Youtube. Uma boa pesquisa seria "heróis diários" ou "heróis da vida real". Existem diversas compilações por aí, todas elas com heróis fazendo coisas grandes ou pequenas, arriscadas ou apenas sérias, para ajudar pessoas que eles sequer conhecem. Em uma cena que eu lembro, uma mulher idosa está diante de uma nevasca esperando para atravessar uma rua movimentada na Europa Oriental. Um homem para seu carro no meio da estrada a fim de parar o trânsito, liga os pisca-alerta, sai do carro e a ajuda a atravessar. Em outra cena, um homem esperando pelo metrô passa em falso e cai nos trilhos. Dezenas de mulheres na plataforma freneticamente começam a sinalizar o trem, mas foi um homem quem saltou aos trilhos. E foi outro homem quem ajudou a puxar o camarada inconsciente e o outro cara de volta antes que o trem chegasse. Em outra cena, um motociclista está preso a um carro em chamas. A maior parte dos homens que por ali passavam correm e empurram o veículo enquanto o puxam em segurança. Em outro, um caminhão está obstruindo uma passagem de trilhos de trem, e um homem empurra o veículo em segurança, evitando por um triz de ser atingido pelo trem.

É realmente maravilhoso quando você pensa sobre isso.

E uma coisa que você notará assistindo a esses vídeos. Quase sem exceção, vez após vez após vez aós vez, são homens que fazem essas coisas.

Cada um destes homens age, e eles são capazes de fazer isto porque eles têm controle sobre suas emoções. Eles põem de lado, seja deliberadamente ou não, seus pânicos, suas dúvidas, seus medos, suas ansiedades, seus próprios desejos ou necessidades, e em muitos casos sua segurança, e eles agiram em serviço do bem comum.

Esta é a essência da identidade masculina em todas as culturas, ao longo de todos os tempos. A capacidade de dominar os próprios medos e dúvidas e de agir, seja para caçar um bandido, assassinar um rival, vingar a pessoa amada, correr num edifício em chamas ou saltar um rio turbulento para salvar um estranho, ficar firme num campo de batalha, tomar responsabilidade pelo bem-estar de sua parceira.

Ou mesmo transformar seu próprio estupro em um troféu 2.

Eu vou utilizar o exemplo de um garoto de 11 anos que foi recentemente estuprado pela sua babá de então 20 anos 3. A perpetradora estava envolvida sexualmente com o pai do garoto, e sabia a idade do garoto. De alguma maneira, ela conseguiu convencer o juiz de que ela acreditava que o garoto tinha 15 anos.

E de alguma maneira, de alguma maneira, o testemunho do pai de que seu filho era um "tarado sexual" e viu o incidente como um troféu recebeu mais peso que o testemunho do próprio garoto que não gostou da experiência porque sabia que era errado.

A mulher recebeu uma sentença condicional. Isso mesmo, sem cadeia. Ela foi registrada como abusadora sexual, mas por apenas sete anos, e suas supervisões e restrições penais durarão por apenas dois anos.

Seu advogado de defesa disse o seguinte: ela estava vulnerável e teve uma criação difícil, passando dois anos num hospital com leucemia no período de cinco a sete anos. O juiz acrescentou que ela era bastante imatura, reduzindo a diferença de idade em termos de níveis relativos de desenvolvimento emocional.

Então as conclusões neste caso são como se segue:

  • O garoto essencialmente quis, e não foi ferido por esse ato (não obstante pelo seu próprio testemunho ele não tenha gostado e acreditava ser algo errado)
  • A mulher estava à mercê de suas próprias emoções as quais não se pode esperar que ela controle, porque as circunstâncias de sua vida foram difíceis.
  • O garoto conseguiu convencê-la de que não tinha onze mas quinze anos, apesar do fato que ela sabia que o garoto tinha onze anos, e assim mesmo ela o pegou para si mesma
  • Homens comentando sobre esse caso são muito mais propensos, quando comparados a mulheres, a dizer "Eu queria ter sido esse moleque" ou "bastardinho de sorte" ou qualquer espécie de outros sentimentos que apagam o fato que ele foi vítima de algo que ele não quis ou não escolheu

Existem bem poucos casos onde a diferença entre as suposições e expectativas da masculinidade e da feminilidade são tão claras quanto este.

Identidade masculina é centrada quase inteiramente em volta de percepções de agência (as próprias e as alheias).

Identidade feminina, por outro lado, é muito mais capaz de assumir a posição de "objeto" (e por favor deixe-me ser clara. Eu não estou usando a palavra "objeto" no sentido de desumanização. Existe um artigo muito bom que essencialmente descredita a ideia que objetificação necessariamente implica desumanização, e eu posso fornecer os links se alguém quiser depois que terminarmos aqui).

Para os fins dessa palestra, darei estas definições básicas:

Agentes fazem as coisas acontecerem. Objetos têm coisas acontecendo sobre eles.

Uma grande parte de nosso discurso cultural em volta de homens e mulheres (incluindo uma imensa parte do discurso feminista) é sobre as coisas que homens fazem para as mulheres e as coisas que mulheres sofrem nas mãos de homens, reforçando a posição de homens como agentes e mulheres como objetos.

Admitir que você foi vitimizado, que algo que você não quis, escolheu ou causou de alguma forma aconteceu com você, é muito mais fácil para mulheres que para homens, e é muito mais fácil para os outros aceitar e reconhecer quando se trata de mulheres que de homens, porque não entra em conflito com a percepção cultural ou interna do que é a Mulher.

Uma mulher pode ser vítima e ainda ser percebida como mulher. Um homem não pode ser vítima e permanecer homem aos olhos de outros e às vezes nem mesmo aos seus próprios olhos.

Isto é particularmente verdadeiro quando se trata de maneiras que homens são vulneráveis porque são homens. Eu sequer posso transmitir a vocês o tanto de vezes que eu consegui convencer um homem de que sim, homens são a maioria das vítimas de violência e que sim, não importa o gênero do perpetrador. a violência é mais corriqueiramente perpetrada contra homem que contra mulher, e que sim, este padrão começa desde um ano de idade, quando pais começam a bater em seus filhos duas ou três vezes o tanto que batem em suas filhas … apenas para que esse homem permanecesse firme em sua convicção e insistisse que violência é um problema maior para mulheres, e que a sociedade não leva isso a sério o suficiente. Que a VAWA 4 e os milhares de leitos em abrigos e as políticas mandatórias de detenção e todo o resto não vão longe o suficiente para lidar com o problema da violência contra a mulher. E eles geralmente dirão isso momentos após terem concedido que violência é um problema maior e mais ubíquo para homens, e mesmo quando eles aceitam que mulheres são tão propensas a serem violentas com homens da mesma forma que homens são propensos a serem violentos com mulheres.

Se a masculinidade tóxica é exemplificada pela suposição que homens não podem ser Homens de Verdade se são vítimas, então feminilidade tóxica é a suposição que mulheres são unicamente vítimas, e que suas identidades como mulheres são parcialmente definidas pela sua vitimização. Seu vitimismo nas mãos dos homens, nas mãos do patriarcado, nas mãos da indústria da beleza, nas mãos da cultura do estupro, nas mãos do privilégio masculino, nas mãos da masculinidade tóxica e nas mãos do sexismo institucionalizado. É a suposição que multitudes de estudos demonstrando que elas geralmente não são as únicas vítimas - que homens são igualmente propensos a serem vítimas de violência física e sexual, suposições sexistas, estereótipos negativos e expectativas rígidas de gênero impostas sobre eles por toda a sociedade, incluindo progressistas e feministas - que estes estudos, eles estão errados, são falsos ou "problemáticos".

Não posso começar a contar a vocês o tanto de vezes que eu realmente convenci um homem negro que "dirigir como negro" na realidade é "dirigir como negro e homem", e que provavelmente isso não aconteceria a sua mãe ou irmã, apenas para vê-lo insistir menos de um minuto depois que sua homenidade não é um fator em suas experiências de ser alvejado pela polícia, e que ele nunca sentiu-se discriminado por ser homem, e que mulheres negras ainda sofrem mais.

Tudo para não ser visto como vítima, ou como potencial vítima, porque você e homem, porque isso, meus amigos, significa que você não é um agente, e portanto não é um homem de verdade. São mulheres que são agidas. São mulheres que são objetos que não agem, mas em vez disso suportam os atos dos outros. Se mulheres são a classe vítima, então um homem que admite ser vítima não pode permanecer sendo homem.

E quando se trata de interações com o sexo oposto, esta tendência é ainda maior, por causa da irritante noção que mulheres não fazem coisas realmente, mas em vez disso têm coisas feitas para elas, enquanto homens são as causas últimas das coisas que acontecem.

O que poderia minar o senso de agência de um homem, que é tão central à sua identidade cultural, mais efetivamente do que ser estuprado por um "objeto"? Muito melhor tratar este estupro como uma marca no cinto, e fingir celebração entre os amigos.

Você pode ver isso em relação à violência física também. Um homem bate numa mulher? Não existe desculpa alguma que possa sequer justificar isso. Não há nada que ela possa ter feito para merecer. Uma mulher bate num homem? "Hum, me pergunto o que será que ele fez para merecer? Aposto que estava traindo ela… Talvez estivesse flertando descaradamente 5 …" Todas essas ações nós atribuímos ele em nossos próprios pensamentos, meio que automaticamente, as quais transformarão a ação dela em uma reação a alguma ação inicial de sua parte. Nossa suposição instantânea é que sua violência foi provocada, ou auto-defensiva, ou mesmo devida a alguma outra coisa fora de seu controle, como TPM ou alguma desordem mental que seja, porque nós resistiremos a vê-la como agente em quem um desejo de agir pode ser originado e então executado.

E nossa suposição acerca do homem vitimizado é que ele escolheu ou causou o que aconteceu de alguma forma (ou no mínimo ele poderia ter tomado alguma ação e interrompido o que aconteceu). Ele continua sendo agente nesse cenário.

Então vamos voltar e ver o que podemos discernir de feminilidade tóxica em algum item da lista de normas toxicamente masculinas de "geek feminism", vamos?

Primeiro: A ideia percolante de interações masculino-feminino como competições e não cooperações.

O que o feminismo tem sido além de demanda por parte de uma minoria de mulheres de eliminar a cooperação masculino-feminino e redefinir homens e mulheres como times opostos? Redefinir casamento como uma instituição projetada para explorar mulheres em benefício dos homens? Redefinir os sexos como se fossem nações em guerra. As primeiras suspeitas dessa visão de mundo podem ser encontradas na Declaração de Sentimentos, e elas alongam-se ainda mais no constante lamento feminista sobre disparidades salariais e a falta de representação feminina em Ciência e Tecnologia ou em conselhos corporativos.

Esta suposição não é uma norma patriarcal. É uma norma feminista. Não é masculinidade tóxica, é feminilidade tóxica.

Ou esta aqui: "Ainda que não tão reforçada na mídia ficcional, na vida real é esperado que o homem abandone sua namorada grávida, e seja incapaz ou indisposto a tomar responsabilidade".

Masculinidade tradicional foi construída largamente para manter o homem responsável pelas crias que eles ajudaram a conceber. De fato, isto foi parte do que poderia ser considerado uma tradição de honra masculina, socialmente construída e institucionalmente reforçada pelos próprios homens. Se temos alguma feminista no recinto, eu gostaria de lhes perguntar: vocês concordam com pensão alimentícia legalmente obrigatória? Vocês acham que homens devem ser mantidos legalmente responsáveis pelos filhos que não concordaram em criar porque eles deram seu consentimento às obrigações da paternidade quando fizeram sexo?

Mais que isso: e quanto às mulheres? "Se ela não quer ter filhos, então que mantenha as pernas fechadas". Isto é algo aceitável ou apropriado de se dizer? Então, por que é aceitável ou apropriado para as pessoas, incluindo muitas e muitas feministas com as quais eu conversei, dizer "ele fez sua escolha no momento em que fez sexo"?

Para as mulheres, largamente em razão da militância feminista, sexo e reprodução foram desacoplados. Ao passo que existe tal coisa como gravidez acidental, não existe tal coisa como nascimento acidental, nem maternidade acidental, dado que mesmo após o nascimento a mulher tem um direito de jure e de facto de abdicar desta obrigação. Maternidade não é o resultado de um acidente, e certamente não é algo que homens fazem a mulheres mediante o massivo poder patriarcal de suas ejaculações - não neste dia e era. É o resultado de uma série de decisões unilaterais por parte de qualquer mulher em particular. Nenhuma mulher no ocidente é forçada a consentir em tornar-se mãe apenas porque fez sexo.

Ainda assim feministas apenas codificaram ainda mais a norma patriarcal de que homens devem ser responsabilizados pelos filhos que ajudaram a conceber, independente do fato que hoje em dia mulheres detêm o poder unilateral de decisão sobre se tornarão mães ou não.

Quando eu falo de Abdicação Paternal Legal, a impressão que eu tenho das feministas é que uma única decisão e ação do homem - a de ejacular - é para elas tão poderosa, se não mais poderosa, que a inteira gama de decisões reprodutivas autônomas da mulher.

Ele a engravidou - ele "a fez ficar" grávida. E o bebê? Bem, o bebê apenas "aconteceu".

Novamente, nós forçamos ao homem o papel de agente ativo que pode afetar aqueles em sua volta, e mulheres ao papel de objeto passivo debaixo da misericórdia de forças externas. E se um aborto é mais difícil ou custoso de se obter que um corte de cabelo? Bem, ela é a vítima disso, não é?

Nós atribuímos a ele agência, mesmo quando ele não tem, e o mantemos responsável, ainda assim apesar de todo o poder que ela detém, ela ainda é a vítima.

Pois bem. Aqui nós meio que chegamos num ciclo completo. Se muito da "masculinidade tóxica" é baseada na suposição de que homens são agentes, muito da "feminilidade tóxica" é baseada na suposição de que mulheres são objetos sobre os quais se age, e portanto unicamente vítimas.

E aqui é que as coisas ficam pegajosas, porque como certa vez disse Warren Farrell, "a maior fraqueza do homem é sua fachada de força, e a maior forma da mulher é sua fachada de fraqueza".

Então por quê? Por que tem que ser assim? Por que vemos homens e mulheres dessa forma? Por que homens evitam serem vistos como vítimas (pelo menos em termos de vítimas como homens) enquanto mulheres progressivamente parecem revelar uma identidade mergulhada em como elas são alvos de ação?

Bem, na minha opinião, é pela mesma razão que sociedades sempre seguiram seu caminho para preservar vidas de mulheres e crianças, por vezes às custas das vidas dos homens.

Uma feminista recentemente perguntou na seção de comentários de outro vídeo feminista: por que mulheres estão resfriadas o tempo todo? Por que o ar condicionado me deixa tiritando enquanto meu marido está tudo bem?

A resposta é que no período mais intenso da evolução humana - a era de gelo, o Pleistoceno -, um período onde meia dúzia de outras espécies hominídeas foram extintas, mulheres compartilhavam seu ambiente imediato, incluindo perigos e confortos, com seus filhos muito mais vulneráveis. Mulheres podem sobreviver ao frio com tanta facilidade quanto os homens, mas elas são mais sensíveis a ele porque seus filhos não conseguem. Ser sensível ao frio significa que estas mulheres estavam alertas ao risco do frio para suas crianças, que eram mais vulneráveis. Isto aumentou a chance de sobrevivência destas crianças.

Por outro lado, era esperado de homens arriscar-se campo afora em todo tipo de clima a fim de trazer comida. Para homens nesse período, ser insensível ao frio aumentou suas chances de sobrevivência para seus filhos.

Isto é apenas o como homens e mulheres evoluíram. Nós evoluímos em tandem. Evoluímos em papéis que refletem uma divisão do trabalho.

O trechinho de Shakespeare que eu citei no começo é um exemplo arquetípico literário de feminilidade tóxica. Uma mulher, sedenta por poder e status além do seu próprio, incita seu marido a matar o rei. Ela o incita minando sua masculinidade. Ela o incita mediante avilte, mediante vergonha. Ela o incita revogando seu "cartão de homem". Ao fim, ela o incita dizendo-lhe que ela é mais homem que ele, mais honrosa em suas promessas, e mais disposta a sacrificar algo caro a ela a fim de preservar esta honra.

Shakespeare conhecia homens e mulheres pelo menos tão bem, apesar de que eu tenho me pego pensando se sua ideia de lady Macbeth era um tanto otimista. Mais tarde na peça, enlouquecida pela culpa sobre seu papel na morte de King Duncan, ela comete suicídio. Eu sempre me perguntei se um final alternativo, como se fosse fanfic, poderia ter um final mais realista – um onde ela não sente culpa, e onde, parada diante de um campo de mortos, seu próprio marido entre eles, ela se agarra ao homem mais poderoso nas proximidades e o regala com histórias de como Macbeth foi um marido cruel e depravado sem amor no coração.

Por que eu pensaria que Lady Macbeth faria isso? Porque ela pode, uai.


Footnotes:

1

Center of Disease Control

2

No original, "a notch on his belt", algo como "um entalhe em seu cinto", como se fosse uma marca de alguma grande realização.

3

provavelmente Karen está aqui falando do caso Hermesmann contra Seyer, Suprema Corte do Kansas, 1993

4

Violence Against Women Act, o equivalente americano à nossa lei 11.340

5

No original, "get fresh". Do Urban Dictionary:

O ato de um homem ou mulher (geralmente usado quando descrevendo um cara) faz (ou tenta fazer) avanços dissimulados no sentido do objeto de sua afeição, tipicamente para sexo ilícito posterior, ou para 'testar o clima' oara futuros avanços, tipicamente físicos em natureza.

Author: Tradutor Bastardo

Created: 2020-06-07 Sun 03:26

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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Garotos têm menos empatia? Se é assim, talvez é porque eles dão o que recebem [Evan Gerstmann]

Garotos têm menos empatia? Se é assim, talvez é porque eles dão o que recebem

Garotos têm menos empatia? Se é assim, talvez é porque eles dão o que recebem

Como "masculinidade tóxica" tornou-se um novo chavão, muitos têm sugerido que existe uma disparidade de empatia entre meninos e meninas, com meninos no extremo mais curto da empatia. Alguns sugerem uma base evolutiva-genética, enquanto outros argumentam que a empatia é aprendida. Este é um debate complexo, mas é importante lembrar que crianças geralmente refletem comportamentos que são a elas dirigidos. Se tratarmos meninos com menos empatia, não será de se surpreender que eles reflitam este comportamento de volta em nós. É claro, nada descrito abaixo quer dizer que garotas também não sofram de qualquer quantidade de vieses. Também, mesmo os vieses descritos abaixo podem ferir meninas bem como meninos - duplos padrões podem prejudicar ambos os gêneros. Mesmo assim, se a sociedade espera criar garotos empáticos, ela precisa tratar meninos com muito mais empatia.

Exemplos abundam. Na semana passada, uma corte de apelações decidiu em favor dos querelantes em uma ação que desafiava a constitucionalidade da exclusão de meninos de grupos de dança competitiva. A Minnesota State High School League ofereceu uma explicação politicamente correta para a exclusão: ela estava simplesmente tentando expandir as oportunidades atléticas para as meninas. A corte corretamente afastou tal desculpa, notando que nos últimos dois anos garotas têm sido levemente hiper-representadas nos esportes das escolas de ensino médio de Minnesota, e que diferenças de gênero na participação de esportes no ensino médio têm sido minimais por algum tempo.

Como qualquer garoto escolar que sofreu bullying por trazer sapatilhas de balé ou sapateado pode atestar, dança ainda é considerado algo efeminado para muita gente. A exclusão de garotos de programas de dança mais provavelmente reflete esse viés do que faz uma tentativa de boa fé de retificar um desequilíbrio de gênero aparentemente inexistente na participação desportiva em Minnesota

Em vez de dança, meninos são incentivados para outros esportes. Estes esportes, em especial futebol americano, basquete e baseball, só acabam por ser os esportes que de longe têm altas taxas de lesões. (Baseball tem taxas de lesão mais elevadas que softball1.) Não deve ser surpresa que quando meninos crescem eles seguem para vastamente hiper-representar todos os empregos mais letais e perigosos na América e são mais de dez vezes propensos a morrerem no trabalho que mulheres.

A sociedade tem sérios problemas em ver o dano aos meninos mesmo quando o dano está ali para todos verem. Este padrão se mantém mesmo no contexto da predação sexual. O sistema legal, ao que parece, é significativamente menos disposto a proteger meninos da predação sexual por adultos que o é em relação a proteger meninas. Um estudo de uma década de casos no sistema escolar de New Jersey concluiu que quando professores têm sexo com estudantes menores de idade, professores homens são mais propensos a serem encarcerados pela transgressão, e dos professores que vão para a cadeia, professores homens recebem sentenças mais elevadas. (O reporte não analisa o gênero das vítimas, mas pela discussão, aparenta-se que a esmagadora maioria dos casos envolve professor e estudante de gêneros opostos.)

Esta disparidade não deveria ser uma surpresa. Cortes muito frequentemente têm problemas em ver meninos como vítimas, até mesmo no contexto de estupro estatutório. Em County of San Luis Obispo v. Nathaniel J., uma corte de apelações decidiu que um garoto de quinze anos que foi estuprado estatutoriamente por uma mulher de trinta e quatro estava atrelado por muitos anos a pagar de pensão alimentícia: "Existe uma distinção importante entre uma parte que foi lesada mediante nenhuma culpa de sua parte e uma parte lesada que deliberadamente participou da ofensa pela qual a reclamação foi feita. Aquele que é lesado como resultado de uma conduta criminosa da qual ele deliberadamente participou não é uma típica vítima de crime. Não segue necessariamente que um menor de pelo menos 14 anos que volutariamente engaja-se em intercurso sexual seja uma vítima de abuso sexual". A corte citou muitas outras decisões similares envolvendo meninos de idades tão baixas quanto 13 anos de idade. Em 2014, USA Today noticiou um caso em que um homem que foi estatutoriamente estuprado quando tinha só 14 recebeu uma papelada do estado do Arizona seis anos mais tarde exigindo pensão alimentícia de um filho que ele nem sabia que existia.

A falta de empatia pelos meninos também surge no contexto de disciplina escolar. Como reportou a NPR no último ano, meninos (bem como afroamericanos e estudantes com deficiências) são "desproporcionalmente disciplinados em escolas de primário e secundário ao longo do país". De acordo com pesquisadores do Government Accountability Office, "estas disparidades são consistentes, 'independente do tipo de ação disciplinar, independente do nívek de pobreza da escola, e independente do tipo de escola pública frequentada'".

Se a sociedade quer menos garotos "tóxicos" que cresçam para homens bons e empáticos, talvez, como diz a música, a sociedade deveria tentar um pouco mais de ternura 2. Proteja meninos da predação sexual com o mesmo zelo que protegemos garotas e não lhes diga que eles são cúmplices de seus próprios estupros estatutórios. Não os constranja para os esportes e trabalhos mais perigosos. Não os punam mais gravosamente por seus erros do que as garotas. E deixem que eles dancem.

Notas de Rodapé:

1

grosso modo, uma versão mais amena praticada por meninas

2

Try a Little Tenderness, de Otis Redding; aqui, um cover por Chris Brown!

Autor: Tradutor Bastardo

Criado em: 2019-08-14 qua 22:08

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sábado, 10 de agosto de 2019

GirlWritesWhat Selecta - 2019-08-07 [12:35:03]

GirlWritesWhat Selecta - 2019-08-07 [12:35:03]

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Existe um subgênero inteiro de romance ficcional lascivo/erótico, chamado BBW, "Big Beautiful Women" 1.

Estranhamente, enquanto a heroína da história de amor é gorda (mas mesmo assim é bonita) o herói deste tipo de novela é quase sempre ideal de capa da GQ 2.

Digo, entendo que isto seja material de fantasia/siririca para mulheres, mas combine isso com corporações fazendo campanhas de anúncios falando para as mulheres que elas são atraentes não importa o tamanho, feministas escrevendo artigos de opinião denunciando a preferência dos homens por mulheres de peso/forma corporal como "gordofobia", e uma condenação tácita sobre criticar as mulheres em geral, e você tem uma receita para que um monte de mulheres gordas tenha sérias expectativas nada realistas em termos de parceiros que elas podem obter.

Agora acrescente a hipergamia, que não desaparece no momento que a mulher ganha o bastante para viver confortavelmente. Não apenas ela espera alguém que se pareça com Ryan Reynolds, ela espera que ele ganha tanto ou mais que ela.

Aplicativos de encontro como o Tinder descobriram que enquanto homens dão like em mais ou menos 60% dos perfis de mulheres, mulheres dão like em apenas 5% dos de homens.

Eu honestamente penso que retrocedemos ao sistema de torneios. Não existe realmente nada mais no lugar a fim de impedir o estabelecimento orgânico de uma estrutura social poligínica onde somente os 5-20% dos homens mais destacados têm uma chance de sexo frequente.

Notas de Rodapé:

1

"Mulher Grande e Bonita"; geralmente mulheres gordas, ou 'plus size' como quiser chamar (NT)

2

Gentlemen's Quarterly, uma revista focada em moda, estilo e cultura para homens (NT)

Criado em: 2019-08-10 sáb 21:03

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sábado, 13 de julho de 2019

Marxismo, Direitos dos Homens e os Meios de Reprodução (99%)

Marxismo, Direitos dos Homens e os Meios de Reprodução

Marxismo, Direitos dos Homens e os Meios de Reprodução

1 INTRO

Marx disse sobre o sistema industrial que as pessoas são profundamente alienadas dos 'meios de produção' - trabalho. O radicalismo político e social foi uma resposta a isso. Se Darwin estivesse vivo hoje ele comentaria que homens estão profundamente alienados dos 'meios de reprodução' - mulheres.

– Lionel Tiger, The Decline of Males 1

Por que as mulheres são conservadoras? Porque elas são o sexo privilegiado; porque elas não precisam depender dos rendimentos de suas próprias mãos ou cérebro. Como sexo, mulheres ocupam uma posição semelhante ao pequeno comerciante, porque elas possuem uma mercadoria para vender ou barganhar além de sua própria força de trabalho! Eis a chave do mistério da mulher moderna!

– RB Tobias and Mary E Marcy, Women as Sex Vendors 2

Se uma classe de pessoas faz todo o trabalho e a outra realiza todo o gasto, não é necessário ser um Karl Marx para concluir que a segunda dessas duas classes é a mais privilegiada.

– David Thomas, Not Guilty: The Case in Defence of Men 3

Para a maioria das pessoas que se identifica com a esquerda contemporânea, o paralelo entre a exploração de classe e a exploração que alegadamente embasa as relações entre homens e mulheres é óbvio. Assim como o proletariado é explorado e oprimido pela classe capitalista, da mesma forma mulheres são exploradas e oprimidas pelos homens.

De fato, toda a estrutura da teoria feminista (ou o que se passa como teoria entre feministas) é enraizada, conscientemente ou não, na teoria social marxista. Portanto, assim como sociólogos marxistas veem todas as instituições da sociedade (a família, o sistema educacional, a mídia de massa &c.) como controladas com vistas a perpetuar a dominância da burguesia, da mesma forma a teoria feminista vê estas mesmas instituições como controladas com vistas a perpetuar a dominância dos homens.

De fato, esta é uma característica compartilhada com outras ideologias esquerdistas radicais enraizadas em políticas de identidade. Cada uma postula a existência de uma imensa conspiração contra um grupo ostensivamente oprimido'. A única diferença é quem é parte e beneficiário da dita conspiração, e quem são as vítimas.

Para marxistas, os malignos conspiradores são os capitalistas; para nacionalistas negros, 'O Homem Branco'; para antissemitas, a culpa é 'dos judeus'; enquanto para as feministas, são os homens. Cada teoria apela a mentes simplórias procurando respostas simples, e mais importante, alguém para culpar.

Porém, as semelhanças entre as ideologias marxista e feminista não se encerram aqui. Bem como as suas análises da sociedade capitalista/patriarcal espelham uma à outra, assim também ocorre a seus antídotos. Portanto, tanto feministas quanto marxistas postulam uma futura utopia igualitária incompatível com o que agora é conhecido sobre a natureza humana e com as inatas e hereditárias diferenças tanto entre grupos quanto entre indivíduos.

É claro, nesses dias, algumas 'feministas moderadas' e conservadores que se identificam como feministas podem tentar minimizar a extensão do débito que feministas devem ao marxismo. Não obstante, entre feministas e marxistas, para não mencionar entre feministas-marxistas, marxistas-feministas, sociólogos, professores de Estudos do Gênero Feminino e outros tolos malditos profissionais que juntos perfazem a vanguarda intelectual custeada pelo estado do establishment esquerdo-liberal contemporâneo, é axiomático que o feminismo e o marxismo são não apenas compatíveis e complementares, mas além disso camaradas de armas ideológicos unidos na luta pelo fim de todas as formas de desigualdade e injustiça.

De fato, porém, minha própria visão é que o feminismo não é nem de esquerda e nem liberal. Em um futuro post (provisionalmente intitulado 'Fascismo Feminista: Da queima de sutiãs à queima de livros - ou por que o feminismo não é nem de esquerda e nem liberal mas em vez disso é de direita e reacionário'), eu expandirei esta teoria. Porém, por ora basta dizer que, na busca por entrincheirar e expandir os privilégios de um grupo já imensamente privilegiado (a saber, mulheres ocidentais), ele é obviamente de direita; ao passo que, ao fazer campanha para restringir pornografia, prostituição e outras atividades recreativas divertidas e saudáveis, para não falar da liberdade de expressão, ele é tudo menos liberal.

Neste post, porém, meu foco será mais estreito. Eu pretendo demonstrar que, apesar de suas comunalidades superficiais, o marxismo e a teoria feminista são fundamentalmente incompatíveis e que a alegação central do feminismo, a saber, que mulheres representam uma classe oprimida e desprivilegiada, é contrária não só à manifesta realidade da posição privilegiada das mulheres na sociedade ocidental contemporânea mas também pela teoria econômica marxista básica.

De fato, como os socialistas do começo do século XX Roscoe B Tobias e Mary Marcy reconheceram primeiramente, a teoria marxista pode até mesmo ser empregada para nos ajudar a compreender por que mulheres são tão privilegiadas quando comparadas a homens, tanto economicamente quanto na operação da lei.

Nesta visão, o feminismo é melhor visto, de um ponto de vista marxista, como uma forma de ideologia dominante projetada para beneficiar a classe capitalista, tanto pela expansão da disponibilidade do trabalho barato (id est, mulheres trabalhadoras) quanto por distrair a atenção da real opressão dos realmente desprivilegiados, que são, a bem da verdade, majoritariamente homens.

Em resumo, como escreveu Jim Goad, "Homens de todo mundo, uni-vos! Vocês não têm nada a recuperar a não ser suas bolas!"

2 O Erro de Engels

Onde então os marxistas, feministas, feministas-marxistas e marxistas-feministas tomaram o rumo errado ao tentar aplicar a teoria marxista à família e às relações entre os sexos. O problema ao que parece, começou cedo, não com as feministas, nem com o próprio Marx, mas com seu camarada, colaborador e patrocinador financeiro (capitalista) Friedrich Engels.

Em 'A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado', Friedrich Engels escreveu, numa famosa passagem bastante citada por feministas:

Na grande maioria dos casos hoje, pelo menos nas classes possessoras, o marido é obrigado a obter uma renda e sustentar sua família, e isto por si só lhe dá uma posição de supremacia, sem qualquer necessidade de títulos e privilégios legais. Dentro da família, ele é o burguês e a esposa representa o proletariado 4.

Esta é uma passagem muito citada por feministas antigas e seus descendentes intelectuais modernos. De fato, junto com 'A Sujeição das Mulheres' por Mill, pode-se argumentar que ela provê a fundação do feminismo moderno 5.

Porém, a análise de Engels neste parágrafo é, obviamente, não apenas errada, mas também fundamentalmente inconsistente com a própria análise marxista que Engels pretendeu aplicar e da qual ele mesmo foi co-formulador.

Pense nisso por um momento. De acordo com a teoria marxista, a característica definidora do proletariado na teoria marxista é esta, "não possuindo nem capital nem meios de produção, eles devem obter seu sustento vendendo seu trabalho". Esta é a própria definição do termo 'proletariado', como o termo é usado na teoria marxista ortodoxa.

Em contraste, a burguesia (i.e. os capitalistas) são definidos pela sua propriedade dos 'meios de produção (i.e. terra, fábricas e tudo o necessário para produzir bens para venda, exceto trabalho). Isto significa que, ao contrário do proletariado, eles não têm que vender seu trabalho, e são em vez disso capazes de subsistir, e de fato prosperar, ao empregar o trabalho de proletários e extrair deles 'excedente de trabalho' 6 (i.e. lucros).

Resumindo, o proletariado é obrigado a vencer seu trabalho para obter um sustento; o burguês/capitalista não, sendo capaz em vez disso de explorar o trabalho do proletário.

De fato, mesmo não-marxistas concordam que, sempre, ao longo da história, foram aqueles grupos na sociedade que eram obrigados a trabalhar para sobreviver - escravos, servos, os assim chamados 'escravos assalariados' e a habilmente nomeada 'classe trabalhadora' - que foram tratadas como 'oprimidas', desprivilegiadas e exploradas como consequência deste fato.

Em contraste, aqueles dispensados de ter que trabalhar - a assim chamada 'classe ociosa' ou 'ricos ociosos' - que eram sustentados pelo trabalho dos outros foram tratados como exploradores.

Como observa Murray Rothbard:

Sempre são os escravos que fazem o trabalho, ao passo que os senhores vivem em relativa ociosidade dos frutos do trabalho daqueles. Na medida em que os maridos trabalham e sustentam a família, ao passo que esposas desfrutam um estado mantido, quem então são os mestres? 7

Mesmo assim, feministas seguindo os passos de Engels equalizam a ostensiva 'opressão' da dona de casa precisamente com o fato que ela não tem que trabalhar para obter seu sustento mas em vez disso é sustentada pelo marido, e sua 'liberação' com a entrada no mundo da escravidão remunerada.

É quase como se o detentor de escravos fosse perversamente posto como 'oprimido' em razão de lhe ser negada a oportunidade de estafar-se por horas infindas nos seus campos de algodão 8, e alegasse 'liberação' pela virtude de estar acorrentado junto aos escravos.

[É claro, feministas responderão alegando que isto ignora o chamado 'trabalho não remunerado' em casa (i.e. serviço doméstico). Porém, como eu explico em meu post anterior intitulado 'Trabalho Não-Remunerado Ou Ócio Hiper-Remunerado: Por Que Serviço Doméstico Não É Realmente Trabalho', tais atividades não são qualificadas como trabalho para o tipo do qual alguém tem direito a exigir remuneração.]

Assim sendo, contrário a Engels, o fato que o marido é, nas próprias palavras de Engels, "obrigado a obter uma renda e sustentar sua família" não faz dele um burguês. Pelo contrário, isto faz dele o proletário quintessencial.

Em contraste, é a dona de casa, que é sustentada às expensas de seu marido, que ocupa a posição análoga ao burguês. ambos são poupados do trabalho e em vez disso são sustentados às expensas dos homens trabalhadores.

Engels, provavelmente sofrendo de uma infecção de cavalheirismo masculino mal-dirigida, não apenas erra; ele o faz precisamente em sentido contrário - e as feministas caíram nessa.

3 Os Meios de Produção e os Meios de Reprodução

É claro, esta análise deixa de fora a questão óbvia: por que as mulheres estão numa posição tão exaltada? Como elas conseguiram obter essa notável façanha de viver dos proventos do trabalho do homem?

A resposta deve ser procurada, mais uma vez, na teoria marxista ortodoxa - ainda que desta vez com uma pitada de sociobiologia.

Vamos primeiro lidar com o marxismo ortodoxo. A burguesia conduz como viver da labuta da classe trabalhadora, de acordo com a teoria econômica marxista, porque eles controlam o que marxistas referem-se como 'meios de produção'. Isto refere-se aos meios necessários para produzir bens e serviços para vender no mercado, e inclui itens como terra, fábricas, capital e, claro, trabalho.

Como então mulheres conseguem um feito análogo a este dos capitalistas quando a maioria delas não detém qualquer dos 'meios de produção'? 9

Eu submeto que a explicação se situa não no controle da mulher sobre os 'meios de produção', mas em vez disso na sua detenção dos meios de reprodução - a saber, suas vaginas, úteros, ovários &c.

A essência dessa ideia foi primeiro capturada pelos socialistas americanos Roscoe B Tobias e Mary Marcy, esta última uma mulher socialista vagamente famosa do começo do século XX, aquele o seu irmão, em seu notável porém largamente esquecido livro, Women as Sex Vendors 10 (o qual eu revi aqui).

Aqui, Tobias e Marcy escrevem:

Como sexo, mulheres ocupam uma posição semelhante ao pequeno comerciante, porque elas possuem uma mercadoria para vender ou barganhar além de sua própria força de trabalho. Homens, enquanto sexo, são compradores ou cambistas desta mercadoria. 11

Resumindo, como eles colocaram na sinopse da edição original de 1918, "mulheres ocupam uma posição semelhante ao pequeno comerciante, porque elas possuem uma mercadoria para vender ou barganhar além de sua própria força de trabalho".

Portanto, de acordo com outro socialista antifeminista do começo do século XX, Ernest Belfort Bax, a tese de Tobias e Marcy pode ser sumarizada assim:

A situação social e economicamente privilegiada da mulher em nossa sociedade existente … pode ser deduzida do fato que mulheres são as monopolistas de uma mercadoria vendível ou permutável necessária para a vasta maioria dos homens - mais precisamente, seu sexo. 12

Em outras palavras, enquanto o homem proletário famosamente 'não tem nada a vender exceto seu trabalho', o mesmo não é verdadeiro de mulher alguma, independente de sua classe socioeconômica. Ela tem algo mais a vender - a saber, o próprio corpo.

[Na verdade, estritamente falando, prostitutas (e esposas) não 'vendem seu corpo', como diz o clichê. Afinal, quando alguém vende algo, permanentemente perde a propriedade deste algo (a não ser que esteja preparado para comprar de volta). Porém, após contratado o ato de sexo, a prostituta retém a propriedade de seu corpo. O que prostitutas fazem então não é bem 'vender seus corpos', no máximo temporariamente alugar acesso a certos orifícios específicos. O aluguel é tipicamente de termo rígido e livremente negociada e representa, no sentido estritamente legal, uma licença e não um arrendamento.]

Assim, como a inestimável Esther Vilar aponta:

Na idade de doze, maioria das mulheres decidiu tornarem-se prostitutas. Ou, para dizer de outra forma, elas planejaram um futuro para si mesmas que consiste em escolher um homem e deixá-lo fazer todo o trabalho. Em troca disso, elas estão preparadas para deixá-lo fazer uso de sua vagina em certos momentos dados 13

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4 Do Marxismo à Sociobiologia

Claramentre, isto por sua vez traz a questão de como é possível ser dito que mulheres detêm os 'meios de reprodução'? Afinal, ambos mulher e homem, espermatozoide e óvulo, são necessários para produzir uma prole humana. Assim, não obstante o estatuto proclamado orgulhosamente de mulheres como 'portadoras da vida', ambos homem e mulher são necessários para criar vida humana.

Para responder a esta questão, devemos nos voltar da teoria pseudocientífica marxiana do século XIX para a biologia evolutiva do século XXI - em particular as ciências contemporâneas da sociobiologia, ecologia comportamental e psicologia evolutiva.

O entendimento chave subjacente ao entendimento da maioria das diferenças, tanto físicas quanto comportamentais, ente homens e mulheres e outros animais é o que biólogos referem como 'Princípio de Bateman'14. De acordo com esta lei fundamental da biologia comportamental, como posteriormente formalizada e elaborada por Robert Trivers como 'teoria dos investimentos parentais diferenciados', o sexo que faz maior investimento na prole é competido pelo sexo que faz menor investimento.15

Para reproduzir-se com sucesso, uma mulher na AAE16 deve, no mínimo, investir não somente no óvulo, mas em uma gestação de nove meses, mais algum tempo de cuidados pueris. Em contraste, reprodução pode custar a um homem humano nada mais que os custos envolvidos na produção de uma simples ejaculação, mais a energia dispendida no intercurso.

Como resultado, um homem pode aumentar o número de sua descendência (i.e. sua aptidão darwiniana) copulando com múltiplas fêmeas, e com quanto mais fêmeas ele copular, tudo mais estando igual, mais descendência ele estará propenso a ter.

Em contraste, dadas as demandas da gravidez, uma fêmea humana só pode produzir um descendente a cada ano no máximo (com exceção de gêmeos), não importando com quantos homens ela faça sexo. Com a adição das demandas de cuidado (i.e., na ausência de amas-de-leite ou mamadeiras, ambas as quais estariam ausentes naquilo que os psicólogos evolucionistas chamam de AAE), isto é reduzido para um filho a cada alguns anos ou mais, em razão da supressão de fertilidade devida à amamentação.

Portanto as fêmeas são mais seletivas na escolha de seus parceiro sexuais que os homens. Assim, em uma delicioda demonstração deste princípio, os psicólogos Clark e Hatfield descobriram que, enquanto 72% dos homens abordados concordariam em ir para a cama com uma mulher estranha que lhes abordasse com um pedido neste sentido em um campus universitário, nenhuma das 96 mulheres abordadas concordaria com o mesmo pedido de um experimentador masculino semelhantemente atraente 17. (A percentagem de mulheres que processaram a universidade por assédio sexual nunca foi revelada.)

Isto então dá às mulheres seu poder sexual sobre os homens, refletindo o que é conhecido por vezes como 'princípio do menor interesse'.

Uma estratégia adotada pelas fêmeas em várias espécies, a humana inclusa, é exigir recursos materiais de machos a fim de acesso sexual.

Assim, o notório psicólogo evolutivo David Buss escreveu: "A evolução da preferência da fêmea por machos que oferecem recursos pode ser a mais antiga e pervasiva base para a escolha da fêmea no reino animal" 18

John Alcock, em seu livro-texto sobre comportamento animal, relata:

Uma demonstração clássica desta estratégia vem do estudo de Randy Thornhill sobre a mosca-escorpião de ponta preta, cujas fêmeas fazem a cópula, e a subsequente fertilização dos óvulos, contingente ao recebimento de um presente nupcial comestível. Fêmeas recusam-se plenamente a copular com machos que oferecem joaninhas impalatáveis e só permitem o início da cópula quando o presente é comestível. Se, porém, a fêmea pode consimur o presente em menos de cinco minutos, ela finaliza e separa-se do seu parceiro sem ter aceito esperma algum. Quando o presente é grande o bastante para manter a fêmea em cópula ocupada por vinte minutos, ela sai com entranhas cheias e um complemento cheio do esperma do doador do presente. 19

Padrões de prostituição também confirmam que, a respeito dos favores sexuais, mulheres são vendedoras e homens são compradores

De fato, na medida em que existe prostituição de homens, eles servem, em sua enorme maioria, não mulheres mas em vez disso homens homossexuais. Como o pioneiro sociólogo-que-tornou-se-sociobiólogo Pierre Van Den Berghe observa, "O homem prostituto, a menos que atenda homossexuais, é uma redundância econômica, constantemente erodito pela ansiosa competição amadora" 20.

De fato, este padrão não é meramente restrito à prostituição aberta mas estende-se, de uma maneira ou outra, a todas as formas de cortejo e pareamento heterossexual.

Assim, como eu escrevi noutra ocasião:

Todo o processo de cortejo convencional na sociedade ocidental é predicado na prostituição - da expectativa social que o homem pague o jantar no primeiro encontro, à obrigação legal de que ele continue a sustentar sua ex-esposa, mediante manutenção e alimônia, por tudo até dez ou vinte anos após ele tardiamente livrar-se dela. O Dicionário Inglês Oxford define prostituta como 'pessoa que engaja intercurso sexual mediante pagamento'. Esta não é a definição de prostituta. É a definição de mulher! A característica distintiva das prostitutas não é que elas façam sexo por dinheiro - é que elas forneçam tão excelente valor para os homens.

Em resumo, como Tobias e Marcy escrevem no título de sua esquecida obra-prima do século XX, mulheres são vendedoras sexuais.

5 Mulheres como a Classe Capitalista da Natureza

Mulheres, a exemplo dos rebentos dos grandes capitalistas, são portanto abençoadas pelo nascimento com a propriedade sobre uma mercadoria, além de seu próprio trabalho, que serão capazes de vender no mercado - a saber, acesso sexual a seus vários orifícios.

Esta é uma mercadoria cujo valor é fácil subestimar.

Assim, como temos visto, Tobias e Marcy igualam mulheres com o que Marx desdenhosamente cunhou 'pequena burguesia', ao escreverem, "mulheres ocupam uma posição semelhante ao pequeno comerciante, porque elas possuem uma mercadoria para vender ou barganhar além de sua própria força de trabalho".

Porém, ao igualar mulheres exclusivamente com "o pequeno comerciante", Tobias e Marcy subestimaram vastamente o preço potencial da xota.

Algumas mulheres podem de fato vencer seu sexo barato - e.g. a prostituta ou a esposa de um humilde trabalhador manual. Porém, outras mulheres conseguem comandar um preço que é, sob qualquer medida, positivamente exorbitante - e.g. a indolente esposa parasítica de um magnata multimilionário ou da realeza.

A esposa do magnata multimilionário é portanto a predadora máxima, ocupando uma posição ainda maior an cadeia econômica que seu marido. Mulheres têm, desde muito que os pesquisadores da indústria do marketing sabem, dominado quase todas as áreas de gastos de consumo.

Afinal, dado que homanos têm evoluído mediante seleção natural ultimamente para maximizar sua habilidade inclusiva ou sucesso reprodutivo, a vantagem das mulheres é, em termos sociobiológicos, mais fundamental que a dos capitalistas. Os capitalistas podem controlar os meios de produção, mas as mulheres controlam os meios de reprodução.

Como o pioneiro sociólogo-que-tornou-se-sociobiólogo Pierre Van Den Berghe escreve:

A medida última do sucesso humano não é produção, mas reprodução. Produtividade econômica e lucro são meios para fins reprodutivos, não fins em si mesmos. 21

Produção, ultimamente, em termos darwinianos, é meramente um meio de reprodução. Reprodução é o propósito último da vida.

Portanto, apesar de todo seu radicalismo ostensivo, parece que Karl Marx, em sua ênfase econômica ('produção') às expensas do sexo ('reprodução'), era apenas outro puritano sexual vitoriano.

Assim, se, como marxistas afirmam, capitalistas abastados controlam a economia capitalista, então as mulheres que são esposas de capitalistas abastados mediante seu poder de compra e controle sobre a riqueza gerada pelo empreendedorismo de seus maridos.

Como observou Schopenhauer, enquanto "homens lutam em tudo por uma dominação direta sobre as coisas, ou compreendendo-as ou subjugando-as, … mulheres estão em todo canto e sempre relegadas em uma mera indireta, que é obtida por meio de um homem, que consequentemente é a única coisa que ela tem de dominar diretamente" 22

Ou, como pôs Aristóteles há uns dois milênios, "Que diferença faz se a mulher governa ou se os governantes são governados por mulheres? O resultado é o mesmo". 23

Assim, como observa Bertrand Russell:

O mundo está cheio de pessoas ociosas, em sua maioria mulheres, que têm pouca educação, muito dinheiro, e consequentemente grande autoconfiança … especialmente na América, onde homens que fazem dinheiro na maioria das vezes estão ocupados demais para gastar tempo consigo mesmos, a cultura é largamente dominada por mulheres cujo único crédito de respeito é que seus maridos possuem a arte de serem ricos. 24

Portanto, mulhers são de fato capitalistas por nascimento, mas nem sempre da variedade pequeno-burguesa.

Feministas não se cansam de lembrar-nos que homens, em média, ganham mais dinheiro que mulheres. isto é de fato verdadeiro - não menos porque homens trabalham mais horas, em serviços mais perigosos e condições de trabalho desagradáveis por uma grande proporção de suas vidas 25.

Porém, o que elas negligenciam em apontar é que, enquanto homens podem ganhar mais dinheiro que mulheres, pesquisadores da indústria de marketing têm há muito percebido que são as mulheres que controlam a maior parte, alguns estimando que elas controlem por volta de 80% dos gastos de consumo.

Como observa David Thomas, "…Se uma classe de pessoas faz todo o trabalho e a outra realiza todo o gasto, não é necessário ser um Karl Marx para concluir que a segunda dessas duas classes é a mais privilegiada".26

Como observou Leo Tolstoy, antes e agora, basta ir às vias de qualquer shopping, especialmente as entre as mais caras lojas vendendo joias ou roupas de designers superfaturadas para ver quem gasta mais dinheiro, e para quem estes produtos são anunciados

Dez ou doze passagens constindo de sólidas linhas de lojas magníficas com imensas janelas de vidro estão todas cheias de todos os tipos de artigos - exclusivamente femininos - panos, laços de vestido, gemas, calçados, adornos para casa, peles e por aí vai. Todas essas coisas custam milhões e milhões, todos esses artigos não são de uso, não apenas para trabalhadores, mas até para os abastados - são todos entretenimentos e adornos para mulheres … e todos esses artigos estão sob poder e nas mãos de umas poucas centenas de mulheres, que em caros peles e chapéus da última moda passeiam por estas lojas e compram estes artigos, que são por eles manufaturados. Algumas centenas de mulheres arbitrariamente dispõem da labuta de milhões de trabalhadores, que trabalham para sustentar a si mesmos e às suas famílias. Dos caprichos dessas mulheres depende o destino, as vidas de milhões de pessoas. 27

6 Do Poder Econômico ao Poder Social e Político

Porém, as análises marxistas da sociedade capitalista não param na análise econômica que reside em sua fundação. Pelo contrário, estendem-se para análises sociológicas e políticas.

A teoria marxista é geralmente descrita como uma forma de 'determinismo econômico'. Marxistas mantêm que a ideologia e instituições prevalecentes numa dada sociedade refletem as relações econômicas entre membros desta sociedade. Assim, a economia determina ultimamente a cultura - ou, na terminologia marxista, a 'base econômica' determina a 'superestrutura'.

Em outras palavras, grupos economicamente poderosos dentro da sociedade convertem seu poder econômico em poder social e político ao controlar a cultura e as instituições da sociedade a fim de promover seus próprios interesses e contínua dominância sobre o restante da sociedade.

Nesta visão, todas as instituições centrais da sociedade capitalista ocidental - e.g. a mídia de massa, o sistema judicial criminal, as cortes judiciais em geral e o sistema educacional - funcionam, ultimamente, para manter e perpetuar a dominância da classe capitalista.

Portanto, o sistema legal funciona para manter os direitos de propriedade, o sistema educacional para reproduzir o sistema de classe na próxima geração e inculcar valores capitalistas nas mentes jovens, enquanto a mídia existe para propagar a ideologia dominante da classe no poder entre as massas maleáveis.

Estendendo sia análise marxiana-masculinista das relações puramente econômicas para as instituições sociais e políticas da sociedade, Tobias e Marcy escrevem:

As leis de hoje em dia protegem os donos de propriedade e os economicamente poderosos. Quanto mais poder econômico um grupo, classe ou sexo detém, mais o estado lança o manto de suas leis protetiva sobre o mesmo. Mulheres são proprietárias de uma mercadoria da qual homens são compradores ou cambistas, e nossas leis modernas protegem mulheres às custas dos homens. 28

Isto portanto explica a discriminação contra homens que opera em muitas áreas da lei, não apenas nos tempos de Tobias e Marcy, mas também nos sistemas legais do sistema ocidental moderno e ostensivamente igualitário.

Assim, por exemplo, nas cortes criminais, homens agressores são sentenciados a penas mais severas que mulheres agressoras culpadas dos mesmos delitos 29, e agressores tanto homens quanto mulheres são sentenciados mais severamente quando vitimam mulheres do que quando vitimam homens 30, com homens agressores que vitimam mulheres os mais severamente sentenciados dentre todos 31.

Semelhantemente, diante das varas de famíliam mulheres são agraciadas com a custódia da prole em preferência dos pais na esmagadora maioria dos casos em que pais se preocupam em contestar a questão 32.

Em outros pontos, a lei por vezes discrimina explicitamente contra homens, por exemplo, acerca de direitos de pens]ap 33, valores de seguros 34, direitos de aborto 35 ou defesas criminais 36.

7 Feminismo como "Ideologia Dominante"

Porém, de acordo com o 'determinismo econômico' do marxiana-masculinista ortodoxo, as relações econômicas entre as classes (a 'base econômica' da sociedade) determina não apenas as leis operantes, mas também os valores e crenças culturais, sociais, políticas e filosóficas prevalecentes na sociedade em questão.

Isto é por vezes referido como a 'ideologia dominante' da sociedade, e é pensada para refletir os interesses da classe econômica dominante naquela sociedade.

Assim, os valores e crenças largamente adotados na sociedade capitalista ocidental, e promovidas pela mídia de massa, sistema educacional &c. são, nesta visão, pensados como aqueles que beneficiam a classe dominante capitalista na sociedade ocidental ('vendedoras sexuais' inclusas).

Esta mesma análise pode então certamente ser empregada para explicar o próprio feminismo.

Afinal, o que representa o ponto de vista ou ideologia dominantes acerca dos papéis de gênero e as relações entre os sexos na sociedade contemporânea ocidental? A resposta, é claro, é o feminismo.

De fato, não obstante suas deficiências intelectuais, nenhuma ideologia ou sistema de crenças tem sido tão inexoravelmente promovido pela mídia de massa, establishment acadêmico e sistema educacional como tem sido o feminismo moderno. Como eu já escrevi noutro lugar, partindo de originalmente retratando-se a si mesmo como um radical desafio ao status quo, o feminismo passou a representar um dogma contemporâneo sacrossanto cujos axiomas centrais um indivíduo (em especial homem) pode publicamente questionar somente sob grave risco à sua reputação e meios de vida.

Por que então a mídia capitalista e o establishment acadêmico e político promovem a ideologia feminista tão implacavelmente? Como o feminismo beneficia a classe capitalista dominante na sociedade ocidental?

A resposta, para qualquer um familiar com o básico da teoria econômica marxista, deve ser óbvio. De fato, literalmente ela está na cara, em uma extensão tal que é de se pensar como tão poucos pretensos intelectuais marxistas (à exceção de Bax, Marcy e Tobias) falharam em reconhecê-la e em vez disso fisgaram a propaganda burguesa.

Ao promover a ideia que mulheres casadas, em vez de se devotarem a manter a casa e cuidar dos filhos, deveriam perseguir carreiras fora de casa assim como fazem os homens, o feminismo aumenta o suprimento de trabalho disponível para os capitalistas.

Um aumento de suprimento de trabaçho cria uma maior competição por empregos, que, por sua vez, derruba os salários, um benefício óbvio para os empregados capitalistas.

Além disso, desde que mulheres casadas permanecem financeiramente sustentadas, ao menos em parte, por seus mnaridos, isto significa que elas podem se dar ao luxo de trabalhar por menos que um homem solteiro, quanto mais homens casados e pais (de quem ainda se espera que sustentem a esposa e filhos além de si mesmos). Isto significa que mulheres derrubam os salários que empregados homens de outra forma são capazes de comandar, beneficiando ainda mais os empregadores capitalistas.

Isto levou o iconoclasta anticapitalista e antifeminista Rich Zubaty a controversamente descrever o feminismo como "o maior movimento fura-greve 37 da história".

Assim, como observa o antifeminista Neil Lyndon:

As mudanças que foram tratadas como vitórias do espírito emancipatório entre as mulheres foram todas condutoras para o desenvolvimento do capitalismo … e a longa marcha da esquerda rumo à identificação da classe que deveria ser a dissolução de todas as classes simplesmente resultou na criação de uma classe maior de escravos remunerados exigidos por mercados nacionais e internacionais. 38

Nesta visão, não é de se surpreender que o levante do feminismo moderno nos anos 1970 foi concomitante com uma mudança na estrutura econômica da sociedade ocidental - a saber, o declínio da indústria pesada, manufatura e trabalho manual, onde a força física masculina era um bônus, e o surgimento do 'setor de serviços', uma área de emprego onde mulheres são com alguma razão mais aptas.

Pelo contrário, esta observação é eminentemente compatível com o 'determinismo econômico' da teoria marxista ortodoxa, onde se presume que uma mudança na 'ideologia dominante' ou 'superestrutura' sempre é precedida e determinada por uma mudança anterior na 'base econômica'.

De qualquer forma, aceitemos ou não o 'determinismo econômico' rígido do marxismo ortodoxo, é claro que o feminismo liderou o caminho de ajudar a realizar, ou no mínimo, de fornecer uma justificativa retroativa chave para, a mudança nos padrões de emprego entre mulheres casadas que foi indiscutivelmente benéfica aos empregadores capitalistas.

Um efeito colateral anexo a isso foi, é claro, desemprego masculino em massa e extenso colapso da unidade familiar, com homens perdendo seu tradicional papel como arrimos de família, e a família nuclear tradicional sendo substituída por aquilo que Warren Farrell chama de "uma nova família nuclear: mulher, filhos e governo", com mães solteiras cada vez mais subsidiadas pelo dinheiro dos pagadores de impostos mediante o sistema de bem-estar social, e pais cada vez mais supérfluos como requisitos.

Porém, para os capitalistas isso era de pouca preocupação. O ponto chave era que, independente da desordem civil e perigo psicológico, a produção e consumo capitalistas continuaram inabalados.

Enquanto isso, além desses benefícios puramente econômicos, o feminismo ofereceu um benefício político e ideológico adicional para as elites dominantes - a saber, o feminismo distrai a atenção da real opressão dos grupos realmente desprivilegiados - e.g. coletores de lixo, mineiros de carvão e os sem-teto (dos quais são todos, é claro, majoritariamente homens).

O feminismo portanto permitiu sucessivas ondas de governos resolutamente capitalistas de todas as matizes políticas dissimuladamentre posarem como radicais ao proxenetar para os caprichos de feministas hiperprivilegiadas de classe média em vez de fazer qualquer coisa a fim de lidar com a genuína desigualdade, opressão e pobreza.

Nesta visão, como o marxista masculinista do final do século XIX para o início do século XX Ernest Belfort Bax sugeriu em 1913, "a agitação anti-homem [i.e. feminismo] forma uma capital distração para atrair a população da oposição de classe, ao substituir o antagonismo de sexo em seu lugar" 39.

Além disso, neste assunto o feminismo tem sido notoriamente bem-sucedido. Enquanto o socialismo radical está nada menos que moribundo ao longo d mundo todo, o feminismo agora reina triunfante por todo o ocidente, seu dogma principal, a saber a ostensiva 'opressão' feminina, sendo aceito como como axioma inquestionável por toda a academia, a mídia mainstream e partidos políticos de todo o espectro.

Nesta visão, o feminismo serviu a propósitos tanto políticos quanto econômicos para a classe capitalista dominante, e foi uma estratégia esmagadoramente bem-sucedida em ambos os aspectos.

Não obstante, longe de serem os radicais revolucionários de esquerda por suas próprias imaginações, as feministas foram, nessa visão, pouco mais que ferramentas ingênuas e insensatas, 'idiotas úteis' para, e instigadoras da própria exploração capitalista que elas e seus aliados esquerdistas pretendiam se opor.

O feminismo pode então ser reduzido a uma forma do que os marxistas aptamente nomearam 'falsa consciência'.

8 META

Tabela 1: META
Título Marxism, Men's Rights and the 'Means of Reproduction'
Autor V. E. Lane
Link https://mensrightsreview.com/2017/05/15/marxism-mens-rights-and-the-means-of-reproduction/
Arquivo http://archive.is/9JWXO

Notas de Rodapé:

1

Tiger, L (1999) The Decline of Males (New York: St Martin's Press): at p27.

2

Tobias, RB & Marcy, ME (1918) Women as Sex Vendors or, Why Women Are Conservative (Being a View of the Economic Status of Woman) – este preciso fraseado é retirado da sinopse da edição original.

3

Thomas, D (1993) Not Guilty: The Case in Defence of Modern Man: at p80.

4

Engels, F (1884) The Origin of the Family, Private Property, and the State. Interessantemente, o uso por Engels da frase "sem qualquer necessidade de títulos e privilégios legais" na passagem citada parece conceder implicitamente que, contrário à ortodoxia feminista prevalente, homens não têm privilégios legais explícitos sobre as mulheres - mesmo no supostamente 'patriarcal' final do século XIX quando estas palavras foram cunhadas. De fato, mesmo ali, virtualmente todos os privilégios legais, seja na lei familiar, na trabalhista, ou diante das cortes criminais, repousa sobre as mulheres.

5

Sim, o feminismo, a exemplo do engenho de combustão interna, o microcomputador, o marxismo e as armas nucleares, foi largamente criado por homens. Em um certo sentido, só temos a nós mesmos para nos culpar.

6

mais conhecido como 'mais-valia'

7

Rothbard, Murray (1970) "The Great Women's Liberation Issue: Setting It Straight" The Individualist, May.

8

se quiser localizar, pense nas fazendas brasileiras de cana-de-açúcar

9

É claro, algumas mulheres podem deter tais coisas, geralmente de forma indireta mediante a propriedade de seus maridos sobre tais coisas, e sua própria propriedade efetiva sobre seus maridos debaixo das atuais leis de casamento. Além disso, mulheres, como temos visto, em um certo sentido controlam o trabalho de seus maridos, no que beneficiam-se de e são sustentadas por ele, e o trabalho por si só é um 'meio de produção' essencial. Porém, estes são precisamente os fatos que estamos tentando explicar aqui.

10

Tobias RB & Marcy M (1918) Women as Sex Vendors (Chicago: Charles H Kerr and Company Cooperative, 1918).

11

Tobias RB & Marcy M (1918) Women as Sex Vendors: p12-13.

12

Bax, EB (1918) The Woman Question and Marxian Historical Materialism, Justice (19th December): at p7.

13

Vilar, E (2008) The Manipulated Man (Londond: Pinter & Martin 2008): p24-5.

14

Bateman, A.J. (1948), Intra-sexual selection in Drosophila Heredity, 2 (Pt. 3): 349–368.

15

Trivers, R. L. (1972) Parental investment and sexual selection. In B. Campbell (Ed.) Sexual selection and the descent of man, 1871-1971 (pp 136–179). Chicago, Aldine.

16

Ambiente de Adaptação Evolutiva.

17

Clark & Hatfield (1989) 'Gender differences in receptivity to sexual offers' Journal of Psychology & Human Sexuality 2:39-53 (Supostamente este estudo foi a inspiração para a faixa do British 90s Dance "Would you go to bed with me?", alcançando o terceiro lugar nas paradas britânicas e tocada nas rádios por muitos anos.)

18

Buss D (2003) The Evolution of Desire: Strategies of Human Mating (Basic Books 2003): at p22.

19

Alcock J (2001) Animal Behavior: An Evolutionary Approach (Seventh Edition) (Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates 2001): p343.

20

Van Den Berghe, P (1979) Human Family Systems: An Evolutionary View (New York: Elsevier 1979): p60-1.

21

Van den Berghe, P (1987) The Ethnic Phenomenon (Westport: Praeger 1987)

22

Schopenhauer, A (1850) On Women.

23

Aristotle (c. 340 BCE) Politics, Book 2.

24

Russell, B 'The Case for Socialism', in In Praise of Idleness (1935).

25

Farrell, W (2005) Why Men Earn More (which I have reviewed here).

26

Thomas, D Not Guilty: The Case in Defence of Modern Man (1993).

27

Tolstoy L (1900) 'Need it be So?'; Similarmente, num contexto contemporâneo, Warren Farrell faz basicamente a mesma observação, concluindo "em meu próprio exame dos grandes centros de compras … eu descubro que sete vezes o espaço em piso é devotado aos itens pessoais de mulheres em relação ao de homens" e que "os espaços mais valiosos são devotados aos itens femininos" (Myth of Male Power: p33; p374).

28

Tobias RB & Marcy M (1918) Women as Sex Vendors: p52.

29

Daly K, Bordt, RL (1995) Sex effects and sentencing: An analysis of the statistical literature Justice Quarterly 12(1); Spohn, C and Beichner, D (2000) Is Preferential Treatment of Female Offenders a Thing of the Past? A Multisite Study of Gender, Race, and Imprisonment, Criminal Justice Policy Review, 11(2): 149-184; Shapiro, A (2000) Unequal Before the Law: Men, Women and the Death Penalty American University Journal of Gender, Social Policy & the Law 8(2): 427-470; Mustard DB (2001) Racial, Ethnic and Gender Disparities in Sentencing: Evidence from the US Federal Courts, Social Science Research Network XLIV:285-314; Streib VL (2001) 'Sentencing Women to Death' Criminal Justice Magazine 16(1); Streib V (2006) Rare and Inconsistent: The Death Penalty for Women, 33 Fordham Urban Law Journal 609; Streib V (2002) Gendering the Death Penalty: Countering Sex Bias in a Masculine Sanctuary, 63 Ohio State Law Journal 433; Curry, TR, Lee G and Rodriguez, SF (2004) Does Victim Gender Increase Sentence Severity? Further Explorations of Gender Dynamics and Sentencing Outcomes, Crime & Delinquency 50(3): 319-343; Rodriguez, SF, Curry, TR, & Lee G (2006) Gender Differences in Criminal Sentencing: Do Effects Vary Across Violent, Property,and Drug Offenses? Social Science Quarterly 87(2): 318; Blackwell BS, Holleran D & Finn MA (2008) The Impact of the Pennsylvania Sentencing Guidelines on Sex Differences in Sentencing Journal of Contemporary Criminal Justice 24(4): 399-418; Embry R & Lyons P (2012) Sex-Based Sentencing: Sentencing Discrepancies Between Male and Female Sex Offenders, Feminist Criminology 7(2):146–162; Starr, SB, (2012) Estimating Gender Disparities in Federal Criminal Cases. University of Michigan Law and Economics Research Paper, No. 12-018 (August 29, 2012).

30

Beaulieu & Messner, Race, Gender, and Outcomes in First Degree Murder Cases Justice Quarterly (1999) 3(1): 47-68; Curry, Lee & Rodriguez Does Victim Gender Increase Sentence Severity? Further Explorations of Gender Dynamics and Sentencing Outcomes, Crime & Delinquency, (2004) 50(3):319-343; Williams & Holcomb, The Interactive Effects of Victim Race and Gender on Death Sentence Disparity Findings (2004) Homicide Studies 8(4):350-376; Curry, The conditional effects of victim and offender ethnicity and victim gender on sentences for non-capital cases Punishment & Society (2010) 12(4):438-462.

31

Curry, Lee & Rodriguez (2004) Does Victim Gender Increase Sentence Severity? Further Explorations of Gender Dynamics and Sentencing Outcomes, Crime & Delinquency, (2004) 50(3):319-343.

32

Por exemplo, em The Second Sexism, David Benatar reporta "nos EUA pais ganham a custódia unilateral dos filhos em uns 10% dos casos e mulheres em quase três quartos" e "em casos de requerimentos conflitantes para custódia física, os requerimentos das mães pela custódia são concedidos o dobro das vezes que o dos pais", enquanto "em 90% dos casos aonde havia um requerimento inconteste pela custódia física materna das crianças a mãe teve concedida essa custódia", ao passo que ela foi concedida "em apenas 75% dos casos onde houve um requerimento inconteste pela custódia física paterna" (p50). Apesar de a Suprema Corte declara em 1979 que a discriminação contra homens em disputas de custódia era inconstitucional, as cortes e legislaturas facilmente evadiram desta proscrição ao favorecer em vez disso o assim-chamado 'cuidador primário' (The Privileged Sex: p177), um caso claro de discriminação indireta, dado que 'cuidador primário' é definido de tal forma a ser majoritariamente mulher.

33

No Reino Unido, mulheres ainda são aptas a receber pensões do estado em idade inferior à do homem. Isto apesar do fato que homens trabalham mais, aposentam-se mais tarde e morrem mais cedo que mulheres - um caso bem forte pode ser feito em favor de homens serem aptos a receber suas pensões mais cedo! Enquanto o Reino Unido vetou outras formas de discriminação sexual no Sexual discrimination Act de 1975, a equalização da eligibilidade da pensão estatal, ainda que demandada pela Corte da União Europeia, tem sido repetidamente postergada por sucessivos governos. De acordo com a corrente agenda, após setenta anos de flagrante discriminação, a idade em que homens e mulheres estão aptos a requerer pensões do estado não será finalmente equalizada em 2020.

34

Discriminação contra homens por companhias seguradoras permanece legal na maioria das jurisdições (incluindo os EUA). Porém, discriminação sexual na provisão das políticas de seguradoras foi vetada em toda a União Europeia no final de 2012, devido a uma decisão da Corte Europeia de Justiça - apesar de que a discriminação indireta continua, usando ocupação como marcação de gênero. Isto foi muitos anos após a maioria das outras formas de discriminação sexual (i.e. aquelas nas quais mulheres são percebidas como vítimas) ter sido banida na maior parte dos estados-membros. Por erxemplo, no Reino Unido, apesar de a maioria das outras formas comparáveis de discriminação sexual ter sido vetada quase quarenta anos atrás debaixo do Sex Discrimination Act de 1975, a Seção 45 da lei explicitamente isenta companhias seguradoras de sujeição por discriminaçãosexual se elas puderem demonstrar que a prática discriminatória que eles empregaram foi baseada em dados atuariais e fosse "razoável". Esta isenção foi preservada na Seção 22 da Parte 5 da Agenda 3 do novo Equality Act de 2010. Como resultado, desde 2010 seguradoras rotineiramente fornecem a jovens condutores homens o dobro do valor exigido para jovens condutoras mulheres. Esta situação não foi limitada a seguro de carros. Pelo contrário, as únicas circunstâncias nas quais os fornecedores de apólices foram impedidos de discriminar em razão do sexo foi quando "as diferenças resultam dos custos associados com gravidez ou com a mulher dando à luz" sob a seção 22(3)(d) da Agenda 3 – em outras palavras, a única circunstância prontamente aparente onde fornecedores de apólice esperariam discriminar contra mulheres em vez de homens.

35

Dubay v. Wells (2004); Danforth v Planned Parenthood 428 U.S. 52 (1976); Planned Parenthood v Casey 505 U.S. 833 (1992) Paton v. Trustees of British Pregnancy Advisory Service Trustees (1978) QB 276; C v S (1988) QB 135.

36

Enquanto Warren Farrell em The Myth of Male Power (revisto aqui) propõe-se a identificar doze "excludentes 'somente para mulheres'" na lei criminal americana, estou pensando aqui particularmente nos Infanticide Acts de 1922 e 1938 no Reino Unido, que davam reconhecimento estatutório explícito a um deles.

37

No original, "scab labor movement". "Scab", literalmente, significa "crosta de ferida". Nesta locução, diz respeito ao trabalhador sindicalizado que retorna ao trabalho sem permissão do sindicato, ou mesmo um não-sindicalizado que se dispõe a trabalhar apesar do piquete.

38

Lyndon, N (1993) No More Sex War: p123.

39

Bax, EB, (1913) The Fraud of Feminism (London: Grant Richards Ltd.): at p76.

http://archive.fo/oqGOf

Autor: V. E. Lane

Criado em: 2019-07-20 sáb 16:23

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